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domingo, 25 de novembro de 2018

HISTÓRIA EM QUADRINHOS: "CHICO BENTO NO SHOPPING" -COM QUESTÕES GABARITADAS


Chico Bento: HQ “Chico no Shopping”

        Imagine um caipira como o Chico Bento indo a um shopping center pela primeira vez? É garantia de boas risadas na certa. Essa história "Chico no shopping" é superdivertida e mostra todas as confusões que o Chico aprontou em visita a um shopping, publicada originalmente em 'Chico Bento Nº 215 ' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Chico Bento Nº 215' (Ed. Globo, 1995)
        Ela começa com o Chico Bento e o primo Zeca caminhando até o shopping da cidade e o Chico reclamando que teve que usar botina porque achava que eles estavam indo visitar um outro primo distante deles, que na cabeça do Chico se chamava "Chopi". Aí o Zeca explica que não estavam indo à casa de ninguém e mostra o shopping center ao Chico.

        Eles entram e o Chico fala que o shopping é maior que o celeiro do Nhô Toneco e já começa a dar vergonha ao primo dizendo alto que o povo da cidade é burro, com maior Sol lá fora, resolvem criar teto para depois colocar luz artificial em tudo que é canto. O primo cheio de vergonha o chama de bicho-do-mato e o Chico fala para não falar assim que é ele que passa vergonha.
        No momento em que eles estão passeando, o cadarço da botina do Chico desamarra e quando ele consegue amarrar, percebe que se distanciou do primo, sendo que o Chico acha que é o primo que se perdeu dele, e não o contrário. E aí enquanto procura o primo passa a falar sozinho que o shopping é sem graça, já que só tem gente e loja.

        Ele encontra uma escada rolante pensando que é uma escada normal (afinal, nunca tinha visto uma escada rolante na vida) e resolve subir na escada que desce. Com isso, faz força para subir e nunca consegue chegar até o 2º andar, logicamente. Sobe, sobe e continua no mesmo lugar. Cansado, Chico resolve parar, aí cai e pensa que o cara que estava na frente o empurrou. O homem dá bronca informando que era para ir na escada que sobe, aí que o Chico percebe que a escada movimenta e leva um susto. Então, o segurança explica que ele tem que ficar parado no degrau na escada que sobe que ela leva sozinha até lá em cima.

        O Chico adorou a novidade, mas achou que o nome não devia ser "escada rolante" porque ela não rola. Só que ele se descuida, já que não sabe que tem que ficar atento no final da escada e acaba caindo e a sua botina acaba presa na escada, a ponto da escada ir para manutenção. E na cabeça dele, conclui que tem que ir ao shopping de botina para não perder o dedão.

        Com isso, ele joga a outra botina fora no lixo pra ficar à vontade e reclama que a professora ensinou tudo errado na escola, já que ele não entende o que está escrito nos letreiros das lojas que informam o nome delas. Enquanto ele caminha, um vendedor da loja de sapatos o chama para vê calçado e o Chico pergunta se é o marido da calçada. O vendedor fala que é sapato e o Chico entra na loja à força. Lá, mostra os sapatos, mas o Chico não deixa que o vendedor toque nos pés dele. Então, ele experimenta e aceita levar pensando que o vendedor deu o sapato, indo embora tranquilamente sem pagar.
        O vendedor pergunta cadê o dinheiro e ele diz que está duro e que o dinheiro do ônibus está com o primo. O vendedor chama o segurança, que correm atrás dele. Então, o guarda fala pra devolver os sapatos e o Chico joga na cabeça dele.

        Com a correria Chico sente calor e encontra uma fonte. Então, ele tira a roupa e resolve tomar banho nela como se fosse o ribeirão da Vila Abobrinha e mergulha. Nisso, um casal estava de passagem e queriam namorar admirando a fonte, quando de repente eles olham a bunda do Chico nela e fazem escândalo dizendo que tem um tarado na fonte.

        Nessa hora, o primo Zeca, que já estava procurando o Chico há um tempão, ouve no alto-falante informando que tem um louco nadando na fonte e ele corre até lá já sabendo que se tratava do Chico. Cheio de gente e seguranças em volta, Chico vê o primo e sai da fonte falando que o primo não tinha juízo, como se fosse ele é quem estava perdido. E ainda fala que o Zeca deve ter aprontado muito pra atrair tanto guarda.

        No final, com o Chico já no sítio nadando no ribeirão, o Zé da Roça pergunta como é o shopping da cidade. Aí, ele começa a falar mal que era muito sem graça, que as lojas ficavam debaixo de um forro iluminado com Sol lá fora, que tinha uma escada que come botina, e um lago mixuruca sem peixe e falou que o primo nunca mais queria pisar em um shopping de novo depois que saíram de lá. E deseja que o povo da cidade crie juízo e imita o pessoal da roça, mostrando nessa hora um lindo cenário da roça.

        Com certeza essa história é sensacional. Tem 14 páginas, muito engraçada, cheia de "gags". Sempre que a leio racho de rir, e não foi diferente enquanto eu escrevia a postagem. Ela mostra um Chico ingênuo, lerdo, que leva tudo ao "pé da letra", e porque não dizer meio retardado para visão da gente, já que ele não sabia o que era calçado, que tem que pagar um produto quando vai a uma loja, etc. Engraçado ver o primo Zeca cheio de vergonha e perdendo a paciência. E tem várias situações politicamente incorretas, como falar a palavra "bunda" tranquilamente, sem restrição nenhuma, além do Chico e Zé da Roça aparecerem pelados, só para citar uma.

