Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta texto sobre adolescência. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta texto sobre adolescência. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

TEXTO: ADOLESCER - MARIA MARIANA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Adolescer
            
                    Maria Mariana

        Adolescer é coisa tão complicada que a própria palavra vem de doer, de adoecer. Exagero dos romanos, que criaram no seu latim a palavra adolescentia com essa ambiguidade? Nem tanto. Toda a literatura sobre o tema (que só nos últimos 50 anos deve pesar toneladas) converge em certas questões, destacadas pela psicologia, pela sociologia e por todas as outras ciências que estudam o comportamento humano.
        Questões sobre a transição, a aventura de cada descoberta, o desabrochar da sexualidade, as mudanças corporais e o imenso salto intelecto com o acúmulo de informações sobre o mundo que marca essa etapa. Mas questões também sobre as responsabilidades crescentes e a luta pela autonomia, os conflitos domésticos e entre gerações, os conflitos com o outro e consigo mesmo.
        E isso não é tudo: a inserção nas regras do jogo do mundo adulto (e a inevitável contestação a essas regras) vem acompanhada pela perda das facilidades da infância e a perplexidade diante da vida que se entreabre, com suas promessas de delícias e ameaças.
        Daí a chamada crise da adolescência, cheia de inseguranças e de espinhas na cara. Por tudo isso, os adolescentes costumam se sentir incompreendidos pelos mais velhos (na maior parte das vezes, diga-se de passagem, com toda razão) e adotam comportamentos legítimos no interior da “turma”, onde cada passo é compartilhado e a confiança é incondicional.
        O adolescente é um bicho ético, que detesta a hipocrisia: está procurando, em cada experiência nova, um fundamento da arte de viver. Para isso, a verdade é essencial. Cada experiência é decisiva porque ele sabe que em cada escolha está se construindo como pessoa. Tudo tem que ser falado, dissecado em miúdos. Afinal, a vida é uma festa, mas uma festa cheia de mistérios.

MARIANA, Maria. Confissões de adolescente. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992. p. 5 -6. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000014237.pdf

Entendendo o texto:
01 – Segundo a autora:
a) os romanos exageraram ao associar adolescência com doença.
b) é pela quantidade de estudos que se comprova a importância de adolescer.
c) os estudos baseados na psicologia demonstram que adolescência significa mistério.
d) adolescência é um período de grandes mudanças.

02 – Pela leitura do texto, é possível afirmar que a palavra que melhor sintetiza o significado de adolescência é:
a) crise.
b) ética.
c) responsabilidade.
d) incompreensão.

03 – De acordo com o texto, as ciências que estudam as questões voltadas para a adolescência têm como foco:
a) as relações sociais.
b) a globalização.
c) as questões éticas.
d) o comportamento humano.

04 – No terceiro parágrafo, a palavra isso:
a) retoma o segundo parágrafo.
b) refere-se ao que está no terceiro parágrafo.
c) refere-se a conflitos.
d) refere-se a tudo.

05 – Na frase: Daí a chamada crise da adolescência, a palavra chamada apresenta sentido equivalente àquele utilizado no texto em:
a) O professor fez a chamada no início da aula.
b) A assembleia iniciou após a segunda chamada.
c) Ela sempre foi chamada pelo seu apelido.
d) Todos gostariam de passar no vestibular em primeira chamada.

06 – Na frase: os adolescentes costumam se sentir incompreendidos pelos mais velhos, a expressão mais velhos significa:
a) as pessoas idosas.
b) as pessoas mais velhas do que os adolescentes.
c) pais acima dos 50 anos.
d) irmãos mais velhos

07 – Na frase: adotam comportamentos legítimos a palavra adotam refere-se:
a) aos mais velhos.
b) aos comportamentos.
c) à turma.
d) aos adolescentes.

08 – Dissecar em miúdos significa:
a) traduzir.
b) resumir.
c) detalhar.
d) generalizar.

09 – A palavra ético segue a mesma regra de acentuação da palavra:
a) violência.
b) árvore.
c) automóvel.
d) horário.

10 – Na palavra hipocrisia, a letra s, na sílaba final, apresenta o mesmo som que a palavra:
a) visitar.
b) falsidade.
c) simular.
d) assimilar.

11 – O que o título do texto lhe sugere?
      Entrar na fase da adolescência; ser adolescente.

