sábado, 9 de outubro de 2021

FÁBULA: O SOCORRO - MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO

 FÁBULA: O SOCORRO

                Millôr Fernandes

 

        Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão – coveiro – era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que, sozinho, não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouvia um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que lá vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: ―O que é que há?‖.

          O coveiro então gritou desesperado: ―Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível!‖. ―Mas, coitado!‖ condoeu-se o bêbado – ―Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!‖ E pegando a pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.

 Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem a quem se apela.

Fonte: Millôr Fernandes, Fábulas fabulosas. http://compartilhandosaberesaberes.blogspot.com/2016/04/o-socorromillor-fernandes.html

Entendendo o texto

 01.O que faz esse texto ficar engraçado?

A) O bêbado ter imaginado que o coveiro era um morto e jogar terra para cobri-lo.

B) O coveiro ficar cavando e sentir frio durante a madrugada. C) O homem ficar sentado no fundo enrouquecido de tanto gritar.

D) O homem ter cavado demais e ficar preso no buraco.

   02. O coveiro ficou desesperado por que

         A) ficou preso no buraco e já era noite.

         B) ouviu uns passos chegando perto do buraco.

         C) sentiu medo de ficar sozinho no cemitério.

         D) viu que um bêbado tinha chegado para ajudá-lo.

 

03.No trecho “E pegando a pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.”, a palavra “cuidadosamente” dá ideia de quê?

Que ele foi jogando a terra bem devagar.

 

04.Em qual dos trechos abaixo há traços de humor?

         A) “Percebeu que cavava demais!”.

        B) “Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio.”.

       C) “Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!”.

       D) “ A noite chegou,”.

    05. O coveiro ficou desesperado por que:

        A)   Ficou preso no buraco e já era noite.

        B)   Ouviu uns passos chegando perto do buraco.

        C)   Sentiu medo de ficar sozinho no cemitério.

        D)   Viu que um bêbado tinha chegado para ajudá-lo.

  06. “O que é que há?” Quem fez essa pergunta foi:

       A)   O mortinho.

       B)   A cabeça ébria.

       C)   O coveiro.

       D)   O narrador.

07. O motivo pelo qual o coveiro não conseguiu sair do buraco foi que:

     A) Distraiu-se tanto com seu trabalho que cavou demais.

     B) Anoiteceu rapidamente e ele sentiu medo de sair da cova.

     C) Estava com muito frio e precisava de um lugar para dormir.

     D) Por mais que gritasse, ninguém atendeu seu pedido.

08. Lendo o texto, você conclui que o coveiro

     A) Não gostava do que fazia.

     B) Era uma pessoa atenta ao que fazia.

     C) Recebeu ajuda do bêbado, rapidamente.

     D) Não foi capaz de pedir ajuda.

     E) Não foi bem sucedido no seu ofício.

 09. Que afirmativa abaixo expressa a meia ideia da moral do texto?

      A) Deve-se pedir socorro a qualquer pessoa.

      B) Não importa a quem se pede ajuda.

     C) Ao precisar de ajuda, deve-se saber a quem pedir.

     D) Nunca se precisa de ajuda.

     E) Ao ajudar, não se deve cobrar.

10. Por que o bêbado não atendeu ao pedido do coveiro?

      A) Porque ele não ouviu o seu pedido de socorro.

      B) Porque enterrar defunto era o seu ofício.

      C) Porque ele não estava em plena consciência de seus atos.

      D) Porque ele queria brincar com o coveiro.

      E) Porque ele não era capaz de carregar o coveiro.

11.  Ao cair na cova, o coveiro

       A) Ficou sem reação.

       B) Não pediu socorro.

       C) Recebeu ajuda imediata.

       D) Sempre teve esperança.

       E) Viu-se impotente.

 12.  Ao dizer: “Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!”, o bêbado

       A) Achou que o coveiro estava se divertindo.

       B) Sentiu pena do coveiro por estar coberto de terra.

       C) Não entendeu a sua situação.

       D) Tratou o coveiro com palavras indelicadas.

       E) Humilhou o coveiro.

13. Durante a noite, o coveiro

     A) Ouviu bastantes vozes de pessoas.

     B) Presenciou o barulho dos animais.

     C) Teve ajuda de várias pessoas.

