terça-feira, 21 de abril de 2015

ENTREVISTA: CLAUDIO NARANJO - A EDUCAÇÃO QUE TEMOS ROUBA DOS JOVENS A CONSCIÊNCIA, O TEMPO E A VIDA

A EDUCAÇÃO QUE TEMOS ROUBA DOS JOVENS A CONSCIÊNCIA, O TEMPO E A VIDA



Quando ouvimos este psiquiatra chileno de 75 anos, temos a sensação de estarmos diante de Jean-Jacques Rousseau do nosso tempo. Ele nos conta que esteve bastante adormecido até os anos 60, quando se mudou para os EUA, se tornou discípulo de Fritz Perls, um dos grandes terapeutas do século XX, e passou a integrar a equipe de terapeutas do Instituto Esalen da Califórnia. A partir deste momento passou a ter profundas experiências no mundo terapêutico e espiritual. Entrou em contato com o Sufismo e tornou-se um dos introdutores do Eneagrama no Ocidente. Ele também se aprofundou nos estudos do budismo tibetano e do zen.

Claudio Naranjo tem dedicado sua vida à pesquisa e ao ensino em universidades como Harvard e Berkeley. Fundou o programa SAT, uma integração de Gestalt-terapia, o Eneagrama e Meditação para enriquecer a formação de terapeutas  professores. Neste momento, lança um alerta contundente: ou mudamos a educação ou o mundo vai afundar.

- Você diz que para mudar o mundo é preciso mudar a educação. Qual é o problema da educação e qual é a sua proposta?

– O problema da educação não é de forma alguma o que os educadores pensam que é. Acreditam que os alunos não querem mais o que eles tem a oferecer. Aos alunos vão querer forçar uma educação irrelevante e estes se defendem com distúrbios de atenção e com a desmotivação. Eu acho que a educação não está a serviço da evolução humana, mas sim da produção ou da socialização. Esta educação serve para adestrar as pessoas de geração em geração, a fim de continuarem sendo manipulados como cordeiros pela mídia. Este é um grande mal social, querer usar a educação como uma maneira de embutir na mente das pessoas um modo de ver as coisas que irá atender ao sistema e a burocracia. Nossa maior necessidade é evoluir na educação, para que as pessoas sejam o que elas poderiam ser.

A crise da educação não é uma crise, entre as muitas crises que temos, uma vez que a educação é o cerne do problema. O mundo está em uma profunda crise por não termos uma educação voltada para a consciência. Nossa educação está estruturada de uma forma que rouba as pessoas de sua consciência, seu tempo e sua vida.

O modelo de desenvolvimento econômico de hoje tem ofuscado o desenvolvimento da pessoa.

- Como seria uma educação para a qual sejamos seres completos?

– A educação ensina as pessoas a passarem por exames, não a pensarem por si mesmas. É um tipo de exame em que não se mede a compreensão e sim a capacidade de repetir. É ridículo, se perde uma grande quantidade de energia! Ao invés de uma educação para a informação, precisamos de uma educação que aborde o aspecto emocional e uma educação da mente profunda. Para mim parece que estamos presos entre uma alternativa idiota, que é a educação secular e uma educação autoritária, que é a educação religiosa tradicional. Está tudo bem separar o Estado e a Igreja mas, por exemplo, a Espanha, tem descartado o espírito, como se religião e espírito fossem a mesma coisa. Precisamos que a educação também atenda à mente profunda.

- Quando você fala sobre a espiritualidade e a mente profunda o que quer dizer exatamente?

Tem a ver com a própria consciência, com essa parte da mente da qual depende o sentido da vida. Está se educando as pessoas, sem este sentido. Tampouco é uma educação de valores, porque a educação de valores é demasiadamente retórica e intelectual. Os valores deveriam ser cultivados através de um processo de transformação pessoal e esta transformação está longe da educação atual.

A educação deve também incluir um aspecto terapêutico. O desenvolvimento pessoal não pode ser separado do crescimento emocional. Os jovens estão muito danificados afetiva e emocionalmente pelo fato de que o mercado de trabalho esta absorvendo os pais que não têm mais disponibilidade para os filhos. Há muita carência amorosa e muitos desequilíbrios nas crianças. Não pode aprender intelectualmente uma pessoa que está emocionalmente danificada.

O lado terapêutico tem muito a ver com resgatar na pessoa a liberdade, a espontaneidade e a capacidade de satisfazer seus próprios desejos. O mundo civilizado é um mundo domesticado, tanto a formação, quanto a criança, são instrumentos desta domesticação. Temos uma civilização doente que os artistas perceberam há muito tempo e agora cada vez mais pensadores, percebem também.

-A educação parece interessada apenas em desenvolver as pessoas racionais. Que outras partes mais poderiam ser desenvolvidas?

-Eu coloco ênfase de que somos seres com três cérebros: temos cabeça (cérebro intelectual), coração (cérebro emocional) e intestino (cérebro visceral ou instintivo). A civilização está intimamente ligada à tomada do poder pelo cérebro racional. No momento em que os homens predominaram no controle político, cerca de 6000 anos atrás, instaurou-se o que chamamos de civilização. E não é só o domínio masculino e nem só o domínio da razão, mas também a razão instrumental e prática, que se associa com a tecnologia; é este predomínio da razão instrumental sobre o afeto e a sabedoria instintiva, que nos tem empobrecido. A plenitude só pode existir em uma pessoa que tem os três cérebros ordenados e coordenados. Deste meu ponto de vista, precisamos de uma educação para os seres com três cérebros. Uma educação que poderia ser chamada de holística ou integral. Se vamos educar a pessoa como um todo, devemos ter em mente que a pessoa não é apenas razão.

Ao sistema convém que cada pessoa não esteja em contato consigo mesma e nem que pense por si mesma. Por mais que se levante a bandeira da democracia, ele tem muito medo que as pessoas tenham uma voz e estejam conscientes. A classe política não está disposta a investir em educação.

- A educação nos faz mergulhar em um mar de conceitos que nos separam da realidade e nos aprisiona em nossa própria mente. Como se pode sair desta prisão?

Esta é uma grande questão, uma questão necessária, no mundo educacional. A ideia de que o conceitual é uma prisão, requer uma certa experiência de que a vida é mais do que isso. Para quem já tem interesse em sair da prisão intelectual, é muito importante ter disciplina para parar a mente, ter a disciplina do silêncio, como praticado em todas as tradições espirituais: cristianismo, budismo, yoga, xamanismo… Parar os diálogos internos, em todas as tradições do desenvolvimento humano, tem sido visto como algo muito importante. A pessoa precisa se alimentar de coisas a mais, do que conceitos. O sistema educacional quer aprisionar o indivíduo, em um lugar onde ele esteja submetido a uma educação conceitual forçada, como se não houvesse outra coisa na vida. É muito importante, por exemplo, a beleza…a capacidade de reverência, de admiração, de veneração e de devoção. Isto não tem a ver necessariamente com uma religião ou um sistema de crenças. É uma parte importante da vida interior que está se perdendo, da mesma forma que estão perdendo, belas áreas da superfície da Terra, a medida que se constrói e se urbaniza.

