domingo, 2 de junho de 2019

ARTIGO DE OPINIÃO: MULHERES INSUSTENTÁVEIS - GILBERTO DIMENSTEIN - COM GABARITO

Artigo de Opinião: Mulheres insustentáveis
              GILBERTO DIMENSTEIN

 O culto à magreza seria colocado no mesmo patamar das campanhas contra o fumo e a bebida

  O PARLAMENTO espanhol aprovou, na semana passada, lei que proíbe publicidade, na TV, com exaltações ao "culto do corpo" –a proibição vale das 6h às 22h, destinada, supostamente, a proteger crianças e adolescentes. A decisão radical dos espanhóis coincide com o mês no Brasil em que os desfiles de moda no Rio e em São Paulo colocam ainda mais alto no pedestal seres esqueléticos, apresentados como padrão máximo de beleza.
        O argumento que sensibilizou os parlamentares espanhóis: "a publicidade que associa a imagem do sucesso com fatores como peso ou estética incita a discriminação social pela condição física". Esse tipo de argumento sensibiliza também políticos da França, onde tramita uma lei determinando que todos os anúncios com mulheres e homens retocados tenham uma advertência sobre a falsidade da fotografia. O culto à magreza seria colocado, portanto, no mesmo patamar das campanhas contra o fumo e a bebida.
Considere-se ou não papel do poder público meter-se nesse tipo de publicidade, o fato é que se espalha pelo mundo, inclusive no Brasil, uma reação contra as mulheres insustentáveis, cujos corpos só se mantêm (salvo questões genéticas) na base da faca e consumo insalubre de alimentos. 
        Sempre houve, na história da humanidade, padrões de beleza. O problema é que, agora, juntaram-se à cultura das celebridades, o culto do narcisismo, a visão cada vez mais imediatista dos jovens e as óbvias questões de saúde para alcançar determinado tipo de padrão de beleza, tudo isso embalado pela publicidade.
A cultura da celebridade é visível nos meios de comunicação, onde as entrevistas de modelos, repletas de asneiras e banalidades, ganham destaque.
        Isso se traduz, por exemplo, nos casos cada vez mais frequentes de anorexia e bulimia que chegam aos consultórios médicos. Ou nas cirurgias plásticas feitas por crianças e adolescentes, quase todas por motivos estéticos, em sua maioria lipoaspiração. Somos um dos países campeões do mundo em cirurgia plástica: proporcionalmente estamos empatados com os americanos.
        O último dado disponível: das 650 mil cirurgias realizadas no país, 15% são feitas em crianças e adolescentes. Psicólogos me informam que, muitas vezes, há estímulo paterno. 
        Uma pesquisadora de Harvard (Susan Linn) publicou recentemente estudo mostrando a relação entre excesso de publicidade e distúrbios alimentares (da obesidade à anorexia) entre crianças e adolescentes americanas -ela também mostrou a relação entre marketing e sexo precoce. 
        Sou dos que defendem que a publicidade deve ser responsável e fiscalizada pela sociedade e, em certos casos, limitada. O perigo é imaginar que limitar a publicidade ajuda muito. O exemplo do pai exagerando na bebida é muito mais poderoso para o filho do que todos os anúncios. 
        Há um consenso entre psicólogos e educadores de que a doença das mulheres insustentáveis é um problema de educação de valores.
        Todos sabem que a adolescência é uma fase de desconforto, na qual se testam, como em nenhum outro período, limites e frustrações, em meio a crises de baixa autoestima. Também todos sabem que vivemos uma época da busca imediata do prazer, tudo tem de ser em tempo real, num estímulo constante ao consumo.
        A psicóloga Rosely Sayão lembra que, nesse contexto, são reverenciadas, por causa do imediatismo, as drogas legais e ilegais. Muito mais rápido do que fazer terapia é empanturrar-se de alguma pílula contra ansiedade. A tristeza é medicalizada, como se não fizesse parte do cotidiano é como se devêssemos sempre parecer algum personagem sorridente de revista de celebridades ou parte de um anúncio, com a família feliz, de caldo de galinha.
        Entrar na faca é bem mais rápido do que mudar a alimentação ou ficar malhando. Psicólogos alertam que o problema é bem mais fundo do que a necessidade de malhar ou controlar a alimentação –e aí entra a necessidade de educação de valores, uma das preocupações das escolas mais sérias. 
        Educação de valores significa discutir o que significa beleza e aprender a relativizar a estética afinal, beleza pode ser simplesmente a pessoa se conhecer e se gostar. Em síntese, sentir-se bem, apesar das limitações e imperfeições. 
        É bem mais fácil e rápido (e menos eficiente) tirar do ar a publicidade das anoréxicas profissionais do que manter, nas escolas, na família e nos meios de comunicação, um debate sobre o que é essencial na existência.
        Mas o fato é que, para muitos, mulheres insustentáveis são feias. 
        PSAs escolas deveriam aproveitar a obrigatoriedade do ensino de filosofia (o que considero um avanço) para discutir esse tipo de assunto. Seria uma encantadora aula mostrar a evolução do corpo desde os tempos gregos. Se Marilyn Monroe fosse procurar emprego hoje, certamente alguém a mandaria se internar no SPA.
São Paulo, domingo, 10 de janeiro de 2010 

