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domingo, 29 de abril de 2018

CRÔNICA: OS FILHOS DO CARVÃO - JÔ AZEVEDO, IOLANDA HUZAK E CRISTINA PORTO - COM GABARITO


CRÔNICA - OS FILHOS DO CARVÃO
 
        A professora de Serafina levou para a classe um livro que falava sobre o dia a dia das crianças que trabalham. Conheça uma das histórias desse livro contada pela própria Serafina. 

       Aposto que você não sabia que o carvão é a lenha do eucalipto queimado em fornos chamados "rabos quentes", sabia? E, se não sabia disso, também não deve saber que rabo quente é uma espécie de iglu (já viu como é a casa do esquimó?), feito de tijolo e barro, que arde e estala com o fogo aceso durante três dias. 
      Pois é. Só que, para fazer o eucalipto virar carvão, muitas crianças têm que trabalhar junto com os pais. 
    Quem contou e até mostrou tudo isso para a minha professora foi a Luciane, uma menina de 15 anos, que vive numa fazenda em Água Clara (no Mato Grosso do Sul). Ela tem mais dois irmãos adolescentes e duas irmãs pequenas. Todos trabalham com o pai numa carvoaria. Escute só o que mais ela falou:
      "O médico me proibiu de mexer com fumaça, pois já tive pneumonia. Mas meu pai não aguenta trabalhar sozinho. Desde os 7 anos, eu ajudo ele. Comecei fazendo porta de forno, depois aprendi de tudo. Tem de transportar a lenha, botar fogo, esperar esfriar e retirar o carvão. Tem tanta coisa pra se fazer numa carvoaria que, de noite, a gente dorme em pé". 
      Agora, pare um pouco e pense como deve ser horrível a gente não poder deitar em uma cama macia, cheirosa e quentinha, ainda mais quando está caindo de cansado. Pois é... Esta história dos filhos do carvão só tem fumaça e tristeza. Se eu fosse pintar, só usaria o lápis cinza. E o preto também, claro, pra pintar o carvão e o "gato". 
     Sabe o que é esse gato preto entre aspas? É o empreiteiro, o homem que contrata os carvoejadores e depois leva todos para morar em barracas, dentro das florestas onde estão os eucaliptos que vão virar carvão. 
    É ali, no meio da fumaça e longe da cidade, que famílias como a de Luciane vivem. E não é só em Água Clara. A dona Catarina disse que também em Minas Gerais, na Bahia e no Pará.
     Esta história cinza-triste me fez lembrar de amarelinha. É que minha mãe sempre me dá um pedaço de carvão quando eu quero riscar uma amarelinha na calçada. É melhor que giz, porque o preto aparece mais. 
      Será que essas crianças já brincaram alguma vez de amarelinha?

                             Serafina e a criança que trabalha, de Jô Azevedo,
                                                 Iolanda Huzak e Cristina Porto, Ática.

Após a leitura do Texto, realize o que se propõe.

01 – Apesar de estar sob restrições médicas, a jovem Luciane não deixou de trabalhar com o carvão. Que motivo ela mesma apresentou para este fato:
A – O medo de ser punida pelo "gato".
B – A impossibilidade de o pai dela realizar todo o trabalho sozinho.
C – O prazer que sente na realização desta atividade.
D – O desejo de fazer companhia aos irmãos na porta o forno.
E – A necessidade de continuar recebendo salário para contribuir com a renda familiar.

02 – “...uma menina de 15 anos, que vive numa fazenda...” 
O vocábulo grifado, no trecho acima, é um pronome relativo.
Marque a opção cujo que tenha a mesma função gramatical:
A – É o empreiteiro que contrata os carvoejadores.
B – Luciane tem um quê de tristeza.
C – Temos que proteger as crianças da exploração infantil.
D – Espero que as crianças do carvão brinquem de amarelinha.
E – Que difícil vida levam estas crianças!

2 comentários:

  1. esta historia e muito linda mais as crianças da exploraçao infantil mais as crianças vez de estudar mais eles trabalham eles poderiam estudar mais eu finto pena delas nao para ter um futuro melhor para elas eu finto pena deças crianças vez de brinca de carrinho de boneca mais etc

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  2. Esta história é muito linda eu sinto muita pena das crianças pois elas dormiam em pé e não em uma cama confortável e quentinha.

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