- Precisamente, quero saber sua opinião sobre a crise ecológica que vivemos.

Ela é uma crise muito evidente, é a ameaça mais tangível de todas. Você pode facilmente prever que, com o aquecimento global, com o envenenamento dos oceanos e outros desastres que estão acontecendo, muitas pessoas não poderão sobreviver.

Estamos vivendo graças ao petróleo e consumimos mais recursos do que a terra produz. É uma contagem regressiva. Quando ficarmos sem o combustível, será um desastre para o mundo tecnológico que temos.

As pessoas que chamamos primitivas, como os índios, têm uma maneira de tratar a natureza que não vem do sentido utilitário. Na ecologia, na economia e em outras coisas, temos dispensado a consciência e trabalhado apenas com argumentos racionais que estão nos levando ao desastre. A crise ecológica só pode ser interrompida com uma mudança pelo coração, com a verdadeira transformação que só um processo educativo pode dar. Com isto, eu não tenho muita fé nas terapias ou religiões. Só uma educação holística poderia evitar a deterioração da mente e do planeta.

- Poderiamos dizer que você encontrou um equilíbrio em sua vida nesse momento?

-Eu diria que mais e mais, apesar de eu não ter terminado a jornada. Eu sou uma pessoa com muita satisfação, a satisfação de ajudar o mundo que estou. Vivo feliz, se é que se pode ser feliz nesta situação trágica em que todos nós estamos.

-A partir de sua experiência, da sua carreira e sua maturidade, como você processa a questão da morte?

-Em todas as tradições espirituais aconselha-se, a viver com a morte ao lado. Você tem que chegar a essa evidência de que somos mortais, e que levar a morte a sério não será tão vaidoso. Não teremos tanto medo das coisas pequenas, quando temos uma coisa maior com que nos preocupar. Acredito que a morte só é superada para aqueles que de alguma forma, morrem antes de morrer. Precisamos morrer para a parte mortal, para a parte que não transcende. Aqueles que tem tempo, suficiente dedicação e que vão suficientemente longe nesta viagem interior, finalmente encontram seu verdadeiro Eu. Este ser interior ou este ser que é um, é algo que não tem tempo, e dá a uma pessoa uma certa paz ou um sentimento de invulnerabilidade. Estamos tão absortos em nossas vidas diárias, em nossos pensamentos de alegria, tristeza, etc…Não estamos em nós mesmos, não temos conhecimento de quem somos. Para isso, precisamos estar muito sintonizados com a nossa experiência de tempo. Esta é a condição humana, estamos vivendo no passado e no futuro, no aspecto horizontal de nossas vidas, porém, desatentos para a dimensão vertical da vida, para o aspecto mais alto e mais profundo, nosso espírito e nosso ser. E a chave para este acesso, é o aqui e o agora.

Às vezes estamos em busca do ‘Ser’ e às vezes ficamos confusos em busca de outras coisas menos importantes, como o sucesso e a fama.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

TEMAS DE PESQUISA NA ÁREA DE CIÊNCIAS NATURAIS

TEMAS DE PESQUISA NA ÁREA DE CIÊNCIAS NATURAIS


Perrenoud propõe que devemos organizar as interações e as atividades, de modo que cada aluno seja confrontado constantemente ou, ao menos, com bastante frequência, com situações didáticas mais fecundas para ele. (PERRENOUD, 2001, p.26- 27).

1 Modelo cinético molecular (atividade experimental)
  
2 Investigando um tomate em decomposição (atividade experimental)
  
3 Transferências e transformações de energia (atividade experimental)
  
4 Funções de nutrição no corpo humano
  
5 Adaptações reprodutivas dos seres vivos (trabalho com texto e estudo de casos)
  
6 Reações químicas: ocorrência, identificação e representação (atividade experimental)
  
7 Temperatura, calor e equilíbrio térmico (atividade experimental)
  
8 Condições para desenvolvimento de microrganismos (atividade experimental)
  
9 Drogas e sistema nervoso (painel de debates)
  
10 As características herdadas e as influências do meio (estudo dirigido)
  
11 Roteiro de trabalho de campo: visita a uma área de cerrado
  
12 Estudo de casos: teias alimentares e desequilíbrio de populações
  
13 Roteiro de atividade experimental: identificando algumas substâncias que compõem o leite
  
14 Atividade experimental: queda de uma bola abandonada de patins em movimento
  
15 Trabalho em grupos – Galileu e o nascimento de uma nova física
  
16 Trabalho em grupo usando material on-line: os pterossauros (como eram e como viviam)
  
17 Roteiro para debate de vídeo: Ilha das Flores
  
18 Ciência em debate: reparação polêmica
  
19 Permeabilidade dos solos (atividade experimental)
  
20 Trabalho de campo e laboratório: o solo e sua composição
  
21 Atividade experimental: Investigando o papel da luz na produção de alimentos
  
22 Por que temos menos pêlos no corpo do que outros primatas?
  
23 Atividade prática: acendendo uma lâmpada
  
24 Atividade prática – identificando pontos cardeais por meio de sombras
  
25 Atividade prática – O Globo como modelo da Terra no espaço
  
26 Atividade experimental: eletrizando borracha, plásticos e metais
  
27 Ciclo de debates sobre sexualidade na adolescência (a partir de site na internet)
  
28 Estudos sobre planejamento familiar e métodos contraceptivos (a partir de site na internet)
  
29 Modelo de propagação de luz e formação de sombras (atividade experimental)
  
30 Doença de Chagas: história, causas e tratamento (estudo de textos e debate)
  
31 Tratamento de esgotos (preparação para visita a ETE)
  
32 Campanha anti-drogas (a partir de site na internet)
  
33 Materiais e suas propriedades
  
34 Disponibilidade e qualidade de água
  
35 Introdução ao conceito de átomo  

sábado, 18 de abril de 2015

SIMULADO - FIGURAS DE LINGUAGEM - COM GABARITO

SIMULADO
  FIGURAS DE LINGUAGEM 
 COM GABARITO

A forma como se avalia, segundo Luckesi (2002), é crucial para a concretização do projeto educacional. É ela que sinaliza aos alunos o que o professor e a escola valorizam. 

Nos exercícios de número 1  a  22, faça a associação de acordo com o seguinte código:
a) elipse                             g) anacoluto
b) zeugma                          h) silepse de gênero
c) pleonasmo                      i) silepse de número
d) polissíndeto                    j) silepse de pessoa
e) assíndeto                        l) anáfora
f) hipérbato                         m) anástrofe

1. (  J ) "Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos."(Machado de Assis)

2.  ( G  ) "Aquela mina de ouro, ele não ia deixar que outras espertas botassem as mãos." (José Lins do Rego)

3.  ( A ) "Este prefácio, apesar de interessante, inútil." (Mário Andrade)

4.  ( C ) "Era véspera de Natal, as horas passavam, ele devia de querer estar ao lado de lá-Dijina, em sua casa deles dois, da outra banda, na Lapa-Laje." (Guimarães Rosa)

5. (  E  ) "Em volta: leões deitados, pombas voando, ramalhetes de flores em laços de fitas, o Zé-Povinho de chapéu erguido." (Aníbal Machado)

6. ( F) "Sob os tetos abatidos e entre os esteios fumegantes, deslizavam melhor, a salvo, ou tinham mais invioláveis esconderijos, os sertanejos emboscados." (Euclides da Cunha)

7. (  H  ) V.Exa.está cansado?

