quarta-feira, 1 de julho de 2020

POEMA: ENCOMENDA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

Poema: ENCOMENDA

            Cecilia Meireles


Desejo uma fotografia
como esta — o senhor vê? — como esta:
em que para sempre me ria
como um vestido de eterna festa.

Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.

Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.

Cecília Meireles.

Entendendo o poema:

01 – Assinale a alternativa correta:

a)   O verso 5 constitui a causa para a proposição feita no verso 6.

b)   Mantém-se a busca do riso e da festa desde o primeiro até o último verso.

c)   Atenuam-se apelo e ordem na última estrofe.

d)   Para sempre e eterna funcionam sintaticamente como adjuntos adverbiais que expressam a perenidade do tempo captado pela fotografia.

e)   A construção da referência à outra foto faz-se por meio da recorrência de pronomes possessivos.

02 – Quem é o eu lírico neste poema?

      Ela mesma = a autora.

03 – O que é encomendado?

      Uma fotografia.

04 – No verso sete com o verbo no imperativo: “Deixe a minha ruga”, ou seja, as minhas marcas, para que estas características misturarem-se com a imagem. O que nos revela este verso?

      Revela um conflito dual, exterior versus interior, o exterior deseja afirmar-se e resgatar aspectos que contradizem com o seu interior melancólico, mesclando-se, consciente da efemeridade do tempo e dos sentimentos.

05 – Em que versos o eu lírico confirma necessidade de eternizá-la com a aparência jovem?

      Nos versos três e quatro. “Em que para sempre me ria / como um vestido de eterna festa.”

06 – Que figura de linguagem há nestes versos? “Como tenho a testa sombria, / derrame luz na minha testa.”

      Antítese.





 

 


POEMA: APERITIVO - OSWALD DE ANDRADE - COM GABARITO

Poema: APERITIVO

     Oswald de Andrade

A felicidade anda a pé
Na Praça Antônio Prado
São 10 horas azuis
O café vai tão alto como a manhã de arranha-céus
Cigarros Tietê
Automóveis
A cidade sem mitos.

ANDRADE, Oswald de.

Entendendo o poema:

01 – Todas as características seguintes podem ser verificadas nos versos, menos uma. Indique-a.

a)   Valorização do cotidiano.

b)   Nacionalismo.

c)   Verso livre.

d)   Influência das vanguardas europeias.

e)   Resgate de valores tradicionais.

02 – Nos dois primeiros versos do poema, qual é a imagem inicial da cidade de São Paulo e da “vida” que nela se movimenta?

      O passeio do poeta pela paulistaníssima Praça Antônio Prado.

03 – Em que momento do dia se desenrola essa cena?

      Pela manhã.

04 – Que imagens são utilizadas para caracterizar esse momento?

      Café, céu azul, dia claro.

05 – Os três últimos versos do poema apresentam outros aspectos da cidade por meio de alguns elementos. Que elementos são destacados pelo eu lírico?

      Os aspectos da cidade são apresentados através do cigarro, do Rio Tietê e os automóveis.

      O eu lírico fala sobre o progresso que ainda viria na cidade.

06 – Explique por que a composição desse poema é comparada de uma pintura cubista.

      A cena é montada em quadros que aparentemente não se encaixam. Ele pega partes do cenário, enquadra e coloca um sobre o outro.

07 – No verso: “O café vai alto como a manhã de arranha-céus”, que traços do modernismo há? De que realidade brasileira é citada neste verso?

      Os traços são: linguagem simples, o urbanismo com os “arranha-céus”.

      Ele cita o café que é o que movimenta a economia na época, sendo assim dando importância a realidade brasileira.


POEMA: A BORBOLETA - OLAVO BILAC - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: A borboleta

                                                    Olavo Bilac

Trazendo uma borboleta,
Volta Alfredo para casa.
Como é  linda! é toda preta,
Com listas douradas na asa.

Tonta, nas mãos de criança,
Batendo as asas, num susto,
Quer fugir, porfia, cansa,
E treme, e respira a custo.

Contente, o menino grita:
“É a primeira que apanho,
Mamãe! vê como é bonita!
Que cores e que tamanho!

Como voava no mato!
Vou sem demora pregá-la
Por baixo do meu retrato,
Numa parede da sala.”

Mas a mamãe, com carinho,
Lhe diz: “Que mal te fazia,
Meu filho, esse animalzinho,
Que livre e alegre vivia?

Solta essa pobre coitada!
Larga-lhe as asas, Alfredo!
Vê como treme assustada...
Vê como treme de medo...

Para sem pena espetá-la
Numa parede, menino,
É necessário matá-la:
Queres ser um assassino?”