12 – Cite algumas das características do adolescente que são apresentados no texto.
·        Revoltam-se às vezes contra os mais velhos;
·        Independência e liberdade são a sua constante exigência;
·        Crescente consciência e conhecimento do “eu”.
·        São irrequietos. Barulhentos e agitados.
·        São pressionados pelo grupo a prática de determinadas atitudes.

13 – Por que na fase de adolescência é comum os questionamentos sobre amor, religião, beleza e prazer?
      Faz-se necessário levar em consideração as crenças, experiências e visões diferenciadas sobre a sexualidade, e que essas formas de pensar advém de sua família, de sua religião e de sua cultura, por isso os questionamentos e devem ser respeitados os diferentes pontos de vista, valores e crenças, levando a reflexão sempre.

14 – Você concorda com as informações do texto, a respeito do adolescente? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

sexta-feira, 8 de julho de 2022

ARTIGO DE OPINIÃO: O PRIMEIRO BEIJO - DIEGO AQUINO - COM GABARITO

 Artigo de opinião: O primeiro beijo

                             Diego Aquino

         O quanto esse momento é importante para os adolescentes

        Quando entramos na adolescência, algumas coisas ganham extrema importância nas nossas vidas, umas delas é o primeiro beijo. Idealizamos o jeito, o lugar e a pessoa com quem iremos compartilhar esse momento. O nervosismo e a pressa tomam conta de nossas mentes e imaginamos mil coisas a respeito desse ato que depois de algum tempo, pode virar algo tão comum e superficial.

        O primeiro beijo é uma experiência marcante, seja pela descoberta ou pela demonstração de afeto. É nessa hora que temos nosso primeiro contato íntimo com uma outra pessoa. Mas, acredito que muitos desses pré-adolescentes não pensam em dar o primeiro beijo apenas por vontade própria, e sim pela opinião dos colegas que na sua maioria já passaram por isso.

        Estar em um grupo de adolescentes e dizer que nunca beijou ninguém pode significar um grande mico. Esses são os famosos BV´s, os "bocas virgens". Ser BV é estar fora do padrão que eles mesmos criaram. Lembro da minha época de escola, na qual o limite era até a quinta série, passou dali já estava fora do "prazo". Tenho certeza de que esse tempo diminuiu, afinal vivemos em uma sociedade cada vez mais precoce.

        O tempo passa e todos amadurecem. A conta de quantos beijos um adolescente já deu, se perde. E a importância dada esse ato termina. Por outro lado, a adolescência é uma fase de descobertas. Outras experiências começam a aflorar tornando-se tão ou mais importantes quanto o beijo na pré-adolescência.

        Em uma balada, por exemplo, é muito comum um indivíduo beijar várias pessoas. O momento é simples e rápido e o nome, nessa história, é o que menos importa. Conheço jovens que já beijaram mais de dez em uma noite! E os que vão embora sem beijar ninguém, mais uma vez ficam fora do padrão. É nesse momento que fica claro o quanto o beijo se torna algo superficial, afinal beijar várias pessoas em um período tão curto, não tem o mínimo valor emocional. São apenas números para serem exibidos aos amigos.

        Devemos encarar as descobertas da vida da melhor maneira possível, para não nos arrependermos mais tarde. O primeiro beijo, como tantos outros momentos, é importante. Coisas que não voltam mais. Não sou um puritano que acha que todos devem beijar somente quando estiver apaixonado. A adolescência é uma fase passageira e devemos aproveita-la. Mas, respeitar nossos limites, preferências e tempos, sem se importar com o que os outros pensam, só fará bem para nós mesmos.

AQUINO, Diego. O primeiro beijo. Disponível em: http://www.guiadasemana.com.br/Sao_Paulo/Teen/Noticia/Primeiro_Beijo.aspx?id=49291. Acesso em: 9 mar. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 40-2.

Entendendo o artigo de opinião:

01 – O texto que você acabou de ler é um artigo de opinião, escrito por um estudante de jornalismo, e foi retirado da revista eletrônica Teen, do portal Guia da Semana.

a)   No primeiro parágrafo, o autor apresenta a sua opinião sobre o assunto tratado. Qual é esse assunto?

A importância do primeiro beijo para o adolescente.

b)   Observe a frase final desse parágrafo:

        “[...] O nervosismo e a pressa tomam conta de nossas mentes e imaginamos mil coisas a respeito desse ato que depois de algum tempo, pode virar algo tão comum e superficial.

I – A informação em destaque se refere a quê? O que “pode virar algo tão comum e superficial”?

