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sábado, 25 de maio de 2019

TEXTO: DIETA DO BRASILEIRO É POBRE EM NUTRIENTES E RICA EM CALORIAS - ANTÔNIO GOIS & DENISE MENCHEN - COM GABARITO


Texto: Dieta do brasileiro é pobre em nutrientes e rica em calorias
                     
ANTÔNIO GOIS & DENISE MENCHEN

    Pesquisa do IBGE mostra que o prato mais comum ainda é o arroz com feijão e carne, mas faltam frutas e verduras

        Refrigerante é o quinto produto mais consumido; ingestão de vitaminas, cálcio e fibras é insuficiente.

        O brasileiro consome menos frutas, verduras, legumes, leite e alimentos com fibras do que o recomendado.
        Ao mesmo tempo, ingere excesso de biscoitos, refrigerantes e outros produtos industrializados com muitas calorias e poucos nutrientes.
        O resultado dessa dieta é que brasileiros a partir de dez anos apresentam padrões altos demais de ingestão de sódio (oriundo do sal), açúcar e gordura saturada – substâncias associadas ao desenvolvimento de hipertensão, diabetes e até câncer.
        O consumo de vitaminas A, D e E, cálcio e fibras está abaixo do recomendado.
        A constatação é do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que ouviu 34 mil pessoas entre 2008 e 2009 para o primeiro estudo de abrangência nacional sobre consumo individual de alimentos.
      Foram considerados os produtos ingeridos dentro e fora de casa.
        "Embora tenha uma alimentação ainda à base de arroz e feijão, que têm teores de nutrientes bons, o brasileiro precisa melhorar o consumo de frutas, legumes e verduras e diminuir o de sódio e de açúcar", diz André Martins, técnico do IBGE e um dos responsáveis pelo estudo.

        FALTA VITAMINA

        De acordo com o endocrinologista Isaac Benchimol, especializado em nutrologia, o baixo consumo de vitaminas e cálcio constatado pela pesquisa pode levar ao desenvolvimento de osteoporose e a problemas nos olhos, na pele e nos cabelos, entre outros.
        Um dos "vilões" apontados por André Martins, do IBGE, é o refrigerante, que já aparece entre os cinco produtos mais consumidos pelos brasileiros, atrás do café, do feijão, do arroz e dos sucos e refrescos. Mesmo ingeridos em quantidades menores, biscoitos, salgadinhos, pizzas e doces também preocupam.
        Outro problema é a escassez de frutas, verduras e legumes –alimentos que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), deveriam somar ao menos 400 g por dia.
        De acordo com a pesquisa, mais de 90% da população com dez anos ou mais de idade consome menos do que isso. Metade sequer atinge 69 g diários – ou seja, pouco mais de um sexto do ideal.

        CAMPANHA

        Para a coordenadora geral de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde, Patrícia Constante Jaime, os dados do estudo confirmam a "urgência" de políticas públicas para a promoção da alimentação saudável no país.
        Segundo ela, o governo está desenvolvendo um plano nacional de combate à obesidade e outro para o combate às doenças crônicas. Ambos devem ser lançados até o fim deste ano.
        O objetivo é não só conscientizar os consumidores para a necessidade de fazer escolhas mais saudáveis mas também adotar medidas que permitam elevar a qualidade dos alimentos disponíveis para consumo.
        Exemplos dessa estratégia são acordos com a indústria para a redução dos teores de sódio dos alimentos processados e o fomento da agricultura familiar.
        Para corrigir o déficit generalizado de nutrientes, porém, a melhor receita é dar preferência a alimentos naturais e montar um prato colorido, como ensina o endocrinologista Isaac Benchimol.

    Antônio Góis e Denise Menchen. Dieta do brasileiro é pobre em nutrientes e rica em calorias. Folha de São Paulo, São Paulo, 29 jul. 2011. C8. (Saúde).

        FALTA DE TEMPO DEIXA COMIDA DE VERDADE FORA DA MESA
                                                              DANIEL MAGNONI

