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sábado, 6 de outubro de 2018

HISTÓRIA: EXAME E PONTUAÇÃO - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

HISTÓRIA: EXAME E PONTUAÇÃO
          (Turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo)

        Quindim, o rinoceronte enorme que fugiu do circo, foi mesmo parar nas matas do Sítio de Dona Benta e, aos poucos, se integrando àquela turma tão divertida. Foi ele quem transportou a boneca Emília, as crianças do Sítio e o Visconde para o País da Gramática.
        Junto com a Turma do Sítio do Pica-pau Amarelo, você vai estudar um pouco mais sobre PONTUAÇÃO – um estudo prazeroso e cheio de surpresas! Você poderá aprender e se divertir ainda mais, lendo o livro “Emília no País da Gramática”.
        – E agora? – disse Narizinho. – Dona Sintaxe nos mandou brincar – mas brincar de que, nesta cidade de palavras? Uma ideia! Vamos ver a Pontuação! Onde fica a Pontuação, Quindim?
        – Aqui perto, num bazar. Eu sei o caminho – respondeu o paquiderme.
        No tal bazar encontraram os Sinais de Pontuação, arrumados em caixinhas de madeira, com rótulos na tampa. Emília abriu uma e viu só Vírgulas dentro.
        – Olhem que galanteza! – exclamou. – Vírgulas, vírgulas e mais vírgulas! Parecem bacilos do cólera-morbo, que Dona Benta diz serem virgulazinhas vivas.
        Emília despejou um monte de Vírgulas na palma da mão e mostrou-as ao rinoceronte.
        – Essas vírgulas servem para separar as Orações Independentes das Subordinadas – explicou ele – e para mais uma porção de coisas. Servem sempre para indicar uma pausa na frase. A função delas é separar de leve.
        Emília soprou um punhadinho de Vírgulas e abriu outra caixa. Era a do Ponto e Vírgula.
        – E estes, Quindim, estes casaizinhos de Vírgula e Ponto?
        – Esses também servem para separar. Mas separam com um pouco mais de energia do que a Vírgula sozinha. Emília despejou no bolso de Pedrinho todo o conteúdo da caixa. – E estes aqui? – perguntou em seguida, abrindo a caixinha dos Dois Pontos.
        – Esses servem para separar, porém com maior energia ainda do que o Ponto e vírgula.
        Metade daqueles Dois pontos foram para o bolso do menino. Emília abriu uma nova caixa.
        – Oh, estes eu sei para que servem! – exclamou ela, vendo que eram Pontos finais. – Estes separam de uma vez – cortam. Assim que aparece um deles na frase, a gente já sabe que a frase acabou. Finou-se...
        Em seguida abriu a caixa dos Pontos de interrogação.
        – Ganchinhos! – exclamou. – Conheço-os muito bem. Servem para fazer perguntas. São mexeriqueiros e curiosíssimos. Querem saber tudo quanto há. Vou levá-los de presente para Tia Nastácia.
        Depois chegou a vez dos Pontos de exclamação.
        – Viva! – gritou Emília. – Estão cá os companheiros das Senhoras Interjeições. Vivem de olhos arregalados, a espantar-se e a espantar os outros. Oh! Ah!!! Ih!!!!!
        A caixinha imediata era a das Reticências.
        – Servem pra indicar que a frase foi interrompida em certo ponto – explicou Quindim.
        – Não gosto de Reticências – declarou Emília. – Não gosto de interrupções. Quero todas as coisas inteirinhas – pão, pão, queijo, queijo – ali na batata! – E, despejando no assoalho todas aquelas Reticências, sapateou em cima.
        Depois abriu outra caixa e exclamou com cara alegre: – Oh, estes são engraçadinhos! Parecem meias-luas...
        Quindim explicou que se tratava dos Parênteses, que servem para encaixar numa frase alguma palavra, ou mesmo outra frase explicativa, que a gente lê variando o tom da voz.
        – E aqui, estes pauzinhos? – perguntou Emília abrindo a última caixa.
        – São os Travessões, que servem no começo das frases de diálogo para mostrar que é uma pessoa que vai falar. Também servem dentro de uma frase para pôr em maior destaque uma palavra ou uma Oração.
        – Que graça! – exclamou Emília. – Chamarem Travessão a umas travessinhas de mosquito deste tamanhinho! Os gramáticos não possuem o “senso da medida”.
        Quindim olhou-a com o rabo dos olhos. Estava ficando sabida demais...

Adaptado. LOBATO, Monteiro. Emília no País da Gramática.
São Paulo, Globo, 2008.
Glossário:
Bacilo – bactéria em forma de bastonete
Cólera-morbo – doença infecciosa aguda, contagiosa, em geral epidêmica, caracterizada por diarreia abundante, prostração e cãibras.