Pensa Alfredo... E, de repente,
Solta a borboleta... E ela
Abre as asas livremente,
E foge pela janela.

“Assim, meu filho! perdeste
A borboleta dourada,
Porém na estima crescente
De tua mãe adorada...

Que cada um cumpra a sorte
Das mãos de Deus recebida:
Pois só pode dar a Morte
Aquele que dá a Vida.”

Olavo Bilac. Do livro: Poesias Infantis, Ed. Francisco Alves, 1929, RJ.

Entendendo o poema:

01 – O texto acima, é um poema narrativo. Que elementos permitem identificar esse texto como um poema? E quais características correspondem as de uma narrativa?

      É estruturado em versos. As figuras de linguagem, as rimas e a cadência são recursos linguísticos largamente utilizados neste poema. A característica narrativa que ele possui é a de contar um fato.

02 – Qual o significado da palavra porfia no poema? Pesquise no dicionário.

      Porfia – qualidade do que é persistente, insistência, perseverança, tenacidade.

03 – Que reflexão a mãe de Alfredo faz dizendo estes versos:

“Que cada um cumpra a sorte
Das mãos de Deus recebida:
Pois só pode dar a Morte
Aquele que dá a Vida.”

      Que ele não poderia tirar a vida da borboleta, apenas para enfeitar uma parede, e que somente Deus tem este direito, pois foi Ele que deu a vida.

04 – No trecho: “Larga-lhe as asas, Alfredo / Vê como treme assustada... / Vê como treme de medo...”, o que sugere a utilização do recurso da repetição “vê como treme”?

      Sugere para o garoto ter dó da borboleta e soltá-la, por isso usou este recurso de repetição chamado anáfora dando ênfase àquilo que se repete.

05 – A que tipo de leitor esse poema é dirigida?

      Ao leitor contemplativo, meditativo.

06 – Qual o assunto principal do poema?

      A captura de uma borboleta por um garoto.

07 – Que idade parenta o eu lírico desse texto poético? Caracterize-o.

      Aparenta ter sete anos. Ele reage lentamente a ordem de sua mãe, mas depois aceita espontaneamente. Ele é um explorador, aventureiro. Uma criança alegre.

08 – Na sua opinião, a mãe de Alfredo agiu corretamente ao chamar-lhe a atenção?

      Resposta pessoal do aluno.

09 – Coloque-se no lugar de Alfredo: que atitude você tomaria?

      Resposta pessoal do aluno.

10 – A que conclusão o eu lírico chega ao final do texto?

      Que deveria dar liberdade a borboleta que ele havia capturado.

11 – O poema exibe dois pontos de vista: o do garoto e o da sua mãe. Quais são as diferenças entre eles? A argumentação da mãe acaba influenciando na maneira como o garoto enxerga a situação?

      O menino, encantado com a beleza da borboleta, apanha-a no mato e pretende pregá-la na prede, como forma de conservar a sua beleza sempre a vista. A mãe dele, ao contrário, vê o sofrimento da borboleta ao ser retirada de seu ambiente natural e julga errado matar um ser inofensivo. A mãe, ao dizer ao filho que estaria se portando como um assassino, muda a forma como Alfredo pensa, e ele logo liberta a borboleta

CONTO: CONTO DE ESCOLA - MACHADO DE ASSIS - COM GABARITO

Conto: CONTO DE ESCOLA

               Machado de Assis

        A ESCOLA era na Rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era de 1840. Naquele dia — uma segunda-feira, do mês de maio — deixei-me estar alguns instantes na Rua da Princesa a ver onde iria brincar a manhã.

     Hesitava entre o morro de S. Diogo e o Campo de Sant’Ana, que não era então esse parque atual, construção de gentleman, mas um espaço rústico, mais ou menos infinito, alastrado de lavadeiras, capim e burros soltos.

        Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que o melhor era a escola. E guiei para a escola. Aqui vai a razão.

        Na semana anterior tinha feito dous suetos, e, descoberto o caso, recebi o pagamento das mãos de meu pai, que me deu uma sova de vara de marmeleiro. As sovas de meu pai doíam por muito tempo. Era um velho empregado do Arsenal de Guerra, ríspido e intolerante. Sonhava para mim uma grande posição comercial, e tinha ânsia de me ver com os elementos mercantis, ler, escrever e contar, para me meter de caixeiro. Citava-me nomes de capitalistas que tinham começado ao balcão. Ora, foi a lembrança do último castigo que me levou naquela manhã para o colégio. Não era um menino de virtudes.