Entendendo o texto: 

01 – Com relação ao título, responda:

a)   O título antecipa o tema do texto?
Sim, porque o texto fala de mulheres que não se sustentam de tão magras; isso fica claro no 2º e 3º parágrafos. Obs.: se a pergunta for feita antes da leitura do texto, a palavra pode ser tomada no sentido econômico, significando mulheres que ninguém consegue sustentá-las, porque gastam muito.

b)   Quais as relações de sentido entre o título e o texto?
Há relações em todo o texto: ao falar dos corpos que não se sustentam, das cirurgias de lipoaspiração, do número de cirurgias realizadas no país, da educação de valores etc.

c)   A definição de “insustentável” encontrada no dicionário coincide com a explicação dada pelo autor para as “Mulheres insustentáveis” do texto? Explique.
Mostrar que há outras acepções do termo, mas “que não se pode sustentar” é a empregada no texto.

02 – No primeiro parágrafo, o autor se refere a dois fatos:
a)   Quais são eles?
1 – O Parlamento espanhol que aprovou lei que proíbe publicidade na TV, com exaltações ao “culto ao corpo”.
2 – A lei francesa determinando que todos os anúncios com mulheres e homens retocados tenham uma advertência sobre a falsidade da fotografia.

b)   Que relações se estabelecem entre os fatos apresentados?
Observar que ambos tratam do exagero do culto ao corpo e do uso da publicidade.

c)   Por que o autor se refere aos dois fatos?
Podem surgir várias respostas, tais como: usar dois argumentos para fundamentar a tese proposta, considerar que os dois fatos falam do papel poder público (2º parágrafo).

03 – Que argumento fundamenta a Lei Espanhola?
      “A publicidade que associa a imagem do sucesso com fatores como peso ou estética incita a discriminação social pela condição física”.

04 – Como a França reagiu ao assunto?
      Criou uma lei e colocou o culto à magreza no mesmo patamar das campanhas contra o fumo e as bebidas.

05 – Podemos afirmar que o terceiro parágrafo trata: do poder da propaganda, das relações entre o poder público e a sociedade e da reação da sociedade. Que trechos do parágrafo confirmam ou não essas afirmativas?
      Sim, porque fala da interferência ou não do poder público e da reação contra as mulheres insustentáveis.

06 – “Sempre houve, na história da humanidade, padrões de beleza”. Que argumentos o autor usa para mostrar que “agora” o problema se agravou?
      Observar que praticamente todo o parágrafo é construído pelos argumentos.

07 – Cite pelo menos três consequências da “Cultura das celebridades”.
      O parágrafo é constituído de frases contendo as consequências: casos frequentes de anorexia, cirurgias plásticas em crianças e adolescentes por motivos estéticos e o fato do país ser um dos campeões em cirurgias plásticas.

08 – De que outro recurso o autor lança mão para fundamentar sua argumentação?
      O autor cita um dado sobre as pesquisas (650 mil cirurgias realizadas) e 15% em crianças e adolescentes.

09 – Que solução o autor aponta para diminuir o problema abordado no texto?
      Mostra a necessidade da educação de valores: discutir o conceito de beleza e relativizar a estética.

