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terça-feira, 16 de outubro de 2018

TEXTO: O PEQUENO NICOLAU (TRECHO ADAPTADO)- GOSCINNY - COM GABARITO

Texto: O pequeno Nicolau (trecho adaptado)

        Uma lembrança para guardar com carinho
       Hoje de manhã todo mundo chegou muito contente na escola, porque nós vamos tirar uma fotografia da classe, que vai ficar de lembrança para a gente guardar por toda a vida, como a professora disse. Ela também disse para todo mundo vir bem limpo e penteado. Eu entrei no pátio recreio cheio de brilhantina na cabeça. Todos os meus amigos já estavam lá e a professora estava brigando com o Godofredo, que veio vestido de marciano. O Godofredo tem pai muito rico, compra todos os brinquedos que ele quer. O Godofredo estava dizendo para a professora que queria de todo jeito ser fotografado de marciano e que, senão, ele ia embora.
        O fotógrafo também já estava lá com a máquina, e a professora disse para ele andar logo, porque senão a gente ia perder a aula de matemática. O Agnaldo, que é o primeiro da classe e o queridinho da professora, disse que seria uma pena não ter aula de matemática, porque ele gosta muito e tinha feito todos os problemas. O Eudes, um colega muito forte, queria dar um soco no nariz
       Agnaldo, mas o Agnaldo usa óculos e a gente não pode bater nele tanto quanto gostaria. A professora começou a gritar que nós éramos insuportáveis, que se continuasse assim não ia ter mais fotografia e que ia todo mundo para a classe. Aí o fotógrafo disse: “Vamos, vamos, calma, calma. Deixe que eu sei como se fala com criança, vai dar tudo certo.”
        O fotógrafo resolveu que a gente tinha que ficar em três filas: a primeira fila sentada no chão, a segunda em pé em volta da professora, que ia ficar sentada numa cadeira, e a terceira, em pé em cima de uns caixotes. Esse fotógrafo tem boas ideias mesmo.
        Fomos buscar os caixotes que estavam no porão da escola. Foi muito divertido, porque não havia muita luz no porão e o Rufino enfiou um saco velho na cabeça e ficou gritando: “UUU! Eu sou fantasma”. E aí a gente viu a professora chegar. Ela não parecia muito contente, então nós saímos depressa com os caixotes. O único que ficou foi o Rufino. Com aquele saco ele não via o que estava acontecendo e continuava gritando: “UUU! Eu sou um fantasma”, e foi a professora que tirou o saco da cabeça dele. O Rufino levou um baita susto. Quando chegou de novo no pátio, a professora largou a orelha dele e bateu com a mão na testa e disse: “Mas vocês estão imundos.” Era verdade, a gente tinha se sujado um pouco fazendo palhaçadas no porão. A professora estava zangada, mas aí o fotógrafo disse que não fazia mal, que dava tempo da gente se lavar enquanto arrumava os caixotes e a cadeira para a foto. O único que estava com a cara limpa era o Agnaldo, e fora ele também o Godofredo, porque ele estava com a cabeça dentro do capacete de marciano, que parecia um aquário. O Godofredo disse para a professora: “Está vendo só, professora, se todos tivessem vindo vestidos como eu não tinha acontecido nada disso.” Eu vi que a professora estava com muita vontade de puxar as orelhas do Godofredo, mas não tinha jeito de segurar, no aquário. Essa roupa de marciano é um arranjo incrível!

                                     Goscinny. O Pequeno Nicolau. Martins
Fontes, São Paulo, 1986
Entendendo o texto:

01 – O que quer dizer a frase: “Uma lembrança para guardar com carinho.”?
      Refere-se a foto que iriam tirar todos juntos com a professora.

02 – Quem narra a história?
      O narrador-personagem.

03 – Onde se passa essa história?
      Na escola.

04 – Quem disse para todo mundo vir bem limpo e penteado?
      A professora.   

05 – O que aconteceria de importante naquele dia?
      Iriam tirar fotos todos juntos para guardar com lembrança.

06 – Como ficou a formação dos alunos para tirar a foto, organizada pelo fotógrafo?
      O fotógrafo resolveu que a gente tinha que ficar em três filas: a primeira fila sentada no chão, a segunda em pé em volta da professora, que ia ficar sentada numa cadeira, e a terceira, em pé em cima de uns caixotes.

07 – “Hoje de manhã todo mundo chegou muito contente na escola, porque nós vamos fotografia da classe, que vai ficar de lembrança para a gente guardar por toda a vida". Nesse trecho, as palavras grifadas, todo mundo, nós, e a gente representam:
(A) os alunos da classe.
(B) as pessoas em geral e a professora.
(C) os alunos, a professora e o fotógrafo.
(D) todas as pessoas da cidade.

08 – O narrador comenta: "Essa roupa de marciano é um arranjo incrível"! Porque:
(A) com o capacete parece um aquário.
(B) ele acha essa roupa uma fantasia bonita e gostaria de ter uma.
(C) o capacete não deixa que a professora puxe as orelhas de quem está com ele.
(D) o capacete protege o rosto e o aluno não precisa se lavar.

09 – No trecho "e foi a professora que tirou o saco da cabeça dele", a palavra grifada quer dizer:
(A) do Rufino.           
(B) do Godofredo.              
(C) do velho.     
(D) do Agnaldo.

10 – Quando o fotógrafo diz "eu sei como se fala com criança", ele quer:
(A) fazer uma brincadeira com a professora.
(B) mostrar que pode, com calma, organizar as crianças para a foto.
(C) mostrar que é preciso ser rigoroso com as crianças.
(D) que as crianças tenham medo dele.

11 – Em "O fotógrafo resolveu que a gente tinha que ficar em três filas:", os dois pontos servem para:
(A) pôr em dúvida a arrumação dos alunos.   
(B) obrigar os alunos a ficar em filas.
(C) perguntar como seria cada fila.                 
(D) explicar como será cada fita.




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