        Subi a escada com cautela, para não ser ouvido do mestre, e cheguei a tempo; ele entrou na sala três ou quatro minutos depois. Entrou com o andar manso do costume, em chinelas de cordovão, com a jaqueta de brim lavada e desbotada, calça branca e tesa e grande colarinho caído. Chamava-se Policarpo e tinha perto de cinquenta anos ou mais. Uma vez sentado, extraiu da jaqueta a boceta de rapé e o lenço vermelho, pô-los na gaveta; depois relanceou os olhos pela sala. Os meninos, que se conservaram de pé durante a entrada dele, tornaram a sentar-se. Tudo estava em ordem; começaram os trabalhos.

        — Seu Pilar, eu preciso falar com você, disse-me baixinho o filho do mestre.

        Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso um grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco.

        — O que é que você quer? — Logo, respondeu ele com voz trêmula.

        Começou a lição de escrita. Custa-me dizer que eu era dos mais adiantados da escola; mas era. Não digo também que era dos mais inteligentes, por um escrúpulo fácil de entender e de excelente efeito no estilo, mas não tenho outra convicção. Note-se que não era pálido nem mofino: tinha boas cores e músculos de ferro. Na lição de escrita, por exemplo, acabava sempre antes de todos, mas deixava-me estar a recortar narizes no papel ou na tábua, ocupação sem nobreza nem espiritualidade, mas em todo caso ingênua. Naquele dia foi a mesma coisa; tão depressa acabei, como entrei a reproduzir o nariz do mestre, dando-lhe cinco ou seis atitudes diferentes, das quais recordo a interrogativa, a admirativa, a dubitativa e a cogitativa. Não lhes punha esses nomes, pobre estudante de primeiras letras que era; mas, instintivamente, dava-lhes essas expressões.

        Os outros foram acabando; não tive remédio senão acabar também, entregar a escrita, e voltar para o meu lugar.

        Com franqueza, estava arrependido de ter vindo. Agora que ficava preso, ardia por andar lá fora, e recapitulava o campo e o morro, pensava nos outros meninos vadios, o Chico Telha, o Américo, o Carlos das Escadinhas, a fina flor do bairro e do gênero humano. Para cúmulo de desespero, vi através das vidraças da escola, no claro azul do céu, por cima do morro do Livramento, um papagaio de papel, alto e largo, preso de uma corda imensa, que bojava no ar, uma cousa soberba. E eu na escola, sentado, pernas unidas, com o livro de leitura e a gramática nos joelhos.

        — Fui um bobo em vir, disse eu ao Raimundo.

        — Não diga isso, murmurou ele.

        Olhei para ele; estava mais pálido. Então lembrou-me outra vez que queria pedir-me alguma cousa, e perguntei-lhe o que era. Raimundo estremeceu de novo, e, rápido, disse-me que esperasse um pouco; era uma coisa particular.

        — Seu Pilar… murmurou ele daí a alguns minutos.

        — Que é? — Você…

        — Você quê? Ele deitou os olhos ao pai, e depois a alguns outros meninos. Um destes, o Curvelo, olhava para ele, desconfiado, e o Raimundo, notando-me essa circunstância, pediu alguns minutos mais de espera. Confesso que começava a arder de curiosidade. Olhei para o Curvelo, e vi que parecia atento; podia ser uma simples curiosidade vaga, natural indiscrição; mas podia ser também alguma cousa entre eles. Esse Curvelo era um pouco levado do diabo. Tinha onze anos, era mais velho que nós.

        Que me quereria o Raimundo? Continuei inquieto, remexendo-me muito, falando-lhe baixo, com instância, que me dissesse o que era, que ninguém cuidava dele nem de mim. Ou então, de tarde…

        — De tarde, não, interrompeu-me ele; não pode ser de tarde.

        — Então agora…

        — Papai está olhando.

        Na verdade, o mestre fitava-nos. Como era mais severo para o filho, buscava-o muitas vezes com os olhos, para trazê-lo mais aperreado. Mas nós também éramos finos; metemos o nariz no livro, e continuamos a ler. Afinal cansou e tomou as folhas do dia, três ou quatro, que ele lia devagar, mastigando as ideias e as paixões. Não esqueçam que estávamos então no fim da Regência, e que era grande a agitação pública. Policarpo tinha decerto algum partido, mas nunca pude averiguar esse ponto. O pior que ele podia ter, para nós, era a palmatória. E essa lá estava, pendurada do portal da janela, à direita, com os seus cinco olhos do diabo. Era só levantar a mão, despendurá-la e brandi-la, com a força do costume, que não era pouca. E daí, pode ser que alguma vez as paixões políticas dominassem nele a ponto de poupar-nos uma ou outra correção. Naquele dia, ao menos, pareceu-me que lia as folhas com muito interesse; levantava os olhos de quando em quando, ou tomava uma pitada, mas tornava logo aos jornais, e lia a valer.