        Na verdade adoro histórias do Chico Bento com o primo Zeca, esse contraste da roça com a cidade sempre rendem ótimas histórias como essa. Costumam ter histórias do Zeca na roça e do Chico na cidade. Mas, sem dúvida, as histórias que o Chico está na cidade são muito mais hilárias. É de rachar de rir, com histórias do tipo "Chico no elevador" (CHB # 45- Ed. Globo, 1988), "Chico no Restaurante" (CHB # 51 - Ed. Globo, 1988), "Apertem os cintos, o Chico subiu!" (Chico no avião - CHB # 166 - Ed. Globo, 1993), dentre várias outras desse nível.


        Interessante também nessa história "Chico no Shopping", o Chico Bento invertendo as posições, como se fosse que ele que se perdeu e diz que foi o primo quem se perdeu, ou é o primo que apronta muito e é o Chico que passa vergonha. Muito louco. Sem contar que apesar dessas loucuras todas, a história não deixa de ter uma lição de moral no fim, para o pessoal se estressar menos e dar valor às coisas simples. E mesmo na sua ingenuidade, ele não deixa de ter razão em certas frases, como escada rolante não ser chamada assim.

        Os traços muito bons, bem característico dos anos 90 e na postagem a coloquei completa. Por curiosidade, essa história virou desenho animado que dá para vê-la no youtube. Mas lendo nos quadrinhos é bem melhor. Enfim, "Chico no Shopping" um excelente clássico que sempre vale a pena ser lembrada.
                                                        Chico Bento, Editora Globo, Histórias
Entendendo a história:

01 – Na história, Chico Bento passa por situações que, por viver em um ambiente rural, são inusitadas para ele.
a)   Que aspectos (elementos) do shopping chamam a atenção de Chico Bento?
A escada rolante e os nomes das lojas.

b)   Como as pessoas que se encontram no shopping reagem diante das ações de Chico Bento?
Ficam bastante assustadas, pois as atitudes de Chico Bento não são normais para as pessoas da cidade e sim para ele.

c)   Na sua opinião, o que leva as pessoas a reagirem dessa forma diante das ações de Chico Bento?
Pois essas ações na fazenda são comuns, e já para as pessoas da cidade é muito estranho o jeito delas.

02 – As ações da personagem no shopping além de divertir o leitor, trazem uma crítica subentendida. Deduza as críticas que estão “por trás” dos comentários que Chico Bento faz:
a)                              Em relação ao shopping.
Comentário: “Só tem gente i loja, gente i loja...”
Quer dizer que falta coisas no Shopping para a diversão e o entretenimento das pessoas.

b)                              Em relação às lojas.
Comentário: “A fessora mi insinô a lê na língua errada!”
Quer dizer que é errado colocar cartazes ou nome de lojas em línguas estrangeiras que várias pessoas não conseguem entender.

03 – A partir desta história, o que é possível inferir (compreender) sobre Chico Bento em relação:
a)   Ao que gosta?
Locais naturais e ao ar livre, de deixar seus pés descalços e nadar nu.

b)   A como se sente na cidade e no campo?
Na cidade ele se sente diferente, sem entender as coisas e na roça já não tem problema algum, por ter sido criado neste ambiente.

c)   Ao julgamento que faz das pessoas da cidade e das pessoas do campo?
Ele acha todos estranho (sem juízo), por que ele não entende o jeitinho da cidade e as pessoas do campo ele conhece os hábitos e por isso os acham normais.

d)   Ao que considera ser a vida na cidade e a vida no campo?
A vida na cidade é rápida e sem entretenimento.
A vida na roça é totalmente diferente, existi vários locais onde ele pode brincar, correr, nadar e divertir.

04 – Chico Bento é uma personagem pertencente ao meio rural, e seu jeito de falar, de se vestir e de ser cativa e encanta o leitor.
a)   A linguagem empregada pela personagem é uma variante da linguagem oral. Ele consegue comunicar-se com as demais personagens e com o leitor? Justifique.
Sim. Pois apesar dele falar de um modo diferente todos entendem e acham muito engraçado.

b)   Que efeito esse jeito de dizer pretende transmitir na construção (montagem) da personagem Chico Bento?
Um jeito mais original, por ele ser caipira seu sotaque é diferente das outras pessoas.

c)   Se Chico Bento usasse em sua comunicação a linguagem da norma culta, a personagem teria a mesma força comunicativa? Justifique.
Não. Pois para um personagem do campo o modo de dizer culto não iria combinar e não iria chamar a atenção das crianças.

05 – O primo de Chico Bento, para evidenciar toda a sua irritação diante do comportamento do primo, diz: “Não precisa dar tanta bandeira que você é um bicho-do-mato, tá?”.
a)   As expressões em destaque são típicas da linguagem coloquial. Com que sentido elas foram empregadas?
Quer dizer que Chico Bento está envergonhando seu primo, e que ele não é da cidade, e que é para ele parar de mostrar isso para as outras pessoas.

b)   Você concorda com que o primo diz a Chico Bento? Por quê?
Eu concordo. Pois Chico Bento aprontou várias na companhia de seu primo.




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