10 – Observe o uso das aspas nos trechos a seguir e responda se elas foram usadas com o mesmo objetivo nas duas ocorrências:
a)   O Parlamento espanhol aprovou, na semana passada, lei que proíbe publicidade na TV, com exaltações ao “culto do corpo” – a proibição vale das 6hs às 22hs, destinada, supostamente, a proteger crianças e adolescentes.
b)   “A publicidade que associa a imagem do sucesso com fatores como peso ou estética incita a discriminação social pela condição física”.
      Chamar atenção dos alunos para o uso diferente das aspas. Na letra “a”, marca o sentido conotativo da expressão empregada. Na letra “b”, refere-se ao argumento que sensibilizou os espanhóis e levou à criação da lei.

11 – O professor relê com os alunos o fragmento da questão 10, letra (a), e pede-lhes que digam qual termo foi usado para indicar que o que se diz sobre a proibição não é a opinião do autor do texto.
      Espera-se que o leitor perceba que o termo “supostamente” não consta da lei.

sábado, 1 de junho de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): ESPELHO - DIOGO NOGUEIRA - COM GABARITO

Música: Espelho
Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje95-8Ii-8yWez-SpAyVQKveHIkeh4QQltgEZ7DhUj6J7_dJpmqKAo0pc9FfHGdgt_5cmzx-Ftko3ixkGjuVzh0OwDUQ6Q1seutdUj1bnv4SospgFCvcRvOgG-paBky6Y-Zg5eZKnoYftGX8eERlfSxg9b0OsOCWBpDTxVnR_-NgDOcIFbJeES0sDf/s320/DIOGO.jpg 


                      Diogo Nogueira

Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar

               Composição: João Nogueira / Paulinho Pinheiro
Entendendo a canção:

01 – Qual o tema abordado na canção?
      Saudades de seu pai e dos melhores dias no subúrbio.

02 – A que se refere o narrador quando diz ter nascido “nos melhores dias do subúrbio”?
      Que quando criança vivia no subúrbio, onde podia brincar na rua, jogar bola, mesmo sendo um lugar que faltava infraestrutura (energia elétrica, água encanada, esgoto, coleta de lixo, etc.), havia segurança e as pessoas eram mais felizes.

03 – Quando era pequeno, com que sonhava o menino?
      Sonhava em andar e, pilotar um pássaro de aço (avião).

04 – O pai do narrador foi compositor? Retire do texto um verso que comprove sua resposta.
      Sim, como comprova o seguinte verso: “É de fazer canções como as que fez meu pai”.

05 – Que fato fez com que os sonhos e planos do menino tomassem outro rumo?
      O fato de seu pai ter falecido.

06 – Logo que se tornou adulto, o menino largou os estudos para sustentar a família. Na busca pelo sustento, se transformou em poeta e seguiu os passos do pai. Tornando-se, por isso, um reflexo da imagem paterna. Nessa etapa da vida, qual é o maior medo do poeta?
      O medo é decepcionar seu velho pai, não sendo tão bom como ele.

07 – No verso “Mas tão habituado com o adverso”, que expressão poderia substituir o termo sublinhado?
      Por ser: avesso ou contrário; inconveniente, desfavorável ou prejudicial.

08 – Esta canção pode ser considerada uma autobiografia do compositor Diogo Nogueira?
      Sim, pois ele é filho de João Nogueira, cantor e compositor conhecido pelo suingue característico de seus sambas.




POEMA: LIRA 77 - ANTÔNIO CÂNDIDO E J.A.CASTELLO - COM QUESTÕES GABARITADAS


Poema: Lira 77
        
      Antônio Candido e J.A. Castello

Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro,
Fui honrado Pastor da tua aldeia;
Vestia finas lãs, e tinha sempre
A minha choça do preciso cheia.
Tiraram-me o casal, e o manso gado,
Nem tenho, a que me encoste, um só cajado.

Para ter que te dar, é que eu queria
De mor rebanho ainda ser o dono;
Prezava o teu semblante, os teus cabelos
Ainda muito mais que um grande Trono.
Agora que te oferte já não vejo
Além de um puro amor, de um são desejo.



Se o rio levantado me causava,
Levando a sementeira, prejuízo,
Eu alegre ficava apenas via
Na tua breve boca um ar de riso.
Tudo agora perdi; nem tenho o gosto
De ver-te aos menos compassivo o rosto.

Propunha-me dormir no teu regaço
As quentes horas da comprida sesta,
Escrever teus louvores nos olmeiros,
Toucar-te de papoulas na floresta.
Julgou o justo Céu, que não convinha
Que a tanto grau subisse a glória minha.