        No fim de algum tempo — dez ou doze minutos — Raimundo meteu a mão no bolso das calças e olhou para mim.

        — Sabe o que tenho aqui? — Não.

        — Uma pratinha que mamãe me deu.

        — Hoje? — Não, no outro dia, quando fiz anos…

        — Pratinha de verdade? — De verdade.

        Tirou-a vagarosamente, e mostrou-me de longe. Era uma moeda do tempo do rei, cuido que doze vinténs ou dous tostões, não me lembro; mas era uma moeda, e tal moeda que me fez pular o sangue no coração. Raimundo revolveu em mim o olhar pálido; depois perguntou-me se a queria para mim.

        Respondi-lhe que estava caçoando, mas ele jurou que não.

        — Mas então você fica sem ela? — Mamãe depois me arranja outra. Ela tem muitas que vovô lhe deixou, numa caixinha; algumas são de ouro. Você quer está? Minha resposta foi estender-lhe a mão disfarçadamente, depois de olhar para a mesa do mestre. Raimundo recuou a mão dele e deu à boca um gesto amarelo, que queria sorrir. Em seguida propôs-me um negócio, uma troca de serviços; ele me daria a moeda, eu lhe explicaria um ponto da lição de sintaxe. Não conseguira reter nada do livro, e estava com medo do pai. E concluía a proposta esfregando a pratinha nos joelhos…

        Tive uma sensação esquisita. Não é que eu possuísse da virtude uma ideia antes própria de homem; não é também que não fosse fácil em empregar uma ou outra mentira de criança. Sabíamos ambos enganar ao mestre. A novidade estava nos termos da proposta, na troca de lição e dinheiro, compra franca, positiva, toma lá, dá cá; tal foi a causa da sensação. Fiquei a olhar para ele, à toa, sem poder dizer nada.

        Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai. Se me tem pedido a cousa por favor, alcançá-la-ia do mesmo modo, como de outras vezes, mas parece que era lembrança das outras vezes, o medo de achar a minha vontade frouxa ou cansada, e não aprender como queria, — e pode ser mesmo que em alguma ocasião lhe tivesse ensinado mal, — parece que tal foi a causa da proposta. O pobre-diabo contava com o favor, — mas queria assegurar-lhe a eficácia, e daí recorreu à moeda que a mãe lhe dera e que ele guardava como relíquia ou brinquedo; pegou dela e veio esfregá-la nos joelhos, à minha vista, como uma tentação… Realmente, era bonita, fina, branca, muito branca; e para mim, que só trazia cobre no bolso, quando trazia alguma cousa, um cobre feio, grosso, azinhavrado…

        Não queria recebê-la, e custava-me recusá-la. Olhei para o mestre, que continuava a ler, com tal interesse, que lhe pingava o rapé do nariz. — Ande, tome, dizia-me baixinho o filho. E a pratinha fuzilava-lhe entre os dedos, como se fora diamante… Em verdade, se o mestre não visse nada, que mal havia? E ele não podia ver nada, estava agarrado aos jornais, lendo com fogo, com indignação…

        — Tome, tome…

        Relancei os olhos pela sala, e dei com os do Curvelo em nós; disse ao Raimundo que esperasse. Pareceu-me que o outro nos observava, então dissimulei; mas daí a pouco deitei-lhe outra vez o olho, e — tanto se ilude a vontade! — não lhe vi mais nada. Então cobrei ânimo.

        — Dê cá…

        Raimundo deu-me a pratinha, sorrateiramente; eu meti-a na algibeira das calças, com um alvoroço que não posso definir. Cá estava ela comigo, pegadinha à perna. Restava prestar o serviço, ensinar a lição e não me demorei em fazê-lo, nem o fiz mal, ao menos conscientemente; passava-lhe a explicação em um retalho de papel que ele recebeu com cautela e cheio de atenção. Sentia-se que despendia um esforço cinco ou seis vezes maior para aprender um nada; mas contanto que ele escapasse ao castigo, tudo iria bem.

        De repente, olhei para o Curvelo e estremeci; tinha os olhos em nós, com um riso que me pareceu mau. Disfarcei; mas daí a pouco, voltando-me outra vez para ele, achei-o do mesmo modo, com o mesmo ar, acrescendo que entrava a remexer-se no banco, impaciente. Sorri para ele e ele não sorriu; ao contrário, franziu a testa, o que lhe deu um aspecto ameaçador. O coração bateu-me muito.

        — Precisamos muito cuidado, disse eu ao Raimundo.

        — Diga-me isto só, murmurou ele.