8. (G ) "Caça, ninguém não pegava...(Mário de Andrade)

9. (G ) "Mas, me escute, a gente vamos chegar lá." (Guimarães Rosa)

10. ( I ) "Grande parte,porém, dos membros daquela assembleia estavam longe destas ideias." (Alexandre Herculano)

11. ( D  ) "E brinquei, e dancei e fui
               Vestido de rei..."(Chico Buarque)

12. (D ) "Wilfredo foge. O horror vai com ele, inclemente. foge, corre, e vacila, e tropeça e resvala, E levanta-se, e foge alucinadamente..." (Olavo Bilac)

13. ( E  ) "Agachou-se, atiçou o fogo, apanhou uma brasa com a colher , acendeu o cachimbo, pôs-se a chupar o canudo do taquari cheio de sarro."(Graciliano Ramos)

14. ( A ) "Tão bom se ela estivesse viva me ver assim."(Antº Olavo Pereira)

15. (  I ) "Coisa curiosa é gente velha. Como comem!" (Aníbal Machado)

16. ( C ) "Sonhei que estava sonhando um sonho sonhado."(Martinho da Vila)

17. ( B ) "Rubião fez um gesto. Palha outro; mas quão diferentes." (Machado de Assis)

18. ( C  ) "Estava certo de que nunca jamais ninguém saberia do meu crime."(Aurélio Buarque de Holanda)

19. ( B  ) "Fulgem as velhas almas namoradas...
               - Almas tristes, severas, resignadas,
               De guerreiros, de santos, de poetas." (Camilo Pessanha)

20. ( I   ) "Muita gente anda no mundo sem saber pra quê: vivem porque vem os outros viverem."(J.Simões Lopes Neto)

21. ( M ) "Um mundo de vapores no ar flutua"(Raimundo Correa)

22. (  L  ) "Tende piedade de mulher no instante do parto.
              Onde ela é como água explodindo em convulsão
              Onde ela é como a terra vomitando cólera
              Onde ela é como a lua parindo desilusão."(Vinícius de Morais)

Faça a associação de acordo com as letras, nos exercícios do número 23 a 40.
a. metáfora                           f. sinédoque
b. comparação                     g. sinestesia
c. prosopopeia                      h.onomatopeia
d. antonomásia                     i. aliteração
e. metonímia                         j. catacrese

23. (F ) "Asas tontas de luz, cortando o firmamento!"(Olavo Bilac)

24. ( J ) "Redondos tomates de pele quase estalando." (Clarice Lispector)

25. ( E  ) "O administrador José Ferreira
            Vestia a mais branca limpeza." (João Cabral de Melo Neto)

26. ( F  ) "A  cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo."(José Cândido de Carvalho)

27. ( G   ) "A noite é como um olhar longo e claro de mulher." (Vinicíus de Morais)

28. ( D ) A virgem dos lábios de  mel é um das personagens mais famosas de nossa literatura.

29. (J ) "O pé que tinha no mar a si recolhe."(Camões)

30. ( F  ) "Se os deuses se vingam, que faremos nós os mortais?" (V. Bergo)

31. (  C  ) "Solução onda trépida e lacrimosa; geme a brisa folhagem; o mesmo silêncio anela de opresso." (José de Alencar)

32. (  G  ) "Avista-se o grito das araras." (Guimarães Rosa)

33. ( I   ) "Da noite a tarde e a taciturna trova     Soluça...

34. ( C   ) "O Forte ergue seus braços para o céu de estrelas e de paz." (Adonias Filho)

35. ( A  ) "Lá fora a noite é um pulmão ofegante." (Fernando Correa)

36. ( E  ) "O meu abraço te informará de mim." (Alcântara Machado)

37. ( F   ) "Iam-se as sombras lentas desfazendo
              Sobre as flores da terra frio orvalho." (Camões)

38. (  A ) "Não há criação nem morte perante a poesia
              Diante dela, a vida é um sol estático
              Não aquece, nem ilumina." (Carlos Drummond Andrade)

39. (F   ) "Um olhar dessa pálpebra sombra." (Álvares de Azevedo)

40. (  B ) "O arco-íris saltou como serpente multicolor nessa piscina de desenhos delicados."(Cecília Meireles)

Nos exercícios de números 41 a 50, faça a associação de acordo com o seguinte código:
a. ironia                          d. paradoxo
b.eufemismo                   e. hipérbole
c.antítese                        f. gradação

41. ( E  )"Na chuva de cores
           Da tarde que explode
           A lagoa brilha" (Carlos Drummond de Andrade)

42. (C   ) "Nasce o sol, e não dura mais que um dia.
            Depois de luz, se segue a noite escura,
            Em tristes sombras morre a formosura
            Em contínuas tristezas, a alegria."(Gregório de Matos)

43. ( E ) "Se eu pudesse contar as lágrimas que chorei na véspera e na manhã, somaria mais que todas as vertidas desde Adão e Eva."(Machado de Assis)

44. ( E   ) "Todo sorriso é feito de mil prantos,
              toda vida se tece de mil mortes."(Carlos de Laet)

45. ( F   ) "Eu era pobre. Era subalterno. Era nada."(Monteiro Lobato)

46. ( C  ) "Residem juntamente no teu peito
            um demônio que ruge e um deus que chora." (Olavo Bilac)

47.( B ) "Quando a indesejada das gentes chegar." (Manuel Bandeira)

48. ( E ) "Voando e não remando, lhe fugiram." (Camões)

49. ( F ) "O dinheiro é uma força tremenda, onipotente, assombrosa." (Olavo Bilac)

50. (  A  ) "Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor."(Mário de Andrade)




sexta-feira, 17 de abril de 2015

DEZ ESTRATÉGIAS DE MEMORIZAÇÃO - ENEM

Dez estratégias de memorização 

Oliveira (2006, p. 194) conclui afirmando que: “estratégia é definida como um caminho, ou ação formulada e adequada para alcançar, de maneira diferenciada, as metas, e os objetivos estabelecidos, perante seu ambiente”.

1. Para consolidar o aprendizado, "em sala de aula o aluno deve ser curioso, fazer perguntas, abordar o professor e sair sabendo o conteúdo", explica Renato Alves, preparador mnemônico e autor do livro “Não Pergunte se Ele Estudou - Como Desenvolver nos Filhos o Interesse e a Motivação nos Estudos”.


 2. Reler e pesquisar o conteúdo que foi passado na aula naquele dia ajuda na hora da aprendizagem.


3. "Uma vez que você assistiu aula e leu um livro, você vai fazer a confirmação e jogar isso para a memória e, mentalmente, repassar o conteúdo. Submeter o conteúdo às nossas três memórias: a memória visual (que fazemos relação com imagens), a auditiva (ler em voz alta, por exemplo) e sinestésica (contar aquilo com gestos e movimentos) é uma ótima forma de estimular a memória", diz o especialista.


