Lenda: Do pássaro quero-quero
Era uma vez um pássaro que vivia na
floresta e não andava nada satisfeito com sua vida. Ele não sabia por que, mas
todas as coisas que ele queria não davam certo. Ele era muito agitado e só
sabia dizer “quero” para tudo e para todos. Sempre cantava muito alto e no seu
canto somente se entendia a palavra “quero”. Quando entravam os outros
pássaros, ele não sabia de que se tratava o assunto e ia logo gritando “quero”.
Um dia ele achou que ninguém era amigo dele, e que todos queriam o seu mal.
Ficou muito triste e saiu a andar pela floresta chorando muito. Mesmo chorando
sozinho pela floresta gritava bem alto seu canto “quero”. Do alto de uma árvore
estava o professor Coruja que, vendo aquele pássaro gritando tão alto e chorando
muito, não se aguentou e desceu até o chão.
– O que acontece com você, pobre
pássaro? Você quer ajuda? Perguntou o professor Coruja.
– Quero. Respondeu o pássaro chorão.
– Por que você grita tão alto? Você
quer um amigo para conversar? Quer?
– Quero.
– Você quer parar de chorar e ficar
alegre?
– Quero.
– Você quer sentar um pouco aqui perto
da minha casa para conversarmos? Perguntava o professor Coruja, curioso pelas
respostas do pássaro.
–
Quero. Mais uma vez respondeu o pássaro.
O professor Coruja então parou e
pensou: “Nossa, esse pássaro só sabe falar uma palavra e para tudo diz quero.
Será que ele não sabe dizer outra coisa? Vou perguntar a ele o que realmente
quer quem sabe com isso ele pare de cantar”.
– Pássaro, o que você quer?
– Quero. Respondeu o pássaro.
Então o professor Coruja novamente se
surpreendeu com a resposta e disse ao pássaro:
– Meu bom pássaro, você não pode
simplesmente querer as coisas. Para querer e obter algo na vida é preciso mais.
Sempre precisamos ter duas vezes o querer. Você já pensou nisso?
Assim o pássaro que até então só
gritava, olhou para o professor Coruja, parou de chorar e pela primeira vez se
dispôs a escutar alguém.
– Quero entender isso, professor
Coruja, disse o pássaro com brilho nos seus olhinhos.
– É muito simples – disse o professor
Coruja. Para vivermos bem e felizes, precisamos querer duas vezes. Querer as
coisas boas para nós, mas também querer as coisas boas para os outros que
convivem conosco. Todos nós queremos respeito e, para sermos respeitados,
precisamos respeitar os outros, ou seja, todos nós queremos ser amados, mas,
para sermos amados, precisamos amar os nossos semelhantes. Com ar mais feliz o
pássaro começou a entender o que acontecia e disse:
– Explique mais, professor Coruja.
– Veja, todos nós queremos proteção,
não é verdade? Mas para termos proteção precisamos proteger. Nós fazemos isto
quando cuidamos das coisas dos outros, então eles também cuidarão das nossas
coisas. Se quisermos ter saúde, então precisamos também querer nos cuidar,
querer nos alimentar bem e querer praticar esportes e querer dizer não.
– Como assim? – perguntou o pássaro,
que nunca havia visto alguém falar em não querer.
– Sim, pássaro, às vezes é preciso não
querer. Se você quer saúde, você não pode querer ser guloso, preguiçoso e,
principalmente, você não pode querer drogas, como cigarro, a bebida e outras
porcarias que só estragam a nossa saúde e a saúde dos outros.
– Ah! Agora entendi. O que realmente
quero é ser feliz.
– E você deve querer ser feliz, falou o
professor Coruja. Mas para querermos ser feliz é preciso também querer fazer os
outros felizes. Quando fazemos os outros felizes, somos felizes também. E foi
então que o pássaro alegremente disse:
– Quero-quero, quero-quero.
Despediu-se do professor Coruja com
grande alegria e retornou para o campo onde morava. Até hoje esse pássaro
chamado “quero-quero” vive alegremente nos campos chamando a atenção de todos
com seu canto.
– Quero-quero, quero-quero…
Dizem que seu canto é para lembrar a
todos que escutarem que é preciso querer duas vezes; querer o bem para si, mas
também para os outros.
Entendendo a lenda:
01 – Em sua opinião o que o
texto expressa.
O texto expressa,
que mesmo com toda dificuldade, que precisamos ter duas vezes o querer.
02 – Por que o pássaro achou
que ninguém era amigo dele e lhe queriam mal? E qual foi a sua atitude?
Porque os
pássaros não conseguiam entender o que ele falava. Ele saiu muito triste a
andar pela floresta chorando muito.
03 – Quem são as personagens
desta lenda?
O pássaro
Quero-quero e o professor Coruja.
04 – Qual foi a primeira ave
que deu atenção para o Quero-quero?
Foi o professor
Coruja.
05 – Quando o professor
Coruja começou a conversa com ele. O que foi que o professor achou muito
estranho?
Que ele só sabia
chorar e falar “quero”.
06 – Depois de tanta
gritaria e choro, o que a Quero-quero disse ao professor Coruja?
“Quero entender isso, professor Coruja”.
07 – Na frase: “Sim,
pássaro, às vezes é preciso não querer”. A que o professor estava se referindo?
Ele referia-se
que para ter saúde, é preciso dizer não a gulodice, a preguiça, e não querer
drogas; como cigarros, bebidas e outras porcarias.
08 – O pássaro disse: “O que
realmente quero é ser feliz”. Qual foi o conselho do professor Coruja?
Que para ser feliz; é preciso também
querer fazer os outros felizes.
09 – A partir da conversa com
o professor Coruja, qual é o canto do pássaro?
“Quero-quero, quero-quero.”
10 – Quais os locais que
passam esta história?
Na floresta e no campo onde era sua
morada.
11 – De acordo com o último
parágrafo, qual a mensagem que podemos tirar, com relação ao canto do pássaro?
Que todos que
ouvirem, vão lembrar que é preciso querer duas vezes; querer o bem para si, mas
também para o próximo.
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