        Fiz-lhe sinal que se calasse; mas ele instava, e a moeda, cá no bolso, lembrava-me o contrato feito. Ensinei-lhe o que era, disfarçando muito; depois, tornei a olhar para o Curvelo, que me pareceu ainda mais inquieto, e o riso, dantes mau, estava agora pior. Não é preciso dizer que também eu ficara em brasas, ansioso que a aula acabasse; mas nem o relógio andava como das outras vezes, nem o mestre fazia caso da escola; este lia os jornais, artigo por artigo, pontuando-os com exclamações, com gestos de ombros, com uma ou duas pancadinhas na mesa. E lá fora, no céu azul, por cima do morro, o mesmo eterno papagaio, guinando a um lado e outro, como se me chamasse a ir ter com ele. Imaginei-me ali, com os livros e a pedra embaixo da mangueira, e a pratinha no bolso das calças, que eu não daria a ninguém, nem que me serrassem; guardá-la-ia em casa, dizendo a mamãe que a tinha achado na rua. Para que me não fugisse, ia-a apalpando, roçando-lhe os dedos pelo cunho, quase lendo pelo tato a inscrição, com uma grande vontade de espiá-la.

        — Oh! seu Pilar! bradou o mestre com voz de trovão.

        Estremeci como se acordasse de um sonho, e levantei-me às pressas. Dei com o mestre, olhando para mim, cara fechada, jornais dispersos, e ao pé da mesa, em pé, o Curvelo. Pareceu-me adivinhar tudo.

        — Venha cá! bradou o mestre.

        Fui e parei diante dele. Ele enterrou-me pela consciência dentro um par de olhos pontudos; depois chamou o filho. Toda a escola tinha parado; ninguém mais lia, ninguém fazia um só movimento. Eu, conquanto não tirasse os olhos do mestre, sentia no ar a curiosidade e o pavor de todos.

        — Então o senhor recebe dinheiro para ensinar as lições aos outros? disse-me o Policarpo.

        — Eu…

        — Dê cá a moeda que este seu colega lhe deu! clamou.

        Não obedeci logo, mas não pude negar nada. Continuei a tremer muito.

        Policarpo bradou de novo que lhe desse a moeda, e eu não resisti mais, meti a mão no bolso, vagarosamente, saquei-a e entreguei-lha. Ele examinou-a de um e outro lado, bufando de raiva; depois estendeu o braço e atirou-a à rua.

        E então disse-nos uma porção de cousas duras, que tanto o filho como eu acabávamos de praticar uma ação feia, indigna, baixa, uma vilania, e para emenda e exemplo íamos ser castigados.

        Aqui pegou da palmatória.

        — Perdão, seu mestre… solucei eu.

        — Não há perdão! Dê cá a mão! Dê cá! Vamos! Sem-vergonha! Dê cá a mão! — Mas, seu mestre…

        — Olhe que é pior! Estendi-lhe a mão direita, depois a esquerda, e fui recebendo os bolos uns por cima dos outros, até completar doze, que me deixaram as palmas vermelhas e inchadas. Chegou a vez do filho, e foi a mesma cousa; não lhe poupou nada, dois, quatro, oito, doze bolos. Acabou, pregou-nos outro sermão. Chamou-nos sem-vergonhas, desaforados, e jurou que se repetíssemos o negócio apanharíamos tal castigo que nos havia de lembrar para todo o sempre. E exclamava: Porcalhões! tratantes! faltos de brio! Eu, por mim, tinha a cara no chão. Não ousava fitar ninguém, sentia todos os olhos em nós. Recolhi-me ao banco, soluçando, fustigado pelos impropérios do mestre. Na sala arquejava o terror; posso dizer que naquele dia ninguém faria igual negócio. Creio que o próprio Curvelo enfiara de medo. Não olhei logo para ele, cá dentro de mim jurava quebrar-lhe a cara, na rua, logo que saíssemos, tão certo como três e dous serem cinco.

        Daí a algum tempo olhei para ele; ele também olhava para mim, mas desviou a cara, e penso que empalideceu. Compôs-se e entrou a ler em voz alta; estava com medo. Começou a variar de atitude, agitando-se à toa, coçando os joelhos, o nariz. Pode ser até que se arrependesse de nos ter denunciado; e na verdade, por que denunciar-nos? Em que é que lhe tirávamos alguma cousa?” Tu me pagas! tão duro como osso!” dizia eu comigo.

        Veio a hora de sair, e saímos; ele foi adiante, apressado, e eu não queria brigar ali mesmo, na Rua do Costa, perto do colégio; havia de ser na Rua larga São Joaquim. Quando, porém, cheguei à esquina, já o não vi; provavelmente escondera-se em algum corredor ou loja; entrei numa botica, espiei em outras casas, perguntei por ele a algumas pessoas, ninguém me deu notícia. De tarde faltou à escola.