        A situação nutricional do brasileiro é compatível com as piores expectativas da atualidade, assim como observamos em outros países em desenvolvimento e do Primeiro Mundo.
        O maior tempo dedicado ao trabalho leva a um consumo crescente de alimentos industrializados, prontos e com excesso de sal, açúcar e gordura saturada, além da opção pelo fast food.
        A manipulação dos alimentos na forma natural, principalmente frutas, legumes e verduras, está sendo relegada ao segundo plano do planejamento doméstico.
        Ao mesmo tempo, cada vez mais observamos a popularização do uso de suplementos de minerais, como cálcio, potássio e zinco, ou de vitaminas, na tentativa de suprir uma necessidade artificial, criada pela publicidade.
      É mais fácil tomar uma pílula do que comer três porções de frutas e vegetais todos os dias.
      Grupos específicos, como idosos, podem precisar dessa suplementação, em forma de produtos farmacêuticos ou de alimentos fortificados com fibras solúveis, ômega-3 etc.
      Mas o que as pesquisas mostram é a necessidade de projetos educacionais para a alimentação saudável, que ataquem tanto a desnutrição infantil quanto a obesidade.
        Seria necessário um pacto incluindo a indústria da alimentação e as esferas de governo em prol dessas ações educativas. Por que não um projeto "Obesidade Zero"?

DANIEL MAGNONI. Falta de tempo deixa comida de verdade fora da mesa.
Folha de São Paulo, São Paulo, 29 jul. 2011. C8 (Saúde).
Entendendo o texto:
01 – O texto apresenta informações sobre um assunto que merece ser divulgado ao público em geral devido à polêmica que provoca. Qual é a ideia central apresentada no texto?
      A má alimentação dos brasileiros, que é pobre em nutrientes e rica em calorias.

02 – Você leu um texto e um artigo de opinião, respectivamente. Sobre o assunto discutido, você concorda com o posicionamento dos autores? Comente.
      Resposta pessoal do aluno.

03 – O texto e o artigo de opinião circularam em que veículo de comunicação?
      Em um jornal impresso, Folha de São Paulo.

04 – Identifique o público alvo do texto.
      O público em geral.

05 – Observe que tanto o texto quanto o artigo de opinião foram publicado no mesmo dia e tratam sobre o mesmo assunto.
a)   No entanto, em relação à forma, como eles se posicionam sobre o tema? Qual é a diferença entre eles?
O texto apresenta várias informações sobre o assunto. No artigo, o autor expõe seu ponto de vista sobre o assunto.

b)   Qual deles pressupõe uma pesquisa mais ampla sobre assunto?
O texto.

c)   Em que consiste essa pesquisa?
Consiste no levantamento de dados estatísticos e na transcrição das falas de algumas autoridades sobre o assunto.

06 – No texto é dito que o brasileiro consome muitos alimentos prejudiciais à saúde em vez de ingerir produtos necessários para o bom desenvolvimento do ser humano. Que doenças esse comportamento pode acarretar?
      Hipertensão, diabetes, câncer, osteoporose, problemas nos olhos, na pele, nos cabelos, etc.

07 – Esses dados tem como fonte o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Eles apontam pontos positivos e negativos a respeito dos hábitos alimentares da população. Identifique-os.
      O ponto positivo é que o brasileiro ainda consome em maior número arroz e feijão, que apresentam nutrientes. O ponto negativo é que ainda é necessário melhorar o consumo de frutas, legumes e verduras e diminuir o de sódio e o de açúcar.

08 – O texto ouviu o depoimento da coordenadora geral de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde, Patrícia Constante Jaime. Ela aponta uma atitude necessária para resolver esse problema.
a)   Que atitude é essa?
Políticas públicas que visem à promoção da alimentação saudável no país.

b)   O que tem sido feito nesse sentido e com qual objetivo?
De acordo com ela, o governo está desenvolvendo um plano nacional para combater a obesidade e as doenças crônicas. O objetivo é conscientizar as pessoas para consumir alimentos mais saudáveis e adotar medidas que elevem a qualidade dos produtos disponíveis para o consumo da população.

c)   Com que intenção depoimentos como esses são colocados em um texto?
Para dar credibilidade aos assuntos que estão sendo discutidos.

09 – No artigo, ao comentar sobre o assunto, o articulista (denominação dada ao produtor do artigo) aponta algumas situações que colaboram para que os hábitos alimentares das pessoas sejam ruins. O que ele fala sobre isso?
      Daniel Magnoni explica que o fato de as pessoas dedicarem mais tempo ao trabalho acaba por fazer com que sobre pouco tempo para preparar alimentos saudáveis em casa. Além disso, há o consumo maior de suplementos, todos impulsionados pela publicidade, que cria uma necessidade nas pessoas que anteriormente elas não tinham.

10 – No final de sua análise, Daniel Magnoni expõe dois problemas opostos em nossa sociedade e que precisam ser revistos.
a)   Que problemas são esses?
Desnutrição infantil e obesidade.

b)   Segundo Daniel, o que poderia ser feito para resolvê-los?
O articulista mostra que há a necessidade de criar projetos educacionais para uma alimentação saudável e adequada.




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