A LUTA DAS MULHERES
Nos anos de
1960, enquanto os negros lutavam por direitos que a sociedade lhes negava, as
mulheres também mostraram sua força. O movimento feminista vinha mobilizando
milhões de mulheres no mundo todo desde o final do século XIX. No ano de 1960,
no entanto, a liberação ao público da pílula anticoncepcional marcou o início
de uma verdadeira revolução sexual.
A pílula, que passou a ser vendida em qualquer farmácia, permitia à mulher
decidir se queria ou não engravidar e possibilitava a ela uma vida sexual mais
intensa. As mulheres passaram a debater e denunciar a crença vigente na época
de que a mulher era incapaz para a vida intelectual e de que era naturalmente
inferior ao homem.
As mulheres dos
anos de 1960 engajaram-se também na luta política. Em várias partes do mundo,
surgiram organizações femininas que promoviam debates, cursos, publicações e
levavam milhares de manifestantes às ruas para exigir salários e direitos
iguais aos dos homens, a aprovação do divórcio e o direito a certo número de
vagas no funcionalismo público e nas universidades. Nas últimas décadas, as
mulheres têm conquistado espaço considerável nas mais diferentes áreas da vida
social, sobretudo no mundo do trabalho, mas o machismo continua existindo e é facilmente perceptível, por
exemplo, quando se observa o comportamento dos homens no trânsito.
1 – Observe a foto da próxima página.
a) Há indícios de que a foto é da década
de 1960? Quais?
SIM. Há alguns indícios, como,
por exemplo, a minissaia, a armação dos óculos do rapaz, o conteúdo dos
cartazes, etc.
b) O que essa passeata de mulheres
reivindica?
A passeata reivindica,
entre outras coisas, igualdade de salários entre homens e mulheres, como se
pode concluir pelos dizeres do cartaz que a moça de minissaia branca ostenta:
“Equal pay for equal jobs”.
2 – Para a escritora feminista Simone de Beauvoir, a mulher
não nasce obediente, passiva ou dependente: é a educação machista que a faz
aceitar a dominação masculina. Vocês concordam com essa afirmação?
Resposta
pessoal em grupo. Ao desvelar o papel da educação machista e repressora na
conformação da mulher subserviente, a chamada “rainha do lar”, a questão pode
ajudar o alunado a superar a visão inserida no senso comum, segundo a qual a
mulher é naturalmente passiva e dependente do homem. Desnaturalizar um fenômeno
ou processo é uma das funções principais da História.
3 – É comum ouvirmos a expressão “Só podia ser mulher!!!”
quando alguém faz uma barbeiragem no trânsito.
a) O que essa afirmação indica?
É indício do machismo que
continua presente na sociedade brasileira.
b) O que pode ser feito para mudar esse
tipo de comportamento?
Resposta pessoal dos
alunos: Comentar que o machismo no Brasil é um fenômeno inscrito na longa duração,
e que as mudanças no campo dos comportamentos e valores são mais lentas do que
as políticas e econômicas.
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