Refere-se ao beijo, indicado no trecho como (d)esse ato.

II – Escolha a frase correta em relação ao objetivo da oração que aparece em negrito. 

   a) Manter a mesma ideia sobre o beijo, apresentada no início do mesmo parágrafo.

·        Acrescentar uma ideia sobre o beijo que contrasta com a apresentada no início do mesmo parágrafo. 

       b) Acrescentar uma ideia sobre o beijo comum, que é diferente da ideia do primeiro beijo apresentada no início do mesmo parágrafo.

         c)   Como poderia ser sintetizada a opinião do autor sobre o primeiro beijo na adolescência?

Ele considera que nessa fase o primeiro beijo é muito importante, mas que, depois dele, beijar pode se tornar um ato comum e superficial.

d)   Você concorda com ele? Explique a sua posição.

Resposta pessoal do aluno.

02 – A seguir, apresentamos um trecho da mensagem que a leitora L. deixou no fórum de discussão da revista, sobre esse artigo:

        “Meu primeiro beijo [...] foi numa festa [...]. Eu ñ ia mais minhas amigas me empurraram e quando me dei conta já estava na frente do garoto, aí tive que ir [...]”. O que L. contou tem relação com que trecho do artigo? Explique essa relação.

      Tem relação com o trecho em que o autor diz que os adolescentes “não pensam em dar o primeiro beijo apenas por vontade própria, e sim pela opinião dos colegas que na sua maioria já passaram por isso”. O relato de L. fala justamente sobre a influência de suas amigas, que forçaram a situação.

03 – Como o autor conclui o texto?

      Ele diz que devemos aproveitar as descobertas da adolescência respeitando nossos limites, sem nos preocuparmos com o que os outros pensam.

04 – Você acredita que a pessoa que escreveu esse artigo tem autoridade para falar sobre o assunto? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque o autor fala como um futuro jornalista e como um jovem que há pouco tempo passou por essa etapa de sua vida e conta com a sua experiência pessoal para falar sobre o assunto.

05 – Agora, vamos observar o que o autor do artigo usou para defender a sua opinião, como ele construiu a sua argumentação. 

a)   O autor inicia seu texto afirmando que o primeiro beijo tem uma grande importância na adolescência. Como ele justifica essa afirmação?

Ele diz que é uma experiência marcante, porque é um momento de descoberta, é o primeiro contato íntimo com outra pessoa.

b)   Que argumentos o autor usa, ao longo do texto, para sustentar a sua opinião de que o primeiro beijo é importante, mas que depois de algum tempo beijar pode virar algo comum e artificial?

O autor argumenta que muitos adolescentes não pensam em dar o primeiro beijo só por vontade própria, mas também por pressão da turma; os adolescentes passam a beijar par fugir da classificação de BV; o ato de se torna comum, rápido e impessoal – beijam-se muitas pessoas em uma mesma balada sem nem saber o nome de quem se beija.

c)   Qual dos tipos de argumentos apresentados a seguir foi usado pelo autor?

·        Argumentos de autoridade: o autor usa falas de especialistas para sustentar o seu ponto de vista sobre o assunto.

·        Argumentos de exemplificação: para sustentar a sua opinião, o autor usa fatos da sua experiência como ex-adolescente e como observador.

·        Argumentos de princípio: o autor apresenta o que pensa parte da sociedade sobre o primeiro beijo.

06 – Observe algumas das escolhas que o autor fez para apresentar sua opinião seus argumentos.

·        Na apresentação da opinião:

“[...] algumas coisas ganham extrema importância nas nossas vidas, uma delas é o primeiro beijo.”

“[...] imaginamos mil coisas a respeito desse ato [o beijo] que [...] pode virar algo tão comum e superficial.”

·        Na defesa da opinião (argumentação) e finalização do texto:

“Mas acredito que muitos desses adolescentes não pensam [...].”

“[...] e dizer que nunca beijou ninguém pode significar um grande mico.”

Tenho certeza de que esse tempo diminuiu [...]”

Devemos encarar as descobertas da vida [...]”

a)   Em seu caderno, copie e separe todos os fragmentos de frases em dois grupos:

     I – Os que expressam a certeza do autor em relação ao que está dizendo.

1.   [...] algumas coisas ganham extrema importância nas nossa vidas, uma delas é o primeiro beijo; 2. Tenho certeza de que esse tempo diminuiu [...]; 3. Devemos encarar as descobertas da vida [...].