4. Ler e reler são importantes estratégias para a memorização. "A primeira é superficial, apenas ajuda a preparar a memória; já a releitura dá início à fixação do conteúdo", afirma o treinador mnemônico Renato Alves


 5.A concentração é uma função do cérebro que precisa de estímulo. Quanto mais estímulo existir entre aluno e fonte maior o grau de concentração. Sentar-se na primeira fileira da sala, por exemplo, é um bom incentivo à concentração.


6.O cansaço atrapalha na hora da memorização. "Melhor do que lutar contra o sono, é descansar. O resultado é sempre melhor quando mente e corpo estão descansados", afirma o treinador mnemônico Renato Alves. Mas se não tiver jeito de dormir, uma dica é o estudante ler de pé. "Isso inibe o sono", comenta o especialista.



7.Dormir bem à noite ajuda a consolidação de tudo o que foi aprendido durante o dia. O ideal seria que o indivíduo dormisse, pelo menos, oito horas por noite. A alimentação também não pode ficar de lado: quando o estudante pula uma refeição, o metabolismo é reduzido e ele perde a concentração.


 8.Durante a leitura, o aluno deve resistir à ideia de marcar o texto. "Primeiro, é melhor explicar para ele mesmo cada trecho do texto sobre o que o texto fala e só após entender o conteúdo, fazer anotações", afirma o especialista Renato Alves.



9.Resumos e fichamentos são poderosos argumentos para a memória. "O ideal é o aluno prestar atenção, fazer a confirmação e, depois de explicar o conteúdo para si mesmo, ele pode escrever", afirma Renato Alves. O método deve ser "aula-cérebro-papel".


10. O aluno deve abusar de simulados. Testes ajudam a criar memória de longa duração. "Quando o aluno faz e refaz exercícios, cria memória de longo prazo. Isso inibe a insegurança na hora de uma prova, por exemplo."



terça-feira, 14 de abril de 2015

PROJETO: VIAGEM PELOS LIVROS...

VIAGEM PELOS LIVROS...


"A leitura desperta o espírito criativo, que é a chave de uma cidadania ativa, é porque permite um distanciamento, uma descontextualização; mas porque também abre um espaço para o devaneio, no qual outras possibilidades são cogitadas..." Michèle Petit.


Gostar de Ler, ter prazer com a leitura, entregar-se a uma viagem pelos livros... são expressões que nos inspiram sentimentos semelhantes. Fazem pensar que a leitura é um processo que depende apenas de uma vontade inicial ou uma experiência vivida de forma livre, espontânea, que, para acontecer, precisa apenas de dois elementos: o livro e o leitor.

No Brasil, a maioria das pessoas vive uma ruptura em sua relação com a leitura ao deixar a escola. Ainda vivemos imersos  numa cultura, na qual a oralidade domina grande parte das relações sociais e muitas pessoas sobrevivem e convivem quase exclusivamente recorrendo à fala, sem desenvolver habilidades na escrita. Mas quais são os impactos dessa forma de comunicação, sobretudo num mundo cada vez mais competitivo, globalizado e muitas vezes brutalizado?

Até hoje, a ideia de leitura ainda está associada a rotinas que fazem parte do processo de escolarização. Não é difícil descobrir as razões da permanência da associação entre leitura e hábito. Nas mais recentes pesquisas de análise do comportamento leitor da população brasileira, destaca-se o paralelo entre escolarização e acesso ao livro e à leitura. Retratos da leitura no Brasil, organizada por Galeno Amorim, por exemplo, considerou leitores as pessoas que leram ao menos um livro nos últimos três meses (55% da população estudada). Desses, 50% são estudantes que leem algo porque foi indicado pela escola e 7% que afirmam ler a Bíblia. Da população total brasileira, estima-se que cerca de um terço lê com frequência e supostamente busca alternativas ou têm seu contato com livros facilitado em escolas,  bibliotecas, livrarias ou pela família. Os leitores considerados com uma relação mais frequente com os livros têm de  11 a 17 anos, justamente por receberem estímulos à leitura por parte do sistema educacional.

Ainda segundo a pesquisa, as crianças e jovens são o público que mais consome livros, mas há queda na taxa de penetração da leitura à medida que se avança em idade. Até 17 anos, os entrevistados responderam ler até três vezes mais livros que as pessoas com mais de 18 anos, tanto no que se refere a livros em geral, como aqueles indicados pela escola.

São dados que revelam  a necessidade de proporcionar à população brasileira – sobretudo às pessoas com acesso limitado ao livro – maior exposição à palavra, para que todos possam criar intimidade com a leitura e, a partir da aquisição de habilidades próprias a quem lê literatura por prazer, possam também  conquistar maior autonomia e um olhar mais crítico diante da realidade.

Fortes indícios mostram que essa mudança para melhor no comportamento leitor do brasileiro parece estar em curso. Recentemente, muitas escolas, professores, organizações não-governamentais, mediadores de leitura, bibliotecários, entre várias instituições e profissionais, estão tentando avançar nessa forma de relação com a palavra, por meio de projetos de leitura dos mais variados.

Biblioteca

Um dos aspectos positivos dessas iniciativas é a incorporação de alguns conceitos e práticas amplamente discutidos no Brasil, sobretudo a partir do processo de criação do Plano Nacional do Livro em Leitura, em 2006. Entre os princípios que têm inspirado ações bem-sucedidas na área está o desenvolvimento de estratégias para tornar os livros elementos permanentemente presentes nos processos educativos e no cotidiano das pessoas nos mais variados espaços, desde a escola até equipamentos de cultura e lazer diversos. Hoje os projetos de leitura encontram-se, em geral, inseridos em processos de aquisição e qualificação da relação com a língua, mas também incorporam objetivos relacionados ao ensino da literatura ou podem mesmo ter como foco o desenvolvimento do gosto, prazer, fruição estética e tudo que envolva a relação lúdica com os livros. No entanto, a opção por priorizar o desenvolvimento do gosto pela leitura não implica em espontaneísmo. Ao contrário, são os marcos teóricos, os instrumentos pedagógicos, o investimento na formação de educadores e a construção de indicadores de acompanhamento de projetos que dão identidade a um bom projeto de promoção da leitura. Como afirma Maria Beatriz Medina:

“A tarefa de formar leitores supõe um trabalho permanente que supera o circunstancial e implica num acompanhamento contínuo. Um trabalho que requer a definição de objetivos, o planejamento de estratégias, a avaliação permanente das ações, a revisão contínua dos objetivos iniciais, seja para reafirmá-los ou para ajustá-los à realidade e assim concretizar novas estratégias necessárias para a consecução das metas traçadas”.

Muitas das atuais iniciativas de promoção da leitura no Brasil também têm colocado em prática suas ações partindo do princípio de que não basta distribuir livros, como também não é suficiente ter o espaço físico da biblioteca nem mesmo ter um profissional que assuma a missão de formar leitores, com a competência para a prática da mediação. Nada disso funciona sem o impulso para que as pessoas se sintam parte dos projetos ou práticas de incentivo à leitura, de modo a fazer das bibliotecas espaços vivos, abertos aos interesses e perfis dos seus usuários.

