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segunda-feira, 19 de março de 2018

POEMA: AS POMBAS - RAIMUNDO CORREIA - COM GABARITO

POEMA: AS POMBAS
                  Raimundo Correia


Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...

                                      Correia, Raimundo. Op. Cit.

Entendendo o poema:
01 – No soneto As Pombas, o poeta faz uma comparação ente os sonhos e as pombas e, por consequência, entre os corações e os pombais. Em que momento acontece a desarmonia dessa comparação? Por quê?
       No último terceto acontece a desarmonia porque, quando passada a adolescência, não há como recuperá-la. Os sonhos não duram para sempre.

02 – Nota-se que em As Pombas o assunto é, aparentemente, uma descrição de como as aves saem de madrugada de seus ninhos e voltam ao anoitecer. Contudo, trata-se somente de uma aparência. No fundo, a intensão do poeta é bem outra. Você poderia interpretar qual é essa intensão?
     A intenção do poeta é fixar a ideia de que a vida é efêmera e precisa ser vivenciada com intensidade, pois o tempo passa e é irrecuperável.

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