Entendendo o texto:
01 – Qual era o nome do rinoceronte que fugiu do circo? E onde ele foi para?
      Chama-se Quindim. E foi parar na mata do Sítio do Pica-Pau Amarelo.

02 – Quais os sinais de pontuação que iremos aprender junto com a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo?
      São os sinais de pontuação: vírgulas; ponto e vírgula; dois pontos; pontos finais; pontos de interrogação; pontos de exclamação; reticências; parênteses e travessões.

03 – Retire do texto o trecho em que Quindim explica onde fica a Pontuação.
      “– Aqui perto, num bazar. Eu sei o caminho”.

04 – No 4° parágrafo “– Aqui perto, num bazar. Eu sei o caminho – respondeu o paquiderme.”, a quem o termo destacado faz referência? Justifique o uso desta palavra.
      Refere-se ao rinoceronte. Significa animal de pele espessa.

05 – Numere os parágrafos e identifique que termo os pronomes destacados substituem.
a) – “Emília despejou um monte de Vírgulas na palma da mão e mostrou-as ao rinoceronte.” (7° parágrafo)
      Substituem as vírgulas.

b) – “– Essas vírgulas servem para separar as Orações Independentes das Subordinadas – explicou ele – e para mais uma porção de coisas.” (8° parágrafo)
      Substituem o rinoceronte.  
   
c) – “– Conheço-os muito bem.” (16° parágrafo)
      Substituem os pontos de interrogação.

d) – “Quindim olhou-a com o rabo dos olhos.” (27° parágrafo)
      Substituem a Emília.

06 – Por que, no 16º parágrafo, Emília afirma que os pontos de interrogação são “mexeriqueiros” e “curiosíssimos”?
      Porque eles servem para fazer perguntas.

07 – O que Emília quis dizer no trecho “Quero todas as coisas inteirinhas – pão, pão, queijo, queijo – ali na batata!” (21º parágrafo)?
      É que ela não gosta das reticências. Porque servem para interromper a frase em certo ponto.

08 - No parágrafo 14°, está o ponto que a Emília conhece. Qual sinal de pontuação é essa?
      É o pontos finais.

09 – Na frase: “– Viva! – gritou Emília. – Estão cá os companheiros das Senhoras Interjeições. Vivem de olhos arregalados, a espantar-se e a espantar os outros. Oh! Ah!!! Ih!!!!! Qual é o sinal de pontuação e em que parágrafo está?
      É os pontos de exclamação, e está no 17° parágrafo.

10 – Qual é o sinal de pontuação, quando a Emília disse: “—Oh, estes são engraçadinhos! Parecem meias-luas.”?
      São os parênteses.

        Na comunicação oral, utilizamos um conjunto de recursos – entonação, pausas, melodia, silêncios. Na escrita, estes recursos são representados pelos SINAIS DE PONTUAÇÃO.

        Os sinais de pontuação servem para estruturar as frases e conferir ritmo e sentido ao que se deseja transmitir. Vamos sistematizar algumas noções sobre pontuação, exemplificando com trechos do texto “Exame e Pontuação”.

PONTO (.)
        Usado para indicar o final de uma frase declarativa. “Emília despejou um monte de Vírgulas na palma da mão e mostrou-as ao rinoceronte.” (5º parágrafo)

TRAVESSÃO (–)
        São utilizados na reprodução de diálogos. “– Esses também servem para separar. Mas separam com um pouco mais de energia do que a Vírgula sozinha.” (9° parágrafo).

PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!)
        Um sinal de pontuação que enfatiza as seguintes emoções: surpresa, espanto, entusiasmo, raiva, dor. “– Viva! – gritou Emília. – Estão cá os companheiros das Senhoras Interjeições. Vivem de olhos arregalados, a espantar-se e a espantar os outros. Oh! Ah!!! Ih!!!!!” (17º parágrafo)

PONTO DE INTERROGAÇÃO (?)
        É usado para fazer perguntas. “– E estes, Quindim, estes casaizinhos de Vírgula e Ponto?” (8º parágrafo)

VÍRGULA (,)
        É usada para marcar uma pausa do enunciado. “No tal bazar encontraram os Sinais de Pontuação, arrumados em caixinhas de madeira, com rótulos na tampa.” (3º parágrafo)

RETICÊNCIAS (...)
        Usada para indicar que a ideia que se pretende exprimir não se completa com o término gramatical da frase, e deve ser suprida pela imaginação do leitor. “Estava ficando sabida demais...” (9º parágrafo).
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