E soma-se a esse conjunto de elementos o papel essencial que o leitor desempenha na leitura de um texto literário. Ao contrário da leitura de textos informativos, talvez o processo que melhor descreva a leitura literária é a diferença de intencionalidade. Ao invés de sairmos cheios de respostas para as dúvidas que temos, como fazemos ao ler sobre algo objetivo, na leitura literária quase sempre saímos com perguntas nas quais nem havíamos pensado antes. Como diz Gabriel Perissé:

“O próprio ato da leitura consiste em aprender a perguntar. Lendo, estamos automaticamente perguntando a nós mesmos, ao livro, à linguagem, à cultura, a tudo e a todos, estamos formulando perguntas que nem sempre temos ocasião de fazer, que nem sempre temos consciência de que precisamos fazer.” (Elogio da leitura)

Na leitura literária, essa interação do leitor com o livro por meio de perguntas de forma nem sempre consciente é algo ainda mais evidente. Na entrega ao deleite, ao prazer, à ludicidade, além da sensação de prazer, podem surgir outras relações entre leitor e narrativa. Nos estudos de teoria literária, algumas das perspectivas mais recentes se reúnem em torno do campo da estética da recepção. Segundo Teresa Colomer, a origem desses conceitos se deu a partir da aplicação de postulados pedagógicos centrados na participação do aluno no processo de ensino-aprendizagem ao campo dos estudos literários. Tal perspectiva, afirma ela em A formação do leitor literário, tende a destacar que “ ...o leitor literário compreende as obras segundo a complexidade da sua experiência de vida e da sua experiência literária.”

Tudo se inicia a partir de um novo olhar sobre os livros e a leitura. Alguns elementos da nossa cultura e alguns fatores socioeconômicos que ainda hoje influenciam na relação dos brasileiros com o livro e a leitura foram extremamente determinantes para que, até bem pouco tempo atrás, sobrevivessem resquícios de uma visão funcional, utilitária e mesmo superficial da leitura literária. E isso não é algo exclusivo das classes menos privilegiadas. São ainda recentes, mesmo nos espaços culturais e educacionais frequentados pela elite, as iniciativas que buscam garantir lugar de privilégio à leitura literária por meio de estratégias de apreciação estética. O modelo educacional brasileiro até bem pouco tempo mantinha a presença da literatura nos currículos e salas de aula de forma fragmentada, aliada a padrões de interpretação  vinculados à cobrança de aprendizagem de conteúdos gramaticais ou para o ensino da sintaxe.

Na leitura literária, ocorre um processo muito distinto da leitura para aprender algo ou para comprovar conhecimentos concretos. Na verdade, muitas vezes, a leitura literária coloca o que é conhecido num contexto estranho, novo, para confrontar sentidos estabelecidos, brincar com as palavras, de forma a fazer o leitor entrar num processo de criação de seus próprios sentidos. Por isso se afirma que a literatura deve provocar a sensação de estranhamento em relação à realidade. Assim, ampliamos nossa forma de ver, saindo dos padrões de organização do conhecimento útil, científico, real, mas sem nos distanciarmos inteiramente dele, apenas expandindo nossa forma de compreender.

Como diz Jorge Larrosa, a leitura literária está imbuída, de um “gesto às vezes violento de problematizar o evidente, de converter em desconhecido o demasiado conhecido, de devolver certa obscuridade ao que parece claro, de abrir uma certa ilegibilidade no que é demasiado legível.” (em Linguagem e educação depois de Babel).

E Michèle Petit  segue a mesma lógica, ao afirmar que: “... se a leitura desperta o espírito criativo, que é a chave de uma cidadania ativa, é porque permite um distanciamento, uma descontextualização; mas porque também abre um espaço para o devaneio, no qual outras possibilidades são cogitadas...”(em Os jovens e a leitura – uma nova perspectiva).

Os livros produzidos por escritores de ficção, em geral não têm como função confirmar o que é dito de maneira sistematizada pelas ciências ou por áreas do conhecimento que tenham como princípio a confirmação de verdades. Porém, são outros tipos de “verdades” que surgem na literatura, pois cada escritor faz sua leitura de mundo e a compartilha com o leitor, para que novos sentidos sejam construídos. Daí o caráter transgressor da literatura.

O papel dos mediadores que hoje atuam em diversos projetos sociais pelo Brasil tem, portanto, que ser destacado. Esses profissionais têm colaborado para que muitos leitores desenvolvam relações positivas com a leitura, a partir, sobretudo, da construção de um ambiente de troca de idéias, de maneira que todos possam ser capazes de indicar livros, de modo a mergulhar na história e encontrar seus próprios sentidos.

Muitas vezes, a mediação é refletida exclusivamente a partir do planejamento de atividades diárias que um educador elabora para “animar” um espaço de leitura. Nesses casos, a mediação engloba, sim, momentos coletivos que acontecem de formas diversas. Nesses momentos se incluem saraus, roda de histórias, manipulação coletiva de acervos, circulação de bibliotecas itinerantes, como as malas de leitura, por exemplo, entre tantas outras formas de juntar pessoas ao redor de livros. No entanto, uma biblioteca deve ser também um espaço de busca individual. Além de organizar o espaço de maneira a garantir a autonomia do leitor em fazer suas próprias descobertas, o mediador também pode contribuir no processo mais íntimo de cada leitor,  quando este quer algo para ler de maneira mais isolada, discreta, fora do olhar dos demais. Por isso, uma biblioteca deve ser também um local onde o silêncio permita esse distanciamento do mundo agitado, tornando possível o mergulho na leitura como experiência totalmente individual, pois a leitura é também uma forma de: “...escapar do tempo e do lugar em que supostamente se deveria estar; escapar desse lugar predeterminado, dessa vida estática e do controle mútuo que uns exercem sobre os outros”, como afirma Michèle Petit.

O mediador de leitura tem funções múltiplas. É um profissional que vai se constituindo como referência inicial para qualificar a relação das crianças,  adolescentes, jovens e adultos com a literatura. Sua relação próxima com o universo literário é o terreno a partir do qual ele pode vir a exercer vários papéis nas vidas dos leitores que frequentam a biblioteca. A ação de um mediador de leitura, como afirma Petit, vai muito além de atividades de leitura que tenham um teor puramente objetivo. Na grande maioria das vezes, os educadores mediadores de leitura criam vínculos duradouros com os usuários. Ouvem suas sugestões, ampliam o acervo a partir delas, criam situações que façam o leitor ter vontade de voltar a visitar o espaço, ampliando, assim, o público inicialmente planejado. Além disso, a  mediação feita  a partir de encontros individuais entre o leitor e o educador pode se transformar em momentos de cumplicidade e de troca afetiva. Ambos podem compartilhar de descobertas, nesse processo que será revelador, impulsionador de novas reflexões, de maneira a transformar a mediação no que Michèle Petit denomina “relação personalizada”.  Nesses casos, o mediador é alguém que acolhe, que recolhe as palavras do outro e com ele estabelece um vinculo afetivo, sem deslizar-se para uma mediação do tipo pedagógico.