        Em casa não contei nada, é claro; mas para explicar as mãos inchadas, menti a minha mãe, disse-lhe que não tinha sabido a lição. Dormi nessa noite, mandando ao diabo os dous meninos, tanto o da denúncia como o da moeda. E sonhei com a moeda; sonhei que, ao tornar à escola, no dia seguinte, dera com ela na rua, e a apanhara, sem medo nem escrúpulos…

        De manhã, acordei cedo. A ideia de ir procurar a moeda fez-me vestir depressa. O dia estava esplêndido, um dia de maio, sol magnífico, ar brando, sem contar as calças novas que minha mãe me deu, por sinal que eram amarelas. Tudo isso, e a pratinha… Saí de casa, como se fosse trepar ao trono de Jerusalém. Piquei o passo para que ninguém chegasse antes de mim à escola; ainda assim não andei tão depressa que amarrotasse as calças. Não, que elas eram bonitas! Mirava-as, fugia aos encontros, ao lixo da rua…

        Na rua encontrei uma companhia do batalhão de fuzileiros, tambor à frente, rufando. Não podia ouvir isto quieto. Os soldados vinham batendo o pé rápido, igual, direita, esquerda, ao som do rufo; vinham, passaram por mim, e foram andando. Eu senti uma comichão nos pés, e tive ímpeto de ir atrás deles. Já lhes disse: o dia estava lindo, e depois o tambor… Olhei para um e outro lado; afinal, não sei como foi, entrei a marchar também ao som do rufo, creio que cantarolando alguma cousa: Rato na casaca… Não fui à escola, acompanhei os fuzileiros, depois enfiei pela Saúde, e acabei a manhã na Praia da Gamboa. Voltei para casa com as calças enxovalhadas, sem pratinha no bolso nem ressentimento na alma. E contudo a pratinha era bonita e foram eles, Raimundo e Curvelo, que me deram o primeiro conhecimento, um da corrupção, outro da delação; mas o diabo do tambor…

Fonte: www.dominiopublico.gov.br

MACHADO DE ASSIS. Contos.10. ed. São Paulo, Ática, 1983. p. 25-8

Entendendo o conto:

01 – Indique o segmento que completa, de acordo com o texto, o enunciado formulado a seguir: No trecho transcrito, o narrador-personagem é um menino que relata:

a)   As dificuldades que experimenta nas aulas de leitura e gramática.

b)   O desespero por não possuir um papagaio de papel tão soberbo como aquele que via no céu.

c)   Os temores de ficar de castigo, sentado, os livros no joelho.

d)   O arrependimento por não ter acompanhado Raimundo nas estripulias com os meninos do morro.

e)   Suas emoções em um dia de escola.

02 – Indique o segmento que completa, de acordo com o texto, o enunciado formulado a seguir: O menino se confessava “arrependido de ter vindo” porque:

a)   Os outros meninos vadios passariam a chama-lo de bobo.

b)   Não gostava que os outros meninos empinassem seu papagaio de papel.

c)   Preferia ter ficado com os outros meninos, a brincar na rua.

d)   Tivera de cumprir a promessa de que vivia, feita a Raimundo.

e)   Sentia dor nas pernas, ao ficar muito tempo sentado, com os livros nos joelhos.

03 – Indique a letra que não apresenta uma relação semântica correta entre os termos emparelhados:

a)   Menino – narrador – arrependimento de ter vindo.

b)   Menino – narrador – preso de uma corda imensa.

c)   Papagaio de papel – uma cousa soberba.

d)   Papagaio de papel – bojava no ar.

e)   Papagaio de papel – alto e largo.


04 – Qual o foco narrativo do conto?

      Tem foco narrativo em primeira pessoa.


05 – Onde ocorreram os fatos narrados no conto?

      Se passa numa escola do Rio de Janeiro, em 1840.


06 – Quais eram as circunstâncias históricas vividas no Brasil neste ano?

      Fim do Império, a Abolição dos Escravos e a Proclamação da República.


07 – Que fato provocou o desenrolar dos acontecimentos descritos no texto?

      O fato de Raimundo (filho do mestre) ter dificuldade de aprendizagem e oferecer uma pratinha (moeda) para Pilar ajuda-lo, mas Curvelo (outro colega) viu.


08 – Em que passagem do texto ocorre o clímax, ou seja, o momento de maior tensão da história? Explique.