     II – Os que sugerem certo grau de incerteza (certeza relativa) ou de possibilidade.

1.   [...] (o beijo) pode virar algo tão comum e superficial; 2. Mas acredito que muitos desses adolescentes não pensam [...]; 3. [...] e dizer que nunca beijou ninguém pode significar um grande mico.

     b)   O que você observou nas frases para separá-las nesses dois grupos?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: que deixam marcadas no texto a relação do autor com a informação ou a ideia que está apresentado o leitor.

 

       

segunda-feira, 10 de junho de 2019

TEXTO: GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA - NELSON VITIELLO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Gravidez na adolescência
            
         Nelson Vitiello

        A gravidez da mulher jovem não é um problema exclusivo de nossos dias. Nossas avós casavam-se aos 15 ou 16 anos e começavam a procriar, nunca ocorrendo a ninguém daquela época que isso pudesse ser um problema, pois essas gestações eram desejadas. O que se tem constituído em preocupação, nos dias atuais, é o crescente número de gestações indesejáveis e indesejadas na adolescência. Surgem como um “efeito colateral” do exercício da sexualidade entre os jovens – às vezes muito jovens – que, pela própria imaturidade, nem sempre são capazes de avaliar e de assumir os riscos e as consequências dessa vida sexual.
        O problema da gestação indesejada entre adolescentes passou a se tornar importante a partir da década de 60. A revolução de costumes, a onda de contestação juvenil, o advento de anticoncepção eficaz e a afirmação dos direitos da mulher marcaram a época, resultando em maior liberalização do exercício da sexualidade, iniciação sexual mais precoce e aumento dos índices de doenças sexualmente transmissíveis e de gravidez indesejada.
        Dentre os inúmeros fatores que contribuíram para essa situação, há de se destacar o uso e abuso da sensualidade nos meios de comunicação de massa. A urbanização acelerada também contribuiu para a mudança nos hábitos e na estrutura e dinâmica das famílias. Afrouxaram-se, nas grandes cidades, os tradicionais meios sociais e familiares de controle sobre a sexualidade dos jovens.
        Tivemos, assim, nas últimas décadas, importantes mudanças sociais e culturais que acabaram estimulando os jovens – especialmente as mulheres adolescentes – ao início da vida sexual ativa. Sem, no entanto, prepará-los para o exercício consciente dessa sexualidade. Como seria de se esperar, essa situação resultou num grande aumento da frequência de doenças sexualmente transmissíveis e de gestações indesejadas.
        No Brasil, embora não existam estatísticas globais, dados do IBGE nos dão conta de que ocorrem cerca de 600 mil partos adolescentes por ano, aos quais devemos acrescentar no mínimo outras 500 mil gestações que terminam em abortamento provocado.
        Outra cruel faceta do problema é a do filho socialmente indesejado. A inadequação social dessas crianças, muitas vezes abandonadas e mal-amadas, é importante causa da mortalidade infantil e de delinquência juvenil.
        Do ponto de vista orgânico, as pesquisas mais recentes vêm mostrando que as complicações médicas da gravidez precoce não são importantes. Os maiores riscos, na verdade, são psicológicos e sociais. Tanto é assim que a gestação transcorre praticamente sem problemas, quando desejada e acolhida por um ambiente socialmente favorável.
        Lembremos que, uma vez instalada uma gestação indesejada, a adolescente só tem três soluções possíveis, nenhuma delas satisfatória em todos os sentidos: abortamento, casamento de conveniência ou, se as anteriores não forem as eleitas, ser mãe solteira adolescente.
        O abortamento provocado, pelos riscos que traz, não é evidentemente uma opção recomendável. Casamentos por conveniência frequentemente acabam em separação e, quando não, levam a um convívio infeliz. Finalmente, num meio preconceituoso como é o nosso, ser mãe solteira adolescente é uma condição extremamente penosa. Assim, nenhuma dessas três soluções é a ideal, cada uma delas criando novos problemas.
        A solução, evidentemente, não está em reprimir a sexualidade dos adolescentes, mas sim em prepara-los para o seu exercício. Em outras palavras, a solução só será possível com a instalação de programas coerentes e duradouros de educação sexual.