     D) Sentiu bastante frio.

     E) Saiu da cova.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

CRÔNICA: A DECADÊNCIA DO OCIDENTE - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 CRÔNICA: A DECADÊNCIA DO OCIDENTE

                  Luís Fernando Veríssimo

 O doutor ganhou uma galinha viva e chegou em casa com ela, para alegria de toda a família. O filho mais moço, inclusive, nunca tinha visto uma galinha viva de perto. Já tinha até um nome para ela – Margarete – e planos para adotá-la, quando ouviu do pai que a galinha seria, obviamente, comida.

– Comida?!

– Sim, senhor.

– Mas se come ela?

– Ué. Você está cansado de comer galinha.

– Mas a galinha que a gente come é igual a esta aqui?

– Claro.

Na verdade, o guri gostava muito de peito, de coxa e de asas, mas nunca tinha ligado as partes do animal. Ainda mais aquele animal vivo ali no meio do apartamento.

O doutor disse que queria comer uma galinha ao molho pardo. A empregada sabia como se preparava aquilo? A mulher foi consultar a empregada. Dali a pouco o doutor ouviu um grito de horror vindo da cozinha. Depois veio a mulher dizer que ele esquecesse a galinha ao molho pardo.

– A empregada não sabe fazer?

– Não só não sabe fazer, como quase desmaiou quando eu disse que precisava cortar o pescoço da galinha. Nunca cortou um pescoço de galinha.

Era o cúmulo! Então a mulher que cortasse o pescoço da galinha.

– Eu?! Não mesmo! O doutor lembrou-se de uma velha empregada de sua mãe. A Dona Noca.

– A Dona Noca já morreu – disse a mulher.

– O quê?!

 – Há dez anos.

– Não é possível!

A última galinha ao molho pardo que eu comi foi feita por ela.

– Então faz mais de 10 anos que você não come galinha ao molho pardo.

Alguém no edifício se disporia a degolar a galinha. Fizeram uma rápida enquete entre os vizinhos. Ninguém se animava a cortar o pescoço da galinha. Nem o Rogerinho do 701, que fazia coisas inomináveis com gatos.

– Somos uma civilização de frouxos! – sentenciou o doutor. Foi para o poço do edifício e repetiu:

– Frouxos! Perdemos o contato com o barro da vida!

E a Margarete só olhando.

 VERÍSSIMO, Luis Fernando. A decadência do Ocidente. In: A mesa voadora. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p.98. Adaptado.

Compreensão do texto

     01.  O texto é construído com base nas informações que o cronista colhe nos lugares que percorre cotidianamente. De acordo com isso responda:

a)   Que fato desencadeou os acontecimentos narrados na crônica?

O fato do doutor ter chegado em seu apartamento com uma galinha viva.

b)   Em que parágrafo o autor menciona o acontecimento que derivou esta crônica?

No primeiro parágrafo.

c)   O autor fazia parte da situação narrada ou estava como observador?

Ele estava como narrador-observador.

       02.  Quem são os personagens do fato narrado?

O doutor, o filho mais velho, a empregada, a mulher, Dona Noca, Rogerinho e Margarete (a galinha). 

03 . “A empregada sabia como se preparava aquilo?”

           A palavra destacada no trecho se refere

           a) à civilização de frouxos.

           b) à galinha ao molho pardo.

           c) à receita de Dona Noca.

           d) ao pescoço da galinha.

     04. A repetição da expressão “galinha ao molho pardo” revela a

               a. vontade do médico de comer aquele tipo de receita de galinha.

          b. curiosidade do menino que nunca tinha visto uma galinha viva.

             c. impaciência da esposa por não conseguir resolver o problema.

        d. ignorância da empregada que não sabia fazer a receita.

        e. falta de coragem das pessoas para cortar o pescoço da galinha.

  05. O trecho que expressa o uso de linguagem coloquial é:

       a. “- O doutor ganhou uma galinha viva...”.

       b. “Mas se come ela?”

       c. “A mulher foi consultar a empregada”.

       d. “- Há dez anos.”

       e. “Fizeram uma rápida enquete entre os vizinhos.”

