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terça-feira, 4 de abril de 2017

FÁBULA: O LOBO E O CORDEIRO - MARISA LAJOLO - COM GABARITO

FÁBULA– O LOBO E O CORDEIRO
                    Marisa Lajolo

A razão do mais forte vai sempre vencer
É o que adiante vocês hão de ver.
Num límpido regato um dia
Um cordeiro, sereno, bebia.
Eis que surge um lobo faminto:
- Como ousas sujar minha água?
Diz o lobo com fingida mágoa:
- Logo vais receber o castigo
Por assim desafiar o perigo.
- Senhor – o cordeiro respondeu -,
Não te zangues: não vês que me encontro
Vinte passos abaixo de ti
E, portanto, seria impossível
Macular tua água daqui?
- Tu a sujas – diz o bicho feroz -,
Além disso estou informando
Que falaste de mim ano passado.
- Como poderia te ter ofendido
Se não era nascido então,
E o leite materno inda bebo?
- Ora, ora, se não foste tu,
Com certeza foi teu irmão.
- Não o tenho.
- Então foi algum dos teus:
Pois que nunca me deixam em paz,
Tu, teus pastores e cães;
Necessária a vingança se faz.
E no fundo da floresta
Com toda tranquilidade
O lobo devora o cordeiro
Sem outra formalidade.
                                     Histórias sobre ética. São Paulo: Ática, 1999, p. 11-12.
        (Coleção para gostar de ler, v. 27; coordenação e seleção de textos de
                                                                                                           Marisa Lajolo).
1 – Identifique:
a)     Qual é o primeiro argumento do lobo, para justificar sua ameaça ao cordeiro?
O cordeiro estava sujando a água que ele ia beber.

b)    O lobo apresenta esse argumento com fingida mágoa: com que objetivo ele finge que está magoado?
Com o objetivo de disfarçar a falsidade de seu argumento.

c)     Qual é o contra-argumento do cordeiro?
Estava abaixo do lobo, portanto, não podia estar sujando a água.

d)    Qual é a atitude do lobo diante do contra-argumento do cordeiro?
Ignora o contra-argumento e insiste em seu argumento – reafirma que o cordeiro suja a água – e em seguida apresenta outro argumento.

2 – Identifique:
a)     Qual é o segundo argumento do lobo, para continuar ameaçando o cordeiro?
O cordeiro tinha falado mal dele, no ano anterior.

b)    Qual é o contra-argumento do cordeiro?
Ainda não tinha nascido, no ano anterior.

c)     Qual é a ração do lobo ao contra-argumento do cordeiro?
Não nega o contra-argumento, mas apresenta outro.

3 – Identifique:
a)     Qual é o terceiro argumento do lobo, para insistir na ameaça ao cordeiro? Que pressuposto está subjacente a esse argumento?
O irmão do cordeiro tinha falado mal dele; o pressuposto é que o cordeiro deveria pagar pelos atos do irmão.

b)    Qual é o contra-argumento do cordeiro?
Não tinha irmão.

c)     Qual é a resposta do lobo? Que pressuposto está subjacente a essa resposta?
Algum dos pastores ou dos cães tinha falado mal dele; o pressuposto é que o cordeiro deveria pagar pelos atos daqueles com quem convivia.

4 – No jogo de argumentos e contra-argumentos, qual dos dois tinha razão: o lobo ou o cordeiro?
       O cordeiro, porque apresentava fatos verdadeiros, enquanto o lobo inventava fatos.

5 – Recorde as palavras finais do lobo:
       “Necessária a vingança se faz”.
       Foi mesmo por vingança que o lobo devorou o cordeiro? Justifique sua resposta.
       Não, não havia razão para vingança, o cordeiro tinha cometido nenhuma falta; devorou o cordeiro porque estava faminto.

6 – Identifique, na fábula, o preceito moral ou a moral e explique: que relação tem esse preceito com a história do lobo e do cordeiro?
       A razão do mais forte vai sempre vencer; a fábula mostra que, embora o cordeiro é que tivesse razão, venceu o lobo, apenas porque era mais forte.


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