                Nelson Vitiello, Pais &Teens, ano 2, nº 3.
Entendendo o texto:
01 – O autor do texto é ginecologista e presidente da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana. Na condição de médico, discute a questão da gravidez na adolescência, defendendo o ponto de vista de que, fisicamente, a gravidez da mulher jovem não é problema, mas é preocupante o grande número de gestações indesejadas de adolescentes imaturas. Para comprovar esse ponto de vista, o autor lança mão de diferentes recursos, como comparação, relações de causa e efeito e alusão histórica, entre outros.

a)   Identifique o trecho em que o autor compara a gravidez da adolescente de hoje e a gravidez da adolescente de gerações passadas.
No 1° parágrafo.

b)   Identifique os parágrafos em que o autor expõe as causas do aumento no número de gestações entre adolescentes hoje e indique quais são elas.
1°, 2° e 3° parágrafos. O exercício da sexualidade – motivado pela revolução de costumes, a invenção da pílula anticoncepcional, o feminismo, a sensualidade nos meios de comunicação, etc. – e a falta de preparo para o exercício consciente da sexualidade. 

02 – Outro tipo de argumento utilizado no texto é aquele baseado em provas concretas, que consiste na apresentação de dados objetivos, tais como exemplos representativos, pesquisas, dados estatísticos, fatos históricos de conhecimento público, etc. Qual desses recursos foi utilizado no 5° parágrafo?
      Foram utilizados dados estatísticos do IBGE.

03 – No 8° e no 9° parágrafos, o autor aponta três soluções possíveis para a gestação indesejada na adolescência: abortamento, casamento por conveniência, ser mãe solteira. Para desenvolver seu ponto de vista sobre essas saídas, o autor se vale de argumentos construídos a partir da experiência.
a)   Qual é a opinião do autor a respeito dessas três saídas? Por quê?
Na opinião do autor, nenhuma das três saídas é favorável à adolescente, pois a prejudicam, acarretam riscos à saúde, infelicidade no casamento, discriminação.

b)   Os argumentos apresentados contrariam o que pensa a maioria das pessoas ou fazem parte de um consenso?
Não, coincidem com as opiniões das pessoas em geral.

04 – No último parágrafo, o autor finaliza o texto com uma conclusão do tipo sugestão. Qual é a sugestão feita por ele para solucionar o problema da gestação indesejada na adolescência?
      A conscientização de jovens por meio de programas de educação sexual.

05 – Assinale a alternativa que apresenta o ponto de vista do autor em relação à gravidez na adolescência:
a)   A gestação na adolescência é um problema sem solução, pois condena qualquer tipo de planejamento futuro.
b)   A gravidez precoce não é na maioria das vezes planejada, porém é desejada.
c)   A gravidez da mulher jovem é um problema que surge nos dias atuais em função da falta de orientação sobre o assunto.
d)   A gravidez na adolescência, fisicamente, não é problema, mas é preocupante o grande número de gestações indesejadas de adolescentes imaturas.
e)   Os maiores problemas acarretados pela gestação precoce são físicos, psicológicos e sociais.

06 – De acordo com as informações contidas no texto, marque “V” para Verdadeiro ou “F” para Falso em cada alternativa:
(F) O autor afirma que não há solução para o problema da gestação indesejada na adolescência.
(V) No quinto parágrafo, o autor cita uma prova concreta baseada em dados estatísticos.
(F) O autor compara a sociedade atual e a de antigamente, enfatizando que hoje há maior preconceito contra mães solteiras adolescentes.

Assinale a sequência que completa as alternativas acima corretamente.
a)   V – F – F
b)   F – F – V
c)   F – V – F
d)   V – V – F
e)   V – F – V

07 – O objetivo principal do texto é:
a)     Informar o leitor sobre dados estatísticos da gestação precoce.
b)     Divulgar pesquisas sobre a vida das mães solteiras adolescentes.
c)     Relatar as causas que levam a uma gravidez precoce.
d)     Apresentar orientações a fim de preparar as jovens para o exercício da sexualidade.
e)     Manifestar um ponto de vista sobre a gravidez na adolescência.

08 – Na frase: “A solução, evidentemente, não está em reprimir a sexualidade dos adolescentes, mas sim em prepará-los para o seu exercício” (último parágrafo), o pronome em destaque se refere a:
a)   Adolescentes.
b)   Sexualidade.
c)   Solução.
d)   Exercício.
e)   Sexualidade dos adolescentes.

09 – O termo sublinhado na frase “Nossas avós casavam-se aos 15 ou 16 anos e começavam a procriar, nunca ocorrendo a ninguém daquela época que isso pudesse ser um problema, pois essas gestações eram desejadas” pode ser substituído, sem alterar o sentido, por:
a)   Mas.
b)   Embora.
c)   Se.
d)   Porque.
e)   Como.