      A moeda estava no bolso de Pilar, que sonhava com a beleza da “pratinha”, até que foi interrompido pelo mestre que o chamou junto com Raimundo. Ao lado deles estava o delator: Curvelo. O fato de Pilar estar ensinando a lição para Raimundo em troca de uma “pratinha” foi considerado como suborno pelo mestre, que a solicitou, porém Pilar jogou a moeda pela janela. Então o mestre castigou os meninos com doze “bolos” diante de toda a turma, causando constrangimento e humilhação aos meninos.


09 – Pode-se inferir do texto que Raimundo quis pagar o favor a Seu Pilar porque:

a) era orgulhoso e não admitia dever favor a ninguém.

b) queria garantir a boa vontade do colega em lhe ensinar.

c) considerava o favor do colega um trabalho a ser merecidamente recompensado.

d) era um negociante nato e sabia dar valor a um bom negócio.

e) caso o mestre descobrisse, o castigo seria direcionado para Seu Pilar e não para Raimundo.

10 – O texto lido é uma narrativa e, como tal, caracteriza-se, entre outros elementos, pela ordem cronológica dos fatos que se desenrolam em ascensão até o clímax. No texto, o clímax se dá quando:

a) Raimundo mostra a Seu Pilar, pela primeira vez, a pratinha e lhe pergunta se ele (Seu Pilar) a quer para si.

b) Raimundo afirma que seu pai estava a olhá-los, fato que é comprovado por Seu Pilar.

c) Seu Pilar estende a mão para receber a pratinha e Raimundo nega-lhe a mesma com um sorriso amarelo.

d) Seu Pilar, mesmo em meio a um turbilhão de dúvidas, acaba por aceitar a moeda.

e) Seu Pilar passa a lição para Raimundo em um retalho de papel.

11 – “Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda.” “Sentia-se que este despendia um esforço cinco ou seis vezes maior para aprender um nada.” As passagens destacadas utilizam uma figura de linguagem para dizer que Raimundo tinha grandes dificuldades de aprendizagem. Assinale-a.

a) Ironia

b) Hipérbole

c) Eufemismo

d) Apóstrofe

e) Metáfora

12 – O traço do caráter humano tematizado pelo autor no texto é:

a) solidariedade.

b) dissimulação.

c) corrupção.

d) cobiça.

e) orgulho.


13 – “[...] falando-lhe baixo, com instância, que me dissesse o que era [...]” A locução adverbial sublinhada pode ser substituída, preservando-se o sentido do trecho e do texto, por:

a) sorrateiramente.

b) instantaneamente.

c) cautelosamente.

d) precipitadamente.

e) insistentemente.


14 – “[...] e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai.” A oração destacada poderia ser desenvolvida, sem prejuízo para o sentido do trecho e do texto, da seguinte forma:

a) E que o Raimundo, visto que não o tinha aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai.

b) E que o Raimundo, embora não o tenha aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai.

c) E que o Raimundo, apesar de não o ter aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai.

d) E que o Raimundo, que não o tinha aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai.

e) E que o Raimundo, conquanto não o tivesse aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai.

15 – Dentre as muitas lições de sintaxe, destaca-se a classificação dos termos na oração. Analise cada classificação indicada nos parênteses e assinale a resposta correta.

I. “Continuei inquieto [...]” (adjunto adverbial de modo)

II. “Era uma moeda do tempo do rei [...]” (sujeito simples)

III. “Em seguida propôs-me um negócio [...]” (objeto indireto)

IV. “[...] o medo de achar a minha vontade frouxa ou cansada [...]” (adjunto adnominal)

V. “Não conseguira reter nada do livro [...]” (sujeito indeterminado).

Estão CORRETAS, quanto à classificação dos termos destacados, as sentenças:

a) I e V

b) II e III

c) IV e V

d) I, III e IV

e) I, II e IV


16 – “Subi a escada com cautela, para não ser ouvido do mestre, e cheguei a tempo [...]” O verbo destacado caracteriza-se como:

a) voz ativa.

b) tempo composto.

c) particípio composto.

d) voz passiva analítica.

e) infinitivo impessoal.


17 – Observe as declarações seguintes.

I. Propôs é oxítona acentuada graficamente por terminar em – o.

II. O verbo propôr é oxítona e recebe acento gráfico pela mesma razão que propôs.

III. Negócio é paroxítona acentuada graficamente por terminar em ditongo crescente.

IV. Negocío (verbo) também é paroxítona, porém a acentuação gráfica se justifica porque o – i é tônico e está em hiato com a vogal que o sucede.

V. Negocio (verbo) também é paroxítona, mas não recebe acento gráfico. São FALSAS, respectivamente, as declarações:

a) I e III

b) II e V

c) III e V

d) I e IV

e) II e IV.


18 – Assinale a alternativa que, completando a oração abaixo, apresenta coerência e correção gramatical.