 

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

CRÔNICA: PSICOPATA AO VOLANTE - FERNANDO SABINO - COM GABARITO

 CRÔNICA: PSICOPATA AO VOLANTE

                    Fernando Sabino

David Neves passava de carro às onze horas de certa noite de sábado por uma rua de Botafogo, quando um guarda o fez parar:

— Seus documentos, por favor.

 Os documentos estavam em ordem, mas o carro não estava: tinha um dos faróis queimado.

— Vou ter de multar– advertiu o guarda.

— Está bem– respondeu David, conformado.

— Está bem? O senhor acha que está bem?

 O guarda resolveu fazer uma vistoria mais caprichada, e deu logo com várias outras irregularidades:

— Eu sabia! Limpador de para-brisa quebrado, folga na direção, freio desregulado. Deve haver mais coisa, mas para mim já chega. Ou o senhor acha pouco?

— Não, para mim também já chega.

— Vou ter de recolher o carro, não pode trafegar nessas condições.

— Está bem– concordou David.

— Não sei se o senhor me entendeu: eu disse que vou

ter de recolher o carro.

— Entendi sim: o senhor disse que vai ter de recolher o carro. E eu disse que está bem.

— O senhor fica aí só dizendo está bem.

— Que é que o senhor queria que eu dissesse? Respeito sua autoridade.

— Pois então vamos.

— Está bem.

Ficaram parados, olhando um para o outro. O guarda, perplexo: será que ele não está entendendo? Qual é a sua, amizade? E David, impassível: pode desistir, velhinho, que de mim tu não vê a cor do burro de um tostão. E ali ficariam o resto da noite a se olhar, em silêncio, a autoridade e o cidadão flagrado em delito, se o guarda enfim não se decidisse:

— O senhor quer que eu mande vir o reboque ou prefere levar o carro para o depósito o senhor mesmo?

— O senhor é que manda.

— Se quiser, pode levar o carro o senhor mesmo.

 Sem se abalar, David pôs o motor em movimento:

— Onde é o depósito?

 O guarda contornou rapidamente o carro pela frente, indo sentar-se na boleia:

— Onde é o depósito…O senhor pensou que ia sozinho? Tinha graça!

 Lá foram os dois por Botafogo afora, a caminho do depósito.

— O senhor não pode imaginar o aborrecimento que ainda vai ter por causa disso — o guarda dizia.

— Pois é — David concordava: — Eu imagino.

 O guarda o olhava, cada vez mais intrigado:

— Já pensou na aporrinhação que vai ter? A pé, logo numa noite de sábado. Vai ver que tinha aí o seu programinha para esta noite…E amanhã é Domingo, só vai poder pensar em liberar o carro a partir de Segunda-feira. Isto é, depois de pagar as multas todas…

 — É isso aí– e David o olhou, penalizado: — Estou pensando também no senhor, se aborrecendo por minha causa, perdendo tempo comigo numa noite de Sábado, vai ver que até estava de folga hoje…

 — Pois então? — reanimado, o guarda farejou um entendimento: — Se o senhor quisesse, a gente podia dar um jeito…O senhor sabe, com boa vontade, tudo se arranja.

— É isso aí, tudo se arranja. Onde fica mesmo o depósito?

 O guarda não disse mais nada, a olhá-lo, fascinado. De repente ordenou, já à altura do Mourisco:

— Pare o carro! Eu salto aqui.

 David parou o carro e o guarda saltou, batendo a porta, que por pouco não se despregou das dobradiças. Antes de se afastar, porém, debruçou-se na janela e gritou:

— O senhor é um psicopata! 

(Fernando Sabino. A falta que ela me faz. Rio de Janeiro: Record, 1999, p. 94)

Entendendo o texto

01. Qual seria a função social ou intenção da crônica lida?
  (A) informar.                                  (C) relatar memórias.
  (B) entreter/divertir.                       (D) trazer uma reflexão.

02. No trecho “— Se o senhor quisesse, a gente podia dar um jeito…O senhor sabe, com boa vontade, tudo se arranja.” A expressão “boa vontade” significa
    (A) propina.                                                   (C) recompensa.
    (B) dinheiro.   
                                               (D) desacato.

