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quinta-feira, 20 de abril de 2017

LENDA: A VITÓRIA-RÉGIA - THEOBALDO M. SANTOS - COM GABARITO


LENDA: A VITÓRIA-RÉGIA 

        Era uma noite de luar. As estrelas brilharam no céu como diamantes. E a Lua iluminava a Terra com seus raios prateados. Um velho cacique, fumando seu cachimbo, contava à crianças as histórias maravilhosas de sua tribo Ele era também feiticeiro e conhecia todos os mistérios da natureza. Um dos curumins que o ouviam perguntou ao velho de onde vinham as estrelas que luziam no céu. E o cacique respondeu:
         --- Eu as conheço todas. Cada estrela é uma índia que se casou com a Lua. Não sabiam? A Lua é um guerreiro belo e forte. Nas noites de luar, ele desce à Terra para se casar com uma índia. Aquela estrela que estão vendo é Nacaíra, a índia mais formosa da tribo dos maués. A outra é Janã, a flor mais graciosa da tribo dos aruaques. A respeito disso, vou contar a vocês uma história que aconteceu, há muitos anos, em nossa tribo. Prestem atenção:
        Havia, entre nós, uma índia jovem e bonita, chamada Naiá. Sabendo que a lua era um guerreiro belo e poderoso, Naiá por ele se apaixonou. Por isso, recusou as propostas de casamento que lhe fizeram os jovens mais fortes e bravos de nossa tribo.
        Todas as noites, Naiá ia para a floresta e ficava admirando a Lua com seus raios prateados. Às vezes, ela saía correndo através da mata, para ver se conseguia alcançar a Lua com seus braços. Mas esta continuava sempre afastada e indiferente, apesar dos esforços da índia para atingi-la.
        Uma noite, Naiá chegou à beira de um lago.
        Viu nele, refletida, a imagem da Lua. Ficou radiante! Pensou que era o guerreiro branco que amava. E, para não perde-lo, lançou-se nas águas profundas do lago. Coitada! Morreu afogada.
        Então a Lua, que não quisera fazer de Naiá uma estrela do céu, resolveu torna-la uma estrela das águas. Transformou o corpo da índia numa flor imensa e bela. Todas as noites, essa flor abre suas pétalas enormes, para que a Lua ilumine sua corola rosada.
        Sabem qual é essa flor? É a vitória-régia!

                       Theobaldo Miranda Santos. Lendas e mitos do Brasil.
                                                                 São Paulo: Nacional, 2005.

Corola: parte da flor formada pelas pétalas e pelo centro.
1 – Quem narra essa história é um velho cacique. O que o levou a conta-la?
       Foi a pergunta de um dos garotos (curumim) sobre a origem das estrelas.

2 – De acordo com a história contada pelo cacique, qual é a origem das estrelas?
       Cada estrela é uma indígena que se casou com a Lua.

3 – Como a Lua é caracterizada na lenda?
       Como um guerreiro belo e poderoso.

4 – Qual é o sentimento que a Lua desperta em Naiá?
       Naiá se apaixona pela Lua.

5 – O sentimento de Naiá é correspondido pela Lua?
       Não, a Lua fica indiferente à moça.

6 – O final da história surpreende o leitor com um desfecho trágico. Releia os dois últimos parágrafos e relate, isto é, conte o que aconteceu, mencionando os fatos principais.
       Resposta possível: A indígena ao chegar à beira de um lago, viu refletida a imagem da Lua e ficou muito feliz, pensando que a Lua a amava. Achando que o reflexo era a lua, jogou-se na água e morreu afogada. A Lua, não querendo fazer de Naiá uma estrela do céu, transformou-a em uma planta das águas: a vitória-régia.

7 – Compare a linguagem que você usou na resposta da questão 6 com a linguagem usada na lenda: qual das duas linguagens é mais o ética, qual delas provocaria mais emoção no leitor?
       Educador: provavelmente os alunos não relatarão os fatos usando a mesma linguagem expressiva da lenda, mas de um modo mais objetivo. Nesse caso, a resposta seria; a linguagem da lenda.

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