Muitas ações de incentivo à leitura colocam em prática esses princípios que buscam construir novas formas de relação com o livro. São  projetos que hoje reeditam a aprendizagem dialógica proposta por Paulo Freire, para quem “a leitura de mundo precede a leitura da palavra”. São projetos de leitura nos quais a figura do mediador é central não para direcionar um hábito, mas para estar junto, estimular o leitor na muitas vezes árdua trajetória de criar seus próprios sentidos na relação que estabelece com os livros.

Esses projetos sociais contribuem concretamente para que a leitura seja uma prática social capaz de ampliar a democracia. São, por exemplo, bibliotecas especialmente desenhadas para receber públicos diversos e que disponibilizam um acervo diversificado para atender interesses distintos, com acessibilidade para pessoas com deficiência, integradas às iniciativas da comunidade na democratização do conhecimento. Para que isso aconteça, governos e sociedade civil vêm investindo no quadro pessoal das bibliotecas, valorizando os profissionais e estimulando-os a ter acesso à formação em mediação de leitura e em outras habilidades necessárias à ressignificação da biblioteca como organismo vivo e dinâmico.

Acolher todas essas mudanças não é um processo rápido. Mas proliferam iniciativas públicas e privadas em todo o país, que mostram enorme criatividade no desenvolvimento de práticas de leitura. São pontos de venda de livros em metrô, minibibliotecas em paradas de ônibus, troca-troca de livros em meio a bancas de feirantes, bibliotecas que ganham mobilidade por meio de todo tipo de veículo,  além de iniciativas de modernização, dinamização e extensão das atividades das bibliotecas públicas de vários municípios e estados.

O que vem se conquistando por meio da ampliação do acesso ao livro e à leitura vai muito além da melhoria de oportunidades para a aquisição do conhecimento. Projetos de leitura têm potencial muito mais profundo pois, como afirma Michèle Petit, criam a possibilidade de construção de um mundo interno, de uma subjetividade vital às  pessoas no enfrentamento das mais diversas situações e contextos que compõem o viver em sociedade.

O contexto brasileiro tem se mostrado propício à consolidação de conceitos e práticas que podem, efetivamente, contribuir para o fortalecimento de processos de promoção da leitura que incorporam os princípios e procedimentos metodológicos aqui discutidos. Esses processos estão diretamente relacionados à construção de uma sociedade leitora como pressuposto para a democracia. Já possuímos um marco legal e referências concretas para a consolidação do Plano Nacional do Livro e Leitura como política de Estado. Agora é o momento de sedimentar essas bases com a participação de indivíduos e instituições interessados na garantia da leitura e do acesso ao livro como direito de todos.

Leia também “Leitura e qualidade de ensino: um itinerário possível para formação de leitores” e "A formação do promotor de leitura", reflexões  de Maria Beatriz Medina publicadas na EMÍLIA.


Referências

Galeno Amorim (org.), Retratos da leitura no Brasil. São Paulo: Instituto Pró-Livro e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2008.

Gabriel Perissé, Elogio da leitura. São Paulo: Manole, 2005

Jorge Larrosa, Linguagem e educação depois de Babel. Belo Horizonte: Autêntica, 2004 (pág. 16).

Maria Beatri Medina. “Las posibles rutas de la lectura”, texto apresentado no evento El Festival de La Palavra. Cidade do México, 2006.

Michèle Petit, Os jovens e a leitura – uma nova perspectiva. São Paulo: 34, 2008 (pág. 120).

Teresa Colomer, A formação do leitor literário. São Paulo: Global, 2003.

Zoara Failla, “Os jovens, leitura e inclusão”, em  Retratos da leitura no Brasil.

PROJETO INTERDISCIPLINAR: Era uma vez... Duas e três.. Lendo me encanto... Encantado me encontro!

PROJETO INTERDISCIPLINAR:  Era uma vez... Duas e três.. Lendo me encanto... Encantado me encontro!


 “As crianças constroem o conhecimento a partir das interações que copiam da realidade. É fruto de um trabalho de significação e ressignificação”. RCNEI (1998 – p. 21–22, vol. 01)

 Justificativa

O início do ano passado foi marcado pela necessidade de desenvolver um projeto que trabalhasse a autonomia; a concentração; o respeito e a capacidade de escutar o outro; o saber esperar a vez; a construção da identidade; o desenvolvimento da imaginação; as formas adequadas para expressar ideias e sentimentos, compartilhando conhecimentos, trabalhando a linguagem oral, e que fosse, também, prazeroso para as crianças. Assim nasceu o projeto: Era uma vez... Duas e três... Lendo me encanto... encantado me encontro”. A prática educativa não tem receita pronta. É preciso experimentar, tendo bom  senso e ética, para encontrar a melhor forma de realizar cada atividade com as crianças.

Os contos e histórias infantis são transformadores... A humanidade chegou aonde chegou porque algumas pessoas fantasiaram, sonharam e assim escreveram contos e histórias. Imaginar e fantasiar são habilidades que devem ser alimentadas desde a infância, o que beneficia as crianças com um leque de descobertas e resgata valores do cotidiano escolar, além de possibilitar a aprendizagem, a compreensão e a transformação dos conhecimentos à sua volta.

É visível o prazer que as crianças têm, desde muito cedo, em ouvir histórias e narrativas que facilitam a aproximação e o fortalecimento dos vínculos afetivos e que trazem avanços positivos no seu desenvolvimento global.

Por isso, sentimos a necessidade de desenvolver com nossas crianças, na sua fase infantil, um projeto que lhes dê oportunidade de construir, criar, imaginar e fantasiar através de contos e das histórias infantis.

Objetivo geral

“…a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa”. 
(Jean Piaget)

Nosso principal objetivo é oportunizar às crianças o contato com as mais diversas formas de leitura, proporcionando-lhes momentos prazerosos, desafiadores; levando-as a perceber que o ato de ler (mesmo que de forma não convencional), além de poder ser usado como obtenção de informações, pode ser muito divertido, lúdico, bem como desenvolve a imaginação, a linguagem oral, gráfica e corporal. Pretendemos oportunizar à criança o aprendizado da leitura e da escrita por meio de atividades que a façam envolver-se ativa e significativamente na construção de novos conhecimentos e novas habilidades. Para tanto, pretendemos utilizar as diferentes linguagens — verbal, gráfica, plástica e corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, transformando os conhecimentos prévios, envolvendo-as significativamente nas mais diversas atividades, reconhecendo e valorizando as mais diversas formas de ler e escrever. Bem como aguçar a autoestima e a confiança de nossas crianças quanto ao seu potencial cognitivo.