 03. Associe conforme o seguinte código

      (A) Apresentação do conflito.                          
      (B) Desenvolvimento do conflito.
      (C) Clímax.
      (D) Desfecho do texto.
    (D) O momento em que o policial sai do carro e xinga o motorista de psicopata.                                           
    (B) As ameaças sucessivas de multar e prender o carro.
    (C) É o momento em que o policial propõe explicitamente  “um
            entendimento”.
    (A) O trecho em que o motorista é parado pelo policial.

04. Marque o vocábulo no qual apresenta ironia.

      (A) “Psicopata ao volante.”
      (B) “... O senhor acha que está bem?”
      (C) “O guarda resolveu fazer uma vistoria mais caprichada,...”
      (D) “Pare o carro! Eu salto aqui.”

 05. O objetivo do texto é

       (A) mostrar a inversão de valores, entre o policial e o motorista.
       (B) mostrar a imprudência no trânsito.
       (C) mostrar o movimento de propina por infratores no trânsito.
       (D) mostrar a vistoria de documentos feito no trânsito.

06. De modo concluído, o tema do texto é

      (A) ética e cidadania.
      (B) propina e suborno.
      (C) autoridade e cidadão flagrado em delito.
      (D) desacato e infração.

 07. Marque o vocábulo em que há registro de informalidade.

       (A) “... quando um guarda o fez parar: ...”
       (B) “... Se o senhor quisesse, a gente podia dar um jeito…”
       (C) “David parou o carro e o guarda saltou, ...”
       (D) “O guarda o olhava, cada vez mais intrigado: ...”

 08. No trecho “Os documentos estavam em ordem, mas o carro não estava: ...”, de quem é esta fala?

       (A) do motorista.                                (C) do narrador.
       (B) do policial.                                    (D) de outro personagem.

09. O texto apresenta com maior ênfase, um dos recursos de sinalização, muito utilizado em uma conversa

       (A) a reticência.                                  (C) as aspas.
       (B) os dois pontos.                             (D) o travessão.

10. No trecho do texto a seguir “... E David, impassível: pode desistir, velhinho, que de mim tu não vê a cor do burro de um tostão.” A palavra IMPASSÍVEL pode ser trocada sem perda de sentido por

     (A) tranquilo.                               (C) aborrecido.
     (B) perturbado.                           (D) indiferente.

 

 

 

LENDA: COMO NASCERAM AS ESTRELAS - AUTOR DESCONHECIDO - COM GABARITO

  LENDA: Como Nasceram as Estrelas

 Pois é, todo mundo pensa que sempre houve no mundo estrelas pisca-pisca. Mas é erro. Antes os índios olhavam de noite para o céu escuro — e bem escuro estava esse céu. Um negror. Vou contar a história singela do nascimento das estrelas.

Era uma vez, no mês de janeiro, muitos índios. E ativos: caçavam, pescavam, guerreavam. Mas nas tabas não faziam coisa alguma: deitavam-se nas redes e dormiam roncando. E a comida? Só as mulheres cuidavam do preparo dela para terem todos o que comer.

Uma vez elas notaram que faltava milho no cesto para moer. Que fizeram as valentes mulheres? O seguinte: sem medo enfurnaram-se nas matas, sob um gostoso sol amarelo. As árvores rebrilhavam verdes e embaixo delas havia sombra e água fresca. Quando saíam de debaixo das copas encontravam o calor, bebiam no reino das águas dos riachos buliçosos. Mas sempre procurando milho porque a fome era daquelas que as faziam comer folhas de árvores. Mas só encontravam espigazinhas murchas e sem graça.

— Vamos voltar e trazer conosco uns curumins.

(Assim chamavam os índios as crianças.) Curumim dá sorte.

E deu mesmo. Os garotos pareciam adivinhar as coisas: foram retinho em frente e numa clareira da floresta — eis um milharal viçoso crescendo alto. As índias maravilhadas disseram: toca a colher tanta espiga. Mas os garotinhos também colheram muitas e fugiram das mães voltando à taba e pedindo à avó que lhes fizesse um bolo de milho. A avó assim fez e os curumins se encheram de bolo que logo se acabou. Só então tiveram medo das mães que reclamariam por eles comerem tanto. Podiam esconder numa caverna a avó e o papagaio porque os dois contariam tudo

Mas — e se as mães dessem falta da avó e do papagaio tagarela? Aí então chamaram os colibris para que amarrassem um cipó no topo do céu. Quando as índias voltaram ficaram assustadas vendo os filhos subindo pelo ar. Resolveram, essas mães nervosas, subir atrás dos meninos e cortar o cipó embaixo deles.

