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terça-feira, 5 de setembro de 2017

CRÔNICA: O CÉU - CLARICE LISPECTOR - COM GABARITO


CRÔNICA – O CÉU
                        Clarice Lispector

  

        Não me lembro quando estive em Caxambu, acompanhando meu pai. E uma noite, com uma amiga, mas dessas que não enchem o ar com palavras, fomos para um descampado. E lá, meio inclinada para trás, olhei para o céu.
        O céu, no campo, é de um azul-marinho profundo e veem-se como cristais milhares de estrelas. Olhando para o céu, fiquei tonta de mim mesma.
        Como?! Como o ser humano é genial! Como é que foram inventar o planetário?
        No dia 25 de julho de 1971 fui ver o céu no planetário. Era domingo. E nesse dia iam mostrar Júpiter em particular. O céu é coisa de louco ou de gênio. Fiquei muito contente de ver o Sol. E era dia do signo Sagitário, que é meu. Júpiter é o mais poderoso de todos os planetas. Tem uma série de satélites.
        Depois de 15 de agosto vou ver o planeta Marte. Será que algum planeta, além da terra, é habitado? Somos uns privilegiados. Sobra tanta matéria-prima aqui conosco que até animais temos, animais puros como o tigre e um animal horrível cujo o nome não quero escrever.
        Juro que nós devíamos ser mais unidos: porque o Universo é tão grande que ultrapassa qualquer linha de horizonte. Se nós não nos amarmos, estamos perdidos. É melhor nós nos encontrarmos em Deus.

                                      Clarice Lispector. Jornal do Brasil, 7-8-1971.

1 – No primeiro parágrafo, a autora, referindo-se à sua amiga, quis dizer que esta era uma pessoa:
      (   ) Triste.             (X) Calada.           (   ) Arrogante.

2 – No segundo parágrafo, as estrelas são comparadas a Cristais por causa de:
       (   ) Sua forma.         (   ) Sua cor.      (X) Seu brilho.

3 – “Fiquei tonta de mim mesma”. Assinale a melhor interpretação dessa frase:
      (   ) Senti tonturas de tanto olhar o céu.
      (X)  Senti-me insignificante, atordoada, diante da intensidade e beleza do céu estrelado.
      (   ) Senti orgulho de ser um habitante do planeta Terra.

4 – Releia o terceiro parágrafo e, depois, complete de acordo com o texto:
      A invenção do planetário é uma prova, uma demonstração da Inteligência humana.

5 – Destaque do quanto parágrafo a frase com que a autora exprime a sua admiração, o seu espanto, diante da estupenda grandiosidade do espaço celeste povoado de astros.
      O céu é coisa de louco ou de gênio.

6 – “E era dia do signo Sagitário, que é meu.” A autora quis dizer que, nesse dia, o horóscopo prognosticava para ela:
      (X) Acontecimentos favoráveis, coisas boas.
      (   ) Acontecimentos desagradáveis, coisas más.

7 – Por que a autora diz, no penúltimo parágrafo, que “somos uns privilegiados”?
      Porque a Terra, pelo que se sabe, é o único planeta habitado.

8 – A que “animal horrível” se refere a escritora, no penúltimo parágrafo?
      Provavelmente a cobra.

9 – No parágrafo final, a autora recomenda a união e o amor entre as criaturas humanas.

10 – Assinale os dois fatos que inspiraram esta crônica a Clarice Lispector:
      (X) Sua ida a Caxambu.
      (   ) A leitura do horóscopo.
      (   ) Os satélites de Júpiter.
      (X) A visita ao planetário.

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