Objetivos específicos

• Proporcionar às crianças o contato com diversos gêneros literários.
• Favorecer o acesso de livros literários às crianças, contribuindo assim para a formação de todos os discentes como leitores de literatura.
• Favorecer a integração e a socialização das crianças com o grupo, propiciando o desenvolvimento tanto psíquico como motor, trabalhando com atividades que envolvam os movimentos, as expressões, os gestos corporais, bem como suas possibilidades de utilização (danças, jogos, brincadeiras...).
• Construir um carro itinerante com livros para passar nas salas de aula.
• Aproximar ainda mais os pais, criando oportunidades para que possam participar como ouvintes e também como artistas, apresentando suas habilidades nos momentos culturais.
• A partir de estudos/pesquisas, realizar dicotomia e/ou analogia entre os temas e as atividades propostos em sala de aula, conseguindo assim, ser um cidadão crítico, participativo e reflexivo.
• Permitir à criança um contato com uma linguagem mais elaborada.
• Valorizar a leitura como fonte de prazer, entretenimento e conhecimento.
• Trabalhar a leitura de forma lúdica e interativa.
• Desenvolver a linguagem oral e a expressão corporal.
• Despertar a criatividade, a imaginação e o gosto pela leitura.
• Incentivar a oralidade das crianças na recitação de poesias e em um sarau poético.
• Promover momentos de ilustração de poemas.
• Confeccionar livros com a participação das crianças.
• Desenvolver sessões historiadas com os contos da literatura infantil.
• Dramatizar fábulas e contos apresentando-se para as demais crianças do Cmei.
• Confeccionar murais com produções literárias produzidas em sala de aula pelas crianças.
• Apresentar alguns autores aos alunos através de seus livros infantis.
• Contar e recontar histórias folclóricas.
• Criar histórias a partir de relatos das crianças.
• Realizar colagens de escritas e desenhos das crianças.
• Participar de atividades que envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às tradições culturais de sua comunidade e de outras.

Eixos temáticos

Linguagem oral e escrita

"...a força impulsora que está por detrás da etimologia popular é o desejo de motivar na linguagem aquilo que é, ou se tornou opaco."(POSSENTI,1998.p.100)

• Uso da linguagem oral para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões, ideias, preferências e sentimentos.

• Relato de vivências nas diversas situações de interação presentes no cotidiano.

• Elaboração de perguntas e respostas de acordo com os diversos contextos.

• Participação em situações que envolvam a explicação e argumentação de ideias e pontos de vista.

• Narração de fatos em sequências temporal e causal.

• Recontação de histórias.

• Conhecimento e reprodução oral de jogos verbais como trava-línguas, parlendas, adivinhas, quadrinhas, poemas e canções.

• Participação em situações que envolvam o uso da escrita.

• Escrita do próprio nome ou de personagens da História.

• Produção de textos individuais e/ou coletivos.

• Respeito pela produção pessoal e pela alheia.

• Participação em situações que envolvam a leitura, ainda que não o façam de maneira convencional.

Matemática

• Utilização da contagem oral.

• Noções simples de cálculo mental.

• Comunicação de quantidades.

• Identificação da posição de um objeto ou numeral.

• Noção de sucessor e antecessor.

• Os números nos diferentes contextos.

• Comparação de escritas numéricas.

• Oportunização de momentos de produção, interpretação e ordenação numérica.

• Exploração e identificação de propriedades geométricas de objetos e figuras.

• Descrição e representação de pequenos percursos e trajetos.

• Comparação de grandezas e medidas.

• Leitura e interpretação de imagens.

• Coleta e organização de informações.

• Criação de registros.

• Interpretação e elaboração de listas e tabelas simples.

Valorização da vida e do meio ambiente.

• Percepção dos cuidados necessários à preservação da vida e do meio ambiente.

• Valorizações atitudinais relacionadas à saúde e ao bem-estar individual e coletivo.

• Estabelecimentos de relações entre fenômenos da natureza.

• Participação em situações que envolvam a observação e a pesquisa.

• Conhecimentos das partes do corpo e de suas funções.

• Cuidados com o corpo.

• Hábitos de higiene.

• Cuidados e prevenção de acidentes.

• Exploração do ambiente como forma de se relacionar com as pessoas, estabelecendo contato com objetos diversos, manifestando curiosidade e interesse.

• Demonstração de curiosidade pelo mundo social, formulando perguntas e imaginando situações.

• Manifestação de opiniões sobre acontecimentos, buscando informações e confrontos de ideias.

• Estabelecimento de relações entre o modo de vida de diversos grupos sociais.

• Observação e organização de lugares e paisagens.

• Ampliação do repertório de conhecimento a respeito do mundo social.

Identidade e autonomia

• Participação na resolução de problemas.

• Formulação de perguntas.

• Levantamento de conclusões e explicações sobre o tema estudado.

• Reconhecimento da identidade.

• Ampliação das habilidades para a aquisição da autonomia.

• Construção de conceitos a partir das experiências vivenciadas no cotidiano, relacionando-os com a textualidade expressa.

• Formação de uma cidadania consciente dos seus direitos e deveres.

• Respeito ao próximo, percebendo que somos iguais, apesar das diferenças.

Movimento

• Som e silêncio.

• Pulso.

• Ritmo.

• Compasso.

• Sons: graves e agudos.

• Duração: curto e longo.

• Expressão corporal por meio de danças, dramatização, brincadeiras e outros movimentos.

• Percepção das sensações, dos limites, das potencialidades, dos sinais vitais e da integridade do próprio corpo.

• Manipulação de materiais, objetos, livros e brinquedos para aperfeiçoamento de suas habilidades manuais.

Artes visuais

• Espaço.

• Superfície.

• Volume.

• Linha.

• Textura.

• Forma.

• Cor.

• Desenho.

• Modelagem.

• Pintura.

• Colagem.

• Apreciação textual.

Atividades propostas

• Oralização de poesia (autores da literatura infantojuvenil).

• Degustação literária, com cenário diferenciado do cotidiano.

• Apresentação de estande de livros (parceria com editoras).

• Criação do carrinho da imaginação, utilizando material reciclável.

• Ilustração de poemas.

• Participação em rodas de leitura.

• Confecção de livros com as crianças.

• Leitura compartilhada.

• Sessão historiada (Chapeuzinho Vermelho/Os Três Porquinhos/João e Maria, etc.).

• Dramatização de fábulas e contos clássicos.

• Confecção de mural.

• Apresentação de sarau poético.

• Apresentação da biografia de Monteiro Lobato.

• Conhecimento de alguns autores (Ruth Rocha, Nye Ribeiro, Bartolomeu Campos de Queiroz, Eva Furnari, Ana Maria Machado, Câmara Cascudo, Ziraldo, Roseana Murray e outros).

• Leitura de imagens.

• Conto e reconto de histórias folclóricas.

• Momento da fantasia — criando novas histórias a partir dos relatos das crianças.

• Pintura em sucata — ilustração de poesia e fábulas.

• Exposição de livros/trabalhos (de pano, papelão, miniaturas, etc.) confeccionados durante o projeto.

• Criação de varal literário (colagens, escritas e desenhos das crianças).

Obs.: Em agosto, mês do folclore, foi feita uma feira de artesanato para divulgação de trabalhos realizados pelos pais das crianças.

Metodologia

Este projeto desenvolve-se por meio da interdisciplinaridade e ludicidade, sendo estes realizados com os professores e as crianças nas salas de aula, bem como com a participação de toda a comunidade escolar e os pais. Ele é trabalhado durante todo o mês (iniciou-se em abril), por meio de pesquisas, leituras e releituras, confecção de objetos utilizando materiais recicláveis, construção de livros individuais e coletivos por cada turma, aulas de campo, entrevistas, musicalização, atividades psicomotoras, entre outras ações; com momentos de socialização dos trabalhos escritos e orais para as demais turmas e toda a comunidade. Cada professor escolhe, juntamente com seus alunos, histórias dos mais diversos autores; dentre eles, Monteiro Lobato, Vinicius de Moraes e Ziraldo, trabalhando-as de forma sistemática com toda a turma, buscando aguçar o gosto e o prazer pela leitura. Durante todo o mês, os professores direcionam os eixos temáticos a partir da história escolhida pelo grupo, trabalhando a matemática, a linguagem, o movimento e os demais eixos temáticos interdisciplinarmente.