Ah! minha Bela, se a Fortuna volta,
Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo;
Por essas brancas mãos, por essas faces
Te juro renascer um homem novo;
Romper a nuvem, que os meus olhos cerra,
Amar no Céu a Jove, e a ti na terra.

Fiadas comprarei as ovelhinhas,
Que pagarei dos poucos do meu ganho;
E dentro em pouco tempo nos veremos
Senhores outra vez de um bom rebanho.
Para o contágio lhe não dar, sobeja
Que as afague Marília, ou só que as veja.

Senão tivermos lãs, e peles finas,
Podem mui bem cobrir as carnes nossas
As peles dos cordeiros mal curtidas,
E os panos feitos com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será o teu vestido
Por mãos de amor, por minhas mão cosido.

Nós iremos pescar na quente sesta
Com canas, e com cestos os peixinhos:
Nós iremos caçar nas manhãs frias
Com a vara envisgada os passarinhos.
Para nos divertir faremos quanto
Reputa o varão sábio, honesto e santo.

Nas noites de serão nos sentaremos
C’os filhos, se os tivermos, à fogueira;
Entre as falsas histórias, que contares,
Lhes contarás a minha verdadeira.
Pasmados te ouvirão; eu entretanto
Ainda o rosto banharei de pranto.

Quando passarmos juntos pela rua,
Nos mostrarão c’o dedo os mais Pastores;
Dizendo uns para os outros: “Olha os nosso
“Exemplos da desgraça, e são amores”.
Contentes viveremos desta sorte,
Até que chegue a um dos dois a morte

Glossário

Choça: Construção rústica revestida de palha ou de folhas.
Cajado: Pau para apoiar quem caminha.
Regaço: Concavidade formada pela roupa entre a cintura e os joelhos de pessoas sentadas.
Sesta: Sono que se dorme depois do almoço.
Olmeiros: Grandes árvores frondosas.
Papoulas: Gênero de plantas que serve de tipo às papaveráceas.
Jove: Júpiter na mitologia Romana, ou Zeus, na mitologia grega.
Cosido: Costurado.
Envisgada: Presa.
Reputar: Julgar, crer.
Serão: Trabalho feito à noite.
                In: Antônio Candido e J. A. Castello, op. cit. v. 1, p. 165-6.
Entendendo o poema:

01 – O poema pode ser dividido em duas partes: a primeira trata de uma experiência real, vivida no passado ou no presente; e a segunda envolve os planos para o futuro.
a)   Identifique as estrofes que compõem cada uma das partes.
A primeira parte é formada pelas quatro estrofes iniciais, do verso 1 ao verso 24.
A intermediária é a estrofe 5, do verso 25 ao verso 30.
A segunda parte é formada pelas cinco estrofes seguintes, do verso 31 ao verso 60.

b)   Que tipo de vida levava o eu lírico, na primeira parte? Como se sentia?
O eu lírico narra lembrança do passado. Sentia.

c)   Que tipo de vida idealiza, na segunda parte?
Na segunda parte descreve uma vida modesta, mas feliz, e os dois últimos reforçam em sentido positivo essa felicidade.

02 – A Lira 77 fala sobre qual assunto?
       É uma obra textual que tem por conteúdo a história de um pastor que tinha tudo na vida, mas perdeu após um acidente: o drama visa investigar as comparações realizadas pelo narrador e a luta pela reconquista do que tinha perdido.

03 – Nos versos: “Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro, / Fui honrado Pastor da tua aldeia;”. O que o eu lírico quis dizer?
      Que: “Eu, Marília, não fui uma pessoa de condição social inferior, mas alguém que exercia alto cargo público, e como tal era respeitado na tua vila”.

04 – O movimento do Arcadismo veicula valores e ideias da classe que o produz e o consome: a burguesia.
a)   Destaque do poema os versos relativos a duas situações em que fica claro a preocupação econômica e material do pastor Dirceu, indício da ideologia burguesa.
“Tiraram-me o casal e o manso gado; / Se não tivermos lãs e peles finas.”

b)   Destaque das duas últimas estrofes valores próprios da moral burguesa da época.
Quando passarmos juntos pela rua nos mostrarão c’o dedo os mais pastores, dizendo uns para os outros: Olha os nossos exemplos da desgraça e são amores.