Aconteceu uma coisa que só acontece quando a gente acredita: as mães caíram no chão, transformando-se em onças. Quanto aos curumins, como já não podiam voltar para a terra, ficaram no céu até hoje, transformados em gordas estrelas brilhantes.

Mas, quanto a mim, tenho a lhes dizer que as estrelas são mais do que curumins. Estrelas são os olhos de Deus vigiando para que corra tudo bem. Para sempre.

E, como se sabe, “sempre” não acaba nunca.

 Estudo do texto

01. Esse texto é uma lenda. Assinale as alternativas que correspondem às explicações sobre o que é uma lenda:

 a. É um texto poético e com rimas.

b. É uma narrativa popular, transmitida de geração em geração.

c. É um texto que sempre conta uma história de ficção.

d. È um texto que conta histórias de acontecimentos heroicos ou de seres fantásticos.

e. É um texto que conta histórias fantasiosas.

 02. Agora, responda de acordo com o texto:

a) Que personagens fazem parte da lenda?

     Os curumins, as mães, a avó, os índios e o papagaio.

 b) O que levou as mulheres a se embrenharem no mato?

     Elas notaram que faltava milho no cesto para moer.

 c) Por que as mulheres chamaram os curumins?

    Porque os curumins dão sorte.

 d) Por que os curumins ficaram com medo das mães?

    Porque eles se encheram de bolo que avó fez,e então tiveram medo das mães que reclamariam por eles comerem tanto.

 03. Assinale com x a resposta correta:

a. Que ideia os curumins tiveram para fugir das mães?

(  ) Esconder-se em uma caverna.

(  ) Subir em uma árvore.

(  ) Esconder-se com a avó numa caverna.

( x ) Esconder a avó e o papagaio numa caverna.

 b. O que fizeram as mães quando viram os filhos subindo pelo ar?

(  ) Resolveram pedir ajuda para os outros índios.

(  ) Resolveram gritar para que eles retornassem.

(  ) Resolveram subir atrás dos meninos.

( x ) Resolveram subir atrás dos meninos e cortar o cipó embaixo deles.

 c. Na história, as mães terem sido transformadas em onça é:

( x ) É algo fantasioso, peculiar das lenda.

(  ) É algo que pode acontecer na vida real.

(  ) É algo parecido com o ditado popular que quando as pessoas estão bravas viram onças.

(  ) É algo diferente que acontece com os índios.

 04. Escreva o que pode ser considerado real nesta lenda por revelar o modo de vida dos indígenas.

 Os índios caçavam, pescavam, guerreavam.


quarta-feira, 29 de setembro de 2021

POEMA: PRECISA-SE DE UMA BOLA DE CRISTAL - ROSEANA MURRAY - COM GABARITO

 Poema: Precisa-se de uma bola de cristal

              Roseana Murray 

Precisa-se de uma bola de cristal

que mostre um futuro grávido de paz:

que a paz brilhe no escuro

com o brilho especial que algumas

palavras possuem

mas que seja mais do que a palavra,

mais do que promessa:

seja como uma chuva que sacia  a sede da terra.

Murray, Roseana. Classificados Poéticos, Belo Horizonte: Miguilim, 2002.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 212-3.

Entendendo o poema:

01 – Que modo verbal predomina no poema? O que ele indica a respeito dos acontecimentos mencionados pelo eu poético?

      O modo subjuntivo. Ele indica algo que ainda não ocorreu, que está na esfera do desejo.

02 – O poema descreve uma situação de busca, de procura. É possível afirmar que essa procura expressa um desejo. Explique essa afirmação.

      O poema expressa o desejo de um mundo cheio de paz, em que as pessoas se mobilizem para que essa paz se efetive.

03 – Identifique as expressões metafóricas nos versos a seguir e interprete-as:

Precisa-se de uma bola de cristal

que mostre um futuro grávido de paz:

      “Um futuro grávido de paz”. Interpretação possível: um futuro cheio, repleto de paz. O mundo totalmente em paz.

