POEMA: PARA A FEIRA DO LIVRO
João Cabral de Melo Neto
Folheada, a folha de um livro retoma
o lânguido e vegetal da folha folha,
e um livro se folheia ou se desfolha
como sob o vento a árvore que o doa;
folheada, a folha de um livro repete
fricativas e labiais de ventos antigos,
e nada finge vento em folha de árvore
melhor do que vento em folha de livro. [...]
João Cabral de
Melo Neto. In Obra completa Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 367.
1 - Ao tratar da folha de um
livro, o poema a compara a uma “folha folha”. Qual o sentido dessa expressão?
A
expressão “folha folha” refere-se á folha da árvore que dá origem à folha do
papel.
2 - O poema emprega insistentemente
as aliterações dos fonemas f e v. Elas têm no contexto do poema um
valor imitativo. O que essas aliterações procuram imitar?
As
aliterações dos fonemas f e v procuram imitar os sons do vento nas
árvores e o barulho de folhear um livro.
3 - O poema associa os sons do
manuseio das folhas de um livro aos sons produzidos por “ventos antigos” A que
se refere essa expressão?
Refere-se aos ventos que movimentaram as folhas vegetais que deram
origem às folhas de papel.
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