05 – Gonzaga é considerado um poeta inovador pelo fato de não se prender tanto à regras do Arcadismo. Um exemplo disso é a introdução de experiências pessoais em sua poesia. Supondo que o pastor Dirceu seja o próprio Gonzaga:
a)   O que lhe teria ocorrido, a ponto de fazê-lo perder os bens e a felicidade de viver?
Gonzaga encontra-se preso quando escreveu esse poema, em virtude de sua participação na inconfidência mineira.

b)   O ideal clássico de aurea mediocritas, no caso, é para ele apenas um tema literário tradicional? Por quê?
Mais do que adequação aos temas árcades, para Gonzaga, nesse momento, sonhar com uma vida materialmente simples, mas feliz, é para ele um desejo real, já que todos os seus bens haviam sido confiscados pela coroa portuguesa. O poeta esperava pelo julgamento, com a esperança de ainda poder ser feliz ao lado de Maria Dorotéia. (Marília).

06 – O poema, apesar de apresentar traços diferentes dos prescritos pela orientação árcade, está ligado a essa tradição. Retire do texto exemplos de bucolismo, pastoralismo, aurea mediocritas e elementos da cultura greco-latina.
      Bucolismo: o ambiente bucólico é sugerido por um conjunto de elementos tais como o rio, a sementeira, o gado, a choça, o cordeiros, etc.
      Pastoralismo: os cordeiros, o cajado, o rebanho.
      Aurea Mediocritas: são exemplos de vida materialmente simples, mas feliz.
      Elementos de cultura greco-latina: jove.


FÁBULA: OS DOIS SAPOS - ESOPO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Fábula: Os dois sapos
               ESOPO

       Numa empresa de laticínios, dois sapos desastradamente saltaram para dentro de um balde de leite cremoso.
        -- É melhor desistir – coaxou um dos sapos, depois de tentar em vão sair do balde. – Vamos morrer!
      

      -- Continua a nadar! – disse o segundo sapo. – Havemos de encontrar maneira de sair deste atoleiro!
        -- Não adianta! – disse o primeiro. – Isto é grosso demais para nadar, mole demais para saltar e escorregadio demais para rastejar. Um dia temos mesmo de morrer, por isso, tanto faz que seja esta noite.
        Afundou-se no balde e acabou por morrer.
        O amigo porém, continuou a nadar, a nadar, a nadar, e quando amanheceu, viu-se encarrapitado num monte de manteiga que ele, sozinho, havia batido.
        Lá estava o sapo, com um sorriso, comendo as moscas que enxameavam, vindas de todas as direções.
        Moral da Estória: Não há conquista sem luta...

                                                                       Fábula ESOPO
Entendendo a fábula:

01 – De que se trata esta fábula?
      De que na vida precisamos perseverar para conquistarmos nossos objetivos.

02 – Para que serve uma fábula?
(   ) Divertimento.
(   ) Informação.
(X) Ensinamento.

03 – Quem são os personagens dessa fábula?
      Os dois sapos.

04 – Em que local se passa a história?
      Numa empresa de laticínios, dentro de um balde de leite cremoso.

05 – As respostas e os argumentos que o primeiro sapo apresentou ao seu amigo:
a)   Eram pessimistas.
b)   Foram respostas e argumentos otimistas.
c)   Foram respostas com fundamento, válidas e justas.

06 – O autor quis sugerir no final da história, que ____________, e que o primeiro sapo afundou-se no balde e acabou por morrer.
a)   Podemos explorar os mais fracos.
b)   Não há conquista sem luta...
c)   É melhor ser pessimista do que otimista.

07 – Explique, com suas palavras, a moral da história.
      Resposta pessoal do aluno.

MENSAGEM ESPÍRITA: ANSIEDADES - PEDRO, 5:7 - PARA REFLEXÃO


Ansiedades

“Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” – (1ª Epístola de Pedro, 5:7.)

        As ansiedades armam muitos crimes e jamais edificam algo de útil na Terra.