A cada final de mês, realizaremos a Semana Cultural, ou seja, durante a última semana de cada mês ocorrerão momentos de visitação das crianças e dos pais para a degustação literária, quando cada professora tem um horário para visitar o espaço literário e fazer a degustação de livros, ouvir a contação de história e explorar a exposição de trabalhos feitos por todas as turmas. A contação de história é realizada pelas professoras de sala e professoras de Diversas Linguagens. A cada última quinta-feira e sexta-feira do mês, as turmas apresentarão, no espaço cultural, as histórias, os contos e as poesias trabalhadas, por meio de dramatização, musicalização, danças, etc. Ao percebermos o grande interesse das crianças e dos pais pelo projeto e entendermos que devemos nos envolver e participar ativamente para que as crianças também sejam estimuladas a participarem, criamos o Carro Imaginário, feito com um carro de supermercado e ornamentado com cores alegres, bem como apresentamos (professores e direção) uma peça teatral a cada Semana Cultural.

Cientes da importância de estarmos sempre trabalhando juntos para a comunidade, convidamos a cada mês um grupo local para se apresentar na nossa Semana Cultural, como: grupo de capoeira, coral, contadoras de histórias, músicos e animadores de festas.

Fundamentos epistemológicos

Os princípios teóricos aqui apresentados nortearão nossa pedagogia numa perspectiva de construir e transformar ideias em realidade, fugir do fazer repetitivo e caminhar numa contextualização, complementando a concepção de criança e de pedagogia na Educação Infantil. Desenvolvemos a ação metodológica possuindo princípios norteadores, de acordo com o nosso Projeto Político Pedagógico, pautados no sociointeracionismo e na proposta construtivista, respaldando-nos nos estudiosos Piaget e Vigotsky, bem como nos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.

Diante da riqueza e do diversificado leque artístico e cultural que as histórias infantis nos proporcionam, desenvolveremos as atividades propostas de forma interdisciplinar, abrangendo as mais diversas áreas do conhecimento, fazendo, assim, analogia e/ou dicotomia entre o imaginário e o conhecimento de mundo das crianças. Utilizamos as artes cênica, plástica, visual, musical e corporal, explorando as competências de cada criança. De acordo com o RCNEI (1998 – p. 21–22, vol. 01), “As crianças constroem o conhecimento a partir das interações que copiam da realidade. É fruto de um trabalho de significação e ressignificação”. É por acreditar nesse pensamento que, ao se fazer referência a Lev Vigotsky, ressalta-se a importância do social, as trocas entre sujeitos em um espaço historicamente organizado. Para ele, a interação social torna-se o espaço de constituição e desenvolvimento da consciência do ser humano desde que nasce (VIGOTSKY, 1991).

Nesse sentido, o educador priorizará as necessidades das crianças, suas peculiaridades e as brincadeiras, sendo os primeiros recursos no caminho da aprendizagem. Estas, não sendo apenas diversão, mas um momento de criar representações do mundo concreto com finalidade de entendê-lo, assim trabalhando os conceitos de unidade e harmonia na construção do autoconhecimento, tornam ainda melhor a vida em sociedade.

Materiais utilizados

Cartolina, cola, papel ofício, TNT, EVA, barbante, livros infantis do acervo da escola e produzidos pelas crianças e professoras, fantasias, tintas, objetos variados pertencentes à escola como: estantes, almofadas, tapetes, carrinho de supermercado, instrumentos musicais, som, CD, DVD, TV, material de sucata (caixas, tampas de garrafa, potes de iogurte, retalhos de tecido, etc.).

Avaliação

Ao refletir sobre a arte de escrever e ilustrar histórias, o professor prioriza o interativo diálogo entre ele e as crianças ou entre elas mesmas.

As atividades ora propostas neste projeto oportunizam a imaginação e a criatividade das crianças; por isso, a avaliação deve ser feita processualmente, partindo do interesse, da desenvoltura e da participação. A criança se comunica através do seu desenho, dos gestos, da música, do afeto e dos significados que ela já traz do seu mundo fora da escola. Neste projeto, a criança é estimulada a fantasiar e, de acordo com suas possibilidades, mostrará uma ligação com os livros, seja no manuseio, no interesse pelas ilustrações ou mesmo pela contação do professor nas rodas de leitura. O professor registrará passo a passo os resultados obtidos durante as oficinas em sala de aula, nos relatos das crianças e em qualquer outra expressão (artes visuais, musical, oralidade, corporal, etc.).

Culminância

A cada final de mês, os grupos realizarão a exposição das atividades trabalhadas, organizarão o espaço literário e finalizarão com apresentações variadas, como: dramatizações, músicas, brincadeiras, etc.

Considerações finais

Temos obtido um resultado surpreendente, visto que o projeto possibilitou um maior poder de concentração das crianças, interesse pelos assuntos/temas trabalhados, maior autonomia, redução de inibição, melhor relacionamento entre professor e aluno, bem como melhorou consideravelmente o relacionamento entre professores e funcionários da escola, a partir do instante em que todos se envolveram na construção do espaço literário, nas criações com sucatas, na arrumação dos painéis, na arrecadação de sucatas, etc. Cresceu também a confiança dos pais quanto ao compromisso e trabalho da nossa instituição, da mesma forma que o projeto os aproximou ainda mais do contexto escolar. Eles se emocionam, sorriem, choram, se encantam quando veem seus filhos explanando todo o conhecimento adquirido. É muito gratificante o resultado a cada última semana do mês. São momentos que nos enchem de orgulho, alegria, satisfação, pois é o resultado de todo um trabalho, trabalho este muito árduo, cansativo, mas que nos faz ver que vale a pena lutarmos pela educação de qualidade quando vemos o crescimento, a evolução de cada criança.

Segundo Valente (1999), o construcionismo “significa a construção de conhecimento baseada na realização concreta de uma ação que produz um produto palpável (um artigo, um projeto, um objeto) de interesse pessoal de quem produz ” (p.144)


Referências bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Secretaria de Educação Fundamental. 1v. Brasília, 1998.

NATAL, Secretaria Municipal de Educação. Referenciais Curriculares para a Educação Infantil. Margarete Ferreira do Vale Sousa; Maria Teresa Moraes (Orgs.). Natal: Secretaria Municipal de Educação, 2008.

PIAGET, J. Os Estágios do Desenvolvimento Intelectual da Criança e do Adolescente. Rio de Janeiro: Forense, 1972.

______. A Linguagem e o Pensamento da Criança. Trad. Manuel Campos. São Paulo: Martins Fontes, 1986.

POSSENTI, Sírio.Os humores da língua: análises linguísticas de piadas.Campinas,SP:Mercado de Letras, 1998.

VIGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1934/1996.