10 – No quarto parágrafo, o termo “nas últimas décadas” está entre vírgulas porque é:
a)   Aposto.
b)   Adjunto adverbial deslocado.
c)   Expressão de lugar.
d)   Complemento nominal deslocado.
e)   Expressão que denota causa.

11 – Observe as palavras destacadas na frase: “A urbanização acelerada também contribuiu para a mudança nos hábitos e na estrutura e dinâmica das famílias”. As palavras em destaque são acentuadas pela mesma razão que:
a)   Décadas, possível e estatísticas.
b)   Época, índices e psicológicas.
c)   Prepará-los, delinquência e dinâmica.
d)   Recomendável, início e inúmeros.
e)   Contribuíram, também e médicas.

12 – Em: “gestações indesejáveis”, o prefixo – in tem sentido de:
a)   Contrariedade.
b)   Igualdade.
c)   Negação.
d)   Aproximação.
e)   Posição ao lado.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

NOTÍCIA: ADOLESCENTES QUE ENGRAVIDAM SOFREM MAIOR RISCO DE PROBLEMAS FÍSICOS, PSICOLÓGICOS E SOCIAIS - JULIANA CONTE - COM GABARITO

 Notícia: Adolescentes que engravidam sofrem maior risco de problemas físicos, psicológicos e sociais

Juliana Conte

Publicado em: 26 de março de 2019

Revisado em: 11 de agosto de 2020

        Taxa de filhos de mães adolescentes no Brasil é maior que a média mundial. Adolescentes que engravidam têm alto risco de uma série de danos, e as mulheres mais pobres são as mais atingidas.

        Os índices de gravidez na adolescência no Brasil servem para nos lembrar de que ainda temos muitas dificuldades a enfrentar nessa área. Dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) mostram que dos quase 3 milhões de nascidos em 2016, 480 mil eram filhos de mães entre 15 e 19 anos, compondo uma taxa de 16% de todos os nascimentos. Apesar de ter havido uma queda de aproximadamente 20% nesse número em dez anos, ainda temos 68 bebês de mães adolescentes para cada mil meninas entre 15 e 19 anos, enquanto a taxa mundial é estimada em 46 para cada mil meninas dessa faixa etária.

        Explicar o motivo que levam a esse cenário não é tão simples, mas os especialistas consultados para esta reportagem foram unânimes em duas hipóteses: independentemente da classe social, os adolescentes estão transando cada vez mais cedo. Ao mesmo tempo, falta educação sexual.

        A preocupação com o uso de método contraceptivo sempre recai sobre a mulher, e geralmente elas têm conhecimento sobre a importância de se prevenir. “A grande maioria das gestantes adolescentes tem noção da necessidade de usar métodos contraceptivos. Sabe que existe camisinha, pílula ou DIU. Mas entre saber e usar, há um abismo”, afirma a dra. Fernanda Surita, ginecologista do Hospital da Mulher de Campinas-SP. Os profissionais apontam, ainda, para um fenômeno chamado “pensamento mágico”. O casal dificilmente acredita que a gravidez vá de fato acontecer com eles. Muitos pensam que “é só uma vez, então não vai acontecer nada”.

        A ginecologista dra. Beatriz Barbosa trabalha no Hospital Maternidade Vila Nova Cachoerinha, na zona norte de São Paulo, desde 2003. Às quartas-feiras ela atende no ambulatório somente gestantes, muitas delas adolescentes. A médica expressa seu desânimo com a situação, dizendo que muitas vezes se sente como se “enxugasse gelo”. Apesar do esforço que toda equipe faz para aconselhar as pacientes, principalmente no pós-parto, ela conta que o risco de atender uma grávida reincidente é alta. Ela se recorda de um episódio de uma menina que engravidou 10 meses após o primeiro parto. Conta que levou um susto quando viu a ficha dela em cima da mesa e achou que era um erro. “Mas não era. Foi muito rápido. Mal tinha dado tempo de ela se recuperar e já ia enfrentar tudo de novo.”

