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segunda-feira, 12 de março de 2018

POEMA: O APANHADOR DE DESPERDÍCIOS - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

POEMA: O APANHADOR DE DESPERDÍCIOS 
                                          
                                              Manoel de Barros

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras fatigadas de informar.
Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes. Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios: Amo os restos como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.


Entendendo o poema:
01 – Na poesia, Manoel de Barros valoriza as coisas mais simples da vida através de uma linguagem:
a) denotativa.
b) com neologismos.
c) hiperbólica.
d) dramática.
e) irônica.

02 – A recusa do autor pelo sentido denotativo das palavras está expressa no verso:
a) Uso a palavra para compor meus silêncios.
b) Tenho abundância de ser feliz por isso.
c) Prezo insetos mais que aviões.
d) Não gosto das palavras fatigadas de informar.
e) Tenho em mim um atraso de nascença.

03 – A figura de linguagem da personificação está muito bem exemplificada na passagem:
a) Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão.
b) Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
c) Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis.
d) Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos.
e) Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática.


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