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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

POEMA: LADAINHA II - CASSIANO RICARDO LEITE -COM QUESTÕES GABARITADAS


Poema: Ladainha II
              
         Cassiano Ricardo Leite

Por que o raciocínio,
os músculos, os ossos?
A automação, ócio dourado.

O cérebro eletrônico, o músculo
mecânico
mais fáceis que um sorriso.

Por que o coração?
O de metal não tornará o homem
mais cordial,
dando-lhe um ritmo extra-corporal?

Por que levantar o braço
para colher o fruto?
A máquina o fará por nós.
Por que labutar no campo, na cidade?
A máquina o fará por nós.
Por que pensar, imaginar?
A máquina o fará por nós.
Por que fazer um poema?
A máquina o fará por nós.
Por que subir a escada de Jacó?
A máquina o fará por nós.
Ó máquina, orai por nós.
                            Cassiano Ricardo Leite. Jeremias sem-chorar.
                         Rio de Janeiro: José Olympio, 1968. p. 20.
Entendendo o poema:
01 – De que se trata este poema?
      Faz uma crítica aos avanços tecnológicos, que passou a dominar todas as áreas no mundo pós Segunda Guerra Mundial.

02 – Em que versos o poeta mostra toda a sua indignação ao processo de automação que estaria deixando as pessoas ociosas?
      Nos versos: “Por que o raciocínio, / os músculos, os ossos? / A automação, ócio dourado.”

03 – Como o eu lírico chama as máquinas?
      São chamadas de cérebro eletrônico.

04 – Na segunda estrofe o eu lírico questiona o porquê da existência do coração, sugerindo o quê?
      Sugerindo que “O de metal não tornará o homem mais cordial, dando-lhe um ritmo extra corporal.

05 – Que figura de linguagem o eu lírico usa na segunda estrofe? E o que podemos entender?
      A ironia, dá-nos a entender que as pessoas não estão mais afeitas à cordialidade.

06 – Na terceira estrofe o eu lírico elenca uma série de atividades que devido a introdução das máquinas o homem do campo perdeu parcialmente que funções do braço? Cite os versos.
      “... levantar o braço para colher o fruto /
       ... labutar no campo /
       ... pensar, imaginar.”

07 – Que sentido o eu lírico dá ao verso: “Ó máquina, orai por nós”?
      Ele dá a máquina um status de alguém que esteja próximo a um divindade e que poderá substituir o homem, inclusive na hora da oração.
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