      Invariavelmente, o homem precipitado conta com todas as probabilidades contra si.
        Opondo-se às inquietações angustiosas, falam as lições de paciência da Natureza, em todos os setores do caminho humano.
       Se o homem nascesse para andar ansioso, seria dizer que veio ao mundo, não na categoria de trabalhador em tarefa santificante, mas por desesperado sem remissão.
        Se a criatura refletisse mais sensatamente reconheceria o conteúdo de serviço que os momentos de cada dia lhe podem oferecer e saberia vigiar, com acentuado valor, os patrimônios próprios.
        Indubitável que as paisagens se modificarão incessantemente, compelindo-nos a enfrentar surpresas desagradáveis, decorrentes de nossa atitude inadequada, na alegria ou na dor; contudo, representa impositivo da lei a nossa obrigação de prosseguir diariamente, na direção do bem.
        A ansiedade tentará violentar corações generosos, porque as estradas terrenas desdobram muitos ângulos obscuros e problemas de solução difícil; entretanto, não nos esqueçamos da receita de Pedro.
        Lança as inquietudes sobre as tuas esperanças em Nosso Pai Celestial, porque o Divino Amor cogita do bem-estar de todos nós.
        Justo é desejar, firmemente, a vitória da luz, buscar a paz com perseverança, disciplinar-se para a união com os planos superiores, insistir por sintonizar-se com as esferas mais altas. Não olvides, porém, que a ansiedade precede sempre a ação de cair.


TEXTO: MARINHEIROS TENTAM ACABAR COM TERCEIRA MANCHA DE ÓLEO - TRIBUNA IMPRESSA - COM GABARITO


Texto: MARINHEIROS TENTAM ACABAR COM TERCEIRA MANCHA DE ÓLEO


    Os marinheiros espanhóis tentavam ontem evitar a chegada de uma terceira mancha de óleo à costa da Galícia, no noroeste do país, causada por um vazamento do petroleiro Prestige.
        “Os navios grandes não podem recolher essas manchas pequenas e estamos tentando contratar armadores e tripulantes da área com a assistência de uma empresa especialista na luta anticontaminação", explicou o vice-presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy. "Temos certamente dificuldades porque não é uma operação tecnicamente fácil", disse Rajoy, referindo-se à contratação de marinheiros e pescadores locais e ao fato de que as manchas estão muito fragmentadas e diluídas, dispersadas ao longo de nove quilômetros.
        Os marinheiros galegos, em alerta permanente, saíram mais uma vez ontem com seus barcos para a região de Rias Bajas (sudeste da Galícia) e das Ilhas Cíes, Sálvora e Ons, para recolher manchas de óleo dispersas.
        O Prestige se partiu em dois e afundou no dia 19 de novembro com mais de 60 mil toneladas de óleo em seus tanques. A 3,6 mil metros de profundidade, ele perde 125 toneladas diárias de combustível por 14 rachaduras que tem em seu casco. Segundo uma comissão científica criada pelo governo espanhol, a situação pode se prolongar até 2006.
        Desde 13 de novembro, o Prestige derramou mais de 20 toneladas de óleo no oceano Atlântico, as quais atingiram o litoral da Galícia e em menor parte as costas das regiões de Astúrias, Cantabria e País Basco. A limpeza das praias custará mais de 33 milhões, segundo o ministro espanhol do meio ambiente, Jaime Matas. (AF).
                                                        (Tribuna Impressa, 13/12/2002.)
Entendendo o texto:

01 – Qual é o gênero textual?
      É uma notícia, uma reportagem.

02 – Identifique o fato principal enfocado no 1° parágrafo do texto.
      É evitar a chegada de uma terceira mancha de óleo à costa da Galícia.

03 – Quando e onde ocorreu esse fato?
      Ontem, na costa da Galícia, no noroeste do país.

04 – Qual a causa desse fato?
      O petroleiro Prestige, partiu em dois e afundou.

05 – Quem participou diretamente desse fato?
      Foram os marinheiros espanhóis.

06 – Leia o 3° parágrafo do texto. De que modo os marinheiros espanhóis tentaram evitar a chegada da mancha de óleo à costa?
      Eles pegaram seus barcos e saíram para a região de Ribas Bajas e da Ilhas Cies, Sálvora e Nos, para recolher manchas de óleo dispersas. 

07 – Observe a linguagem empregada no texto.
a)   Que características ela apresenta?
·        Impessoal, clara, direta, acessível a qualquer leitor.
·        Pessoal, emprega palavras de uso não corrente na língua.
·        Coloquial, faz uso de gírias.

b)   Que variedade de língua ela adota: a padrão ou uma variedade não padrão?
Adota a língua padrão.

08 – Dê sua opinião: Que consequências desastres desse tipo podem ter para o meio ambiente?
      Resposta pessoal do aluno.