        No breve tempo em que fiquei aguardando para entrevistar a médica, encontrei duas garotas que não deviam ter mais que 15 anos. Tentei conversar com uma delas, que estava acompanhada da mãe, mas sem sucesso. “Aqui é assim praticamente toda semana. Atendo uma média de 20 pacientes, a grande maioria adolescentes. Já cheguei a atender uma de 12 anos. Apesar dos índices do Ministério apontarem para uma queda nos índices de gravidez precoce, na prática clínica não é isso que notamos”, comenta Beatriz.

        Muitos ginecologistas acreditam que é preciso reforçar a orientação sobre a necessidade de usar métodos contraceptivos, principalmente os de longa duração. Isso ajudaria bastante nos casos em que a jovem se esquece de tomar a pílula. “O SUS oferece o DIU de cobre, mas a adesão é muito baixa e o produto chega até a vencer nas unidades de saúde”, comenta César Eduardo Fernandes, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

        Adolescentes grávidas sofrem com falta de estrutura

        Ser mãe adolescente, sem nenhum tipo de planejamento nem apoio familiar, ocasiona diversos problemas na vida da gestante e perpetua um ciclo de pobreza e exclusão social difícil de ser quebrado. Adolescentes pobres têm cinco vezes mais risco de engravidar que as mais ricas. Com filhos, dificilmente elas conseguirão conciliar os estudos, entrar no mercado de trabalho e ter independência financeira.

        Muitas atrasam o pré-natal (momento extremamente importante para garantir a integridade física do bebê) porque não se sentem preparadas para contar para a família que estão grávidas. Dessa maneira, a janela para identificar e resolver algum problema de saúde potencialmente grave, como sífilis, fica limitada, o que aumenta ainda mais o risco de instabilidade dali em diante. Ao mesmo tempo, elas ainda são muito jovens, então elas demonstram preocupações quase infantis. “Elas chegam assustadas e com algumas dúvidas que não condizem com a situação. Perguntam ‘mas como esse bebê vai sair daqui?’”, afirma Beatriz Barbosa.

        Tanto o Hospital Cachoeirinha, em São Paulo, como o Hospital da Mulher, em Campinas, promovem atendimento especializado multidisciplinar para dar suporte a essas gestantes. As áreas de nutrição (a maioria chega abaixo do peso e desnutrida), de assistência social e de psicologia são as mais acionadas. Apesar de cada uma abordar uma vertente, todas procuram identificar se a garota não foi vítima de violência sexual. “Estabelecemos um acolhimento para entender, primeiramente, a dinâmica familiar em que a jovem está inserida. Depois disso, tentamos inseri-la em políticas públicas como bolsa família, cesta básica emergencial, cursos para gestante etc.”, explica Dalva Rossi, assistente social do Hospital da Mulher de Campinas.

        Gravidez na adolescência e pouco diálogo em casa

        Nem todos os adolescentes que têm filhos muito cedo apresentam histórico de desestruturação familiar, mas é muito comum serem prole de gerações que também tiveram filhos antes dos 20 anos. A falta de conversa sobre sexo em casa também costuma ser tradição nessas famílias.

        Eles não conversam sobre o assunto em casa e, provavelmente, nem na escola. Na verdade, o ensino sobre os temas sexualidade e prevenção da gravidez sofreu grande retrocesso no país em meados de 2011, quando se instaurou uma polêmica envolvendo o material educativo Escola sem Homofobia (que ficou tachado de “kit gay”). Na época, todo o suporte didático que era distribuído desde 2003 para crianças a partir dos 12 anos foi recolhido sob a justificativa de que “incentivavam o homossexualismo (sic) e a promiscuidade”. “Falta espaço para discutir sexualidade porque ainda a encaramos como tabu. Os pais acham que se falarem com os filhos sobre o assunto vão estimular a relação sexual precoce, o que é um mito”, afirma Rossi.

        Riscos de uma gravidez na adolescência

        Além do aspecto social, a gravidez na adolescência está associada a uma série de riscos à saúde da mulher e do bebê. Elevação da pressão arterial (eclampsia e pré-eclâmpsia) com risco de crises convulsivas são alguns dos problemas que podem acometer a grávida muito jovem com maior frequência que em outras faixas etárias.

        Entre os agravos mais comuns no bebê, estão a prematuridade e o baixo peso ao nascer. “O índice de mortalidade entre filhos de mães adolescentes é muito alto. Cerca de 20% da mortalidade infantil no Brasil decorrem do óbito precoce de bebês nascidos de mães entre os 15 e 19 anos”, destaca a dra. Evelyn Eisenstein, membro do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

        Outro problema muito comum é a deficiência nutricional, com riscos de anemia. Por isso, muitas vezes, é necessário haver suplementação de cálcio e ferro para as gestantes.