Os coordenadores de cursos técnicos mencionaram que:

a) A medida que muitos formandos saem ao encalço de sua primeira experiência de trabalho, a região tem potencial de absolvê-los, pois ainda apresenta um mercado com carência de profissionais qualificados.

b) como muitos formandos saem ao encalsso de sua primeira esperiência de trabalho, a região tem potencial de absolvê-los, pois ainda apresenta um mercado com carênssia de proficionais qualificados.

c) muitos formandos estão saindo ao encalço de sua primeira experiência de trabalho, e a região tem potencial de absorvê-los porque apresenta ainda um mercado com carência de profissionais qualificados.

d) muitos formandos estão saindo ao encalsso de sua primeira experiência de trabalho, a região tem potencial de absolvê-los, pois ainda apresenta um mercado com carência de profisionais qualificados.

e) como muitos formandos saem ao encalço de sua primeira experiência de trabalho, a região, tem potencial de absorver-lhes, pois, ainda apresenta um mercado com carência de profissionais qualificados.

19 – “Raimundo recuou a mão e deu à boca um gesto amarelo que queria sorrir.”

        A alternativa em que o pronome destacado apresenta a mesma função sintática do termo destacado na oração anterior é:

a) “[...] mas deixava-me estar a recortar narizes no papel [...]”

b) “[...] recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai.”

c) “_ De tarde, não, interrompeu-me ele; não pode ser de tarde.”

d) “[...] ensinar a lição, e não me demorei em fazê-lo [...]”

e) “Custa-me dizer que eu era dos mais adiantados da escola; mas era [...]”


20 – A transposição da passagem a seguir para o discurso indireto resulta no trecho apresentado na alternativa: “No fim de algum tempo – dez ou doze minutos – Raimundo meteu a mão no bolso das calças e olhou para mim. - Sabe o que tenho aqui?”

a) No fim de algum tempo – dez ou doze minutos – Raimundo meteu a mão no bolso das calças e olhou para mim e me perguntou se eu sabia o que ele tinha ali.

b) No fim de algum tempo – dez ou doze minutos – Raimundo meteu a mão no bolso das calças e olhou para mim e me perguntou se eu saberia o que ele tinha ali.

c) No fim de algum tempo – dez ou doze minutos – Raimundo meteu a mão no bolso das calças e olhou para mim e me perguntou se eu sabia o que ele teria ali.

d) No fim de algum tempo – dez ou doze minutos – Raimundo meteu a mão no bolso das calças e olhou para mim e me perguntou se saberia o que ele teria ali.

e) No fim de algum tempo – dez ou doze minutos – Raimundo meteu a mão no bolso das calças e olhou para mim e me perguntou se eu sabia o que ele tem ali.


21 – Observe:

I. “Os meninos que se conservavam de pé durante a entrada dele, tornaram a sentar-se.”

II. Os meninos, que se conservavam de pé durante a entrada dele, tornaram a sentar-se. Sobre a colocação da vírgula na sentença II, pode-se AFIRMAR que:

a) ela não estabelece nenhuma diferença de sentido entre as duas sentenças, porque antes de orações subordinadas adjetivas o seu emprego é facultativo.

b) instala-se uma diferença de sentido entre I e II, sendo que se depreende da sentença I que todos os alunos se conservavam de pé e da sentença II que apenas alguns estavam de pé e somente estes voltaram a sentar-se.

c) instala-se uma diferença de sentido entre I e II, depreendendo-se da sentença I que apenas os alunos que se conservavam de pé voltaram a sentar-se e da sentença II que todos estavam de pé e, portanto, todos voltaram a sentar-se.

d) ela não estabelece nenhuma diferença de sentido entre I e II, depreendendo-se de ambas que todos os alunos estavam de pé e que todos eles voltaram a sentar-se.

e) ela não estabelece nenhuma diferença de sentido entre I e II, apenas altera a classificação sintática da oração subordinada adjetiva “que se conservavam de pé durante a entrada dele”.


22 – “Se me tem pedido a cousa por favor, alcançá-la-ia do mesmo modo[...]”

A forma verbal destacada classifica-se como mesóclise.

Assinale a alternativa em que a mesóclise ocorre de acordo com a norma culta.

a) Integrá-las-eis.

b) Fa-los-ei.

c) Partí-las-as.

d) Ve-la-íamos.

(e) Po-la-ia.


23 – Assinale a frase em que o acento indicativo da crase foi MAL empregado.

a) O mestre chegou à mesma hora, pontualmente.

b) Encontrou-nos à saída da escola.

c) Um colega observava-nos à distância.

d) Veio-lhe à lembrança o olhar do mestre.

e) O mestre era severo, e todos ficavam à espera de um castigo.