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terça-feira, 10 de abril de 2018

FILME(ATIVIDADES): MEMÓRIAS DO CÁRCERE - GRACILIANO RAMOS - COM SINOPSE E ATIVIDADES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): MEMÓRIAS DO CÁRCERE
                                               GRACILIANO RAMOS

Data de lançamento: 20 de junho de 1984 (2h 53min)
Gênero: Drama
Nacionalidade: Brasil

SINOPSE E DETALHES
        Na década de 1930, o escritor Graciliano Ramos (Carlos Vereza) é preso acusado de ligações com o Partido Comunista. Capturado em Alagoas, onde era servidor público e levava uma pacata vida, ele dá entrada no presídio de Ilha Grande, no Rio de Janeiro, em 3 de março de 1936, sem sequer passar por um julgamento. Em meio a atritos de ordem política e pessoal, crueldade, insalubridade, fome e os mais diversos tipos de criminosos - de ladrões de galinha a guerrilheiros -, ele escreve.
        Memórias do Cárcere é um filme brasileiro de 1984, do gênero drama biográfico, roteirizado e dirigido por Nelson Pereira dos Santos. O roteiro é uma adaptação do livro homônimo de Graciliano Ramos. É contada a fase em que o escritor, autor de Vidas Secas, esteve preso sob ordens da polícia do Estado Novo no Brasil. A música-tema é "Marcha Solene Brasileira", variação do Hino Nacional do Brasil, de Louis Moreau Gottschalk para a Orquestra Sinfônica de Berlim com regência de Samuel Adler. A restauração do filme foi patrocinada pela Petrobras Em novembro de 2015 o filme entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
        Em 1935, o Governo de Getúlio Vargas esmagou a revolta militar da Aliança Nacional Libertadora, conhecida como Intentona Comunista, e aplicou medidas que suspendiam as garantias das liberdades individuais de todos os brasileiros. Graciliano Ramos, escritor afamado e dirigente público de Ensino em Alagoas simpatizante comunista que trabalhava no Palácio do Governo, acabou sendo preso em março de 1936 sem haver um processo formal de acusação. Depois de um tempo nos quartéis, cárceres públicos onde presenciou a ordem de deportação de Olga Benário Prestes e Elisa, e num hospital em que podia receber as visitas de advogado e da esposa Heloísa, ele foi enviado à remota Colônia Penal da Ilha Grande. Ali, apesar de muito doente devido a uma úlcera mal curada, continuou a escrever e consegue sobreviver aos 10 meses de confinamento em condições precárias e sofrendo crueldades, com a ajuda de alguns funcionários e dos demais prisioneiros de sua seção, ladrões e revoltosos políticos, e que esperavam serem retratados nos livros do escritor.

Entendendo o filme:

01 – De que se trata esta filme?
      É o testemunho da realidade nua e crua de quem, sem saber por quê, viveu em porões imundos, sofreu com torturas e privações provocadas por um regime ditatorial chamado de Estado Novo.

02 – Que motivo levou o escritor e jornalista a ser preso?
      Sua prisão aconteceu durante o Estado Novo, foi meio ao pânico político que o Partido Comunista gerou, mas nunca houve uma acusação formal, ou um julgamento.

03 -  O filme por consequência são divididos em quatro partes. Quais?
      Viagens, Pavilhão dos Primários, Colônia Correcional e Casa da Correção.
      Estas divisões correspondem as fases da prisão do escritor. Onde pode-se facilmente encontrar a crítica e a denúncia, fazendo referência direta ao sistema governamental vigente na época.

04 – A primeira parte de Memórias de Cárcere, de Graciliano Ramos, intitula-se “Viagens” porque, neste trecho de suas memórias, o escritor:
a)   Expõe aproveitamento que fazia, em seus romances, das experiências adquiridas em viagens.
b)   Narra as viagens que fez para revisar, em solidão, o romance que escrevia na época.
c)   Registra os vários deslocamentos a que foi submetido após sua prisão.
d)   Relata sua fuga, durante a qual passa por diversos lugares.
e)   Viaja por vários lugares, obtendo subsídios para a produção de sua narrativa de memórias.

05 – Leia atentamente esta passagem de Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos. “Esforço-me por alinhavar está prosa lenta, sairá daí algum lucro, embora escasso – e este lucro fortalecerá pessoas que tentam oprimir-me. É o que me atormenta. Não é o fato de ser oprimido: é saber que a opressão se erigiu em sistema.”

Todas as alternativas apresentam inferências possíveis a partir da leitura desse trecho e da obra como um todo, EXCETO:
a)   O autor crítica, com seu texto, o sistema que o oprime.
b)   O autor é um atormentado pelas injustiças do sistema capitalista.
c)   O escritor se sente oprimido indiretamente porque vê a opressão sobre os outros
d)   O lucro derivado do trabalho do escritor contribui para a manutenção da opressão.
e)   O sistema editorial brasileiro participa do mecanismo da opressão.

06 – Em Memórias do Cárcere, o autor conta as desventuras enquanto foi preso político no Presídio da Ilha Grande, em 1936.
Apesar de ser um livro / filme autobiográfico, o autor expõe, logo na abertura, as dificuldades de reconstrução da memória.
A consciência de Graciliano Ramos em relação ao caráter parcialmente ficcional das suas memórias está evidenciada no seguinte trecho:
a)   Resolvo-me a contar, depois de muita hesitação.
b)   Também me afligiu a ideia de jogar no papel criaturas vivas.
c)   Outros devem possuir lembranças diversas.
d)   Conjugam-se, completam-me e me dão hoje impressão de realidade.

07 – Graciliano Ramos busca dar uma explicação mais objetiva ao leitor sobre os motivos que justificam seu relato.
Entretanto, já nesta explicação, o autor lança mão de recursos da linguagem figurada, frequentes no discurso literário.
O fragmento do texto que melhor exemplifica o uso de linguagem figurada é:
a)   Dar-lhes pseudônimo, fazer do livro/filme uma espécie de romance.
b)   Outros permanecem junto a mim, ou vão reaparecendo.
c)   Quantas demoradas tristezas se aqueciam ao sol pálido.
d)   Às vezes necessitamos confirmação, apelamos para reminiscências alheias.

08 – No trecho: “Não resguardei os apontamentos obtidos em longos dias e meses de observação: num momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água.”
O fragmento acima poderia ser reescrito com a inserção de um conectivo no início do trecho sublinhado.
Esse conectivo, que garantiria o mesmo sentido básico do fragmento, está indicado em:
a)   Porque.
b)   Embora.
c)   Contudo.
d)   Portanto.

09 – Em sua reflexão acerca das possibilidades de recompor a memória para escrever o livro, o narrador utiliza um procedimento de construção textual que contribui para a expressão de suas inquietudes.
Tal procedimento pode ser identificado como:
a)   Encadeamento de fatos passados.
b)   Extensão de parágrafos narrativos.
c)   Sequência de frases interrogativas.
d)   Construção de diálogos presumidos.

10 – Nesta reconstituição de fatos velhos, neste esmiuçamento, expondo o que notei, o que julgo ter notado.
O uso do verbo “julgar”, no fragmento acima, promove uma correção do que estava dito imediatamente antes.

Essa correção é importante para o sentido geral do texto porque:
a)   Questiona a validade de romancear fatos.
b)   Minimiza o problema de narrar a memória.
c)   Valoriza a necessidade de resgatar a história.
d)   Enfatiza a dificuldade de reproduzir a realidade.

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