        Qualquer pessoa consegue imaginar a desorganização que ter filhos de forma não planejada pode provocar na vida. No caso específico de mulheres jovens, cada uma dessas condições é um agravante com alto impacto no futuro de famílias que provavelmente já se encontram em situação vulnerável. Como acontece na maioria das vezes quando tratamos questões envolvendo pessoas socialmente mais vulneráveis, o mais eficaz é concentrar os esforços em políticas públicas na prevenção.

CONTE, Juliana. Adolescente que engravidam sofrem maior risco de problemas físicos, psicológicos e sociais. Drauzio Varella. UOL, 26 mar. 2019. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/reportagens/adolescentes-que-engravidam-sofrem-maior-risco-de-problemas-fisicos-psicologicos-e-sociais. Acesso em: 8 jun. 2020.

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 138-140.

Entendendo a notícia:

01 – Após a leitura da reportagem, discuta com os colegas e o professor: Você conhece alguém que já tenha passado pela situação reportada no texto? Ela vivenciou os problemas apontados na reportagem?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É importante que os alunos façam a relação entre o texto e algo que eles já tenham vivenciados na família, entre os amigos, na própria escola.

02 – Reúna-se com um colega para analisar o texto em seus termos mais globais.

a)   Acessem o site em que está o texto. Qual é o objetivo desse portal? O texto lido está alinhado com esse objetivo? Por quê?

Nesse portal, são divulgadas textos sobre saúde e qualidade de vida, com uma linguagem acessível a toda a população. A reportagem está alinhada com esse objetivo geral do site em que circula, pois aponta possíveis problemas de saúde a que se expõe uma adolescente grávida.

b)   Quem pode se interessar por textos dessa natureza?

Qualquer pessoal que esteja em busca de informações sobre o tema tratado nele.

c)   O texto foi organizado som subdivisões. Com que propósito isso foi feito?

As subdivisões sinalizadas por subtítulos, têm o propósito de indicar subtemas.

d)   Considerando o que você já sabe dos gêneros do campo jornalístico, por que o texto é exemplo de uma reportagem?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque possui elementos característicos da reportagem: o lide; a investigação jornalística acerca de um assunto específico; o levantamento de dados; o tratamento do assunto de maneira mais subjetiva, quando comparado à notícia; a função de informar o leitor sobre determinado assunto; possíveis entrevistas com especialistas.

03 – A reportagem apresenta diversos dados de uma pesquisa.

a)   No primeiro parágrafo, qual é a importância do uso desse tipo de informação em uma reportagem?

Esse tipo de informação ajuda a dar credibilidade para aquilo que está sendo apresentado ao longo do texto.

b)   Considerando o segundo parágrafo, para que fatos esses dados apontam?

Os adolescentes iniciam a vida sexual cada vez mais cedo, falta educação sexual entre eles.

c)   No terceiro parágrafo, um desses dados se mostra mais complexo do que se pode pensar. Qual é e por quê?

É a questão da falta de educação sexual e expliquem que nesse parágrafo a jornalista indica que os jovens têm informação, mas não acreditam que a gravidez vá acontecer com eles especificamente.

04 – Os hospitais Cachoeirinha (São Paulo - SP) e da Mulher (Campinas – SP) oferecem à população atendimento especializado multidisciplinar. E na região em que você mora, como é o atendimento às mulheres nos hospitais públicos e/ou em unidades básicas de saúde?

      Resposta pessoal do aluno.

05 – No quarto parágrafo, a médica entrevistada aponta que, diante da situação, ela se sente como se “enxugasse gelo”. Qual é o sentido dessa expressão? Que fato a leva a se sentir assim?

      Sentido de insistir em algo que parece ser inútil. A expressão sugere que por mais que a médica esteja se esforçando para orientar as pacientes grávidas, esse trabalho parece não surtir efeito, pois elas não a ouvem. A profissional sente-se desanimada, porque a taxa de reincidência de gravidez na adolescência no local onde ela trabalha é constantemente alta.

06 – De acordo com o texto, as adolescentes pobres têm cinco vezes mais risco de engravidar do que as mais ricas. Qual é a justificativa apresentada para essa afirmativa?

      Isso provavelmente acontece porque as adolescentes mais pobres têm menos informação sobre os métodos contraceptivos em comparação com as jovens economicamente mais favorecidas.