04 – O que os versos a seguir revelam sobre o pensamento do eu poético?

mas que seja mais do que palavra,

mais do que promessa:

      Revelam que o eu poético está descrente das promessas dos homens, está cansado de discursos, de palavras vãs.

05 – Interprete esta comparação:

seja como a chuva que sacia a sede da terra.

      Interpretação possível: que a paz inunde o mundo que está carente dela.

06 – Considere a expressão “precisa-se”, empregada no início do poema.

·        O sujeito está determinado na oração?

Não.

·        O uso desse tipo de sujeito foi intencional?

Sim.

·        Que efeito de sentido esse uso provocou no poema?

No poema, a indeterminação do sujeito generalizou a ação de precisar. Essa ação pode ser atribuída a qualquer pessoa.

07 – Se no lugar da expressão “precisa-se” fosse usada a forma “eu preciso”, o que mudaria no sentido do poema?

      O uso do pronome “eu” particularizaria a ação de precisar, que passaria a ser atribuída ao eu poético, determinando o sujeito da ação.

 

TIRINHA: LINIERS PROBLEMAS SOCIAIS - COM GABARITO

 Tirinha: Liniers problemas sociais


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Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p. 30-1.

Entendendo a tirinha:

01 – O autor da tirinha aponta para um problema social das cidades. Qual é esse problema?

      O problema das pessoas em situação de rua, das desigualdades, e a indiferença das pessoas em relação a esses problemas.

02 – A oração do primeiro quadrinho estabelece qual relação de subordinação com a oração presente nos próximos quadrinhos?

      Apresenta uma relação de subordinação adverbial temporal.

03 – Qual palavra estabelece a relação identificada no item anterior?

      Quando.

     

TIRINHA: NÍQUEL NÁUSEA TOURO - COM GABARITO

 Tirinha: Níquel Náusea touro



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Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p. 28.

Entendendo a tirinha:

01 – Nessa tirinha, ocorre uma quebra de expectativa. Por quê?

      Ao saber que a porteira está aberta, imagina-se que a intenção dos animais é fugir, mas eles apenas passam para o outro lado da cerca e continuam pastando.

02 – Observe a palavra porteira. Por qual processo de formação de palavras ela é formada? Que outras palavras você conhece que derivam dessa mesma palavra?

      Derivação sufixal. Sugestão: portaria, porteiro, portinha, portada, etc.



ENTREVISTA: MARCOS CÉSAR PONTES, UM BRASILEIRO CONQUISTA O ESPAÇO - GUSTAVO KLEIN - COM GABARITO

 Entrevista: Marcos César Pontes, um brasileiro conquista o espaço

Por Gustavo Klein

        Ele realizou o sonho de infância de muita gente: o paulista Marcos César Pontes, 43 anos, tenente-coronel da Força Aérea Brasileira, é o primeiro astronauta brasileiro, trabalha na Nasa, participa do projeto da construção da Estação Espacial Internacional que envolve 16 países e, no ano que vem, irá pela primeira vez ao espaço, a bordo da espaçonave russa Soyuz. Na entrevista a seguir, realizada em 2005, antes de ir ao espaço, Pontes fala sobre sua trajetória, turismo espacial e até sobre procura de vida extraterrestre.

        Você não vem de uma família rica e mesmo assim se tornou o primeiro astronauta vindo de um país do Hemisfério Sul. Como conseguiu direcionar sua formação para esse objetivo? 

        É, minha família era realmente humilde. Meu pai era servente do Instituto Brasileiro do Café e minha mãe, escriturária da Rede Ferroviária Nacional. Eu não teria condições financeiras de pagar uma boa escola. O que eu fiz? Entrei para o Senai, que considero um serviço fantástico, e por meio dele consegui um trabalho como aprendiz de eletricista. Com esse salariozinho que ganhava, pagava um curso de técnico em eletrônica, à noite.

        E a vida de militar, surgiu como? 

        Em 1980, me inscrevi para os exames de seleção da Academia da Força Aérea (AFA). Não podia pagar o colégio e o curso preparatório e, para estudar, contei com a ajuda de muitos professores do colégio, que me emprestaram livros. Os exames foram difíceis, mas consegui passar em segundo lugar em todo o país. Entrei na AFA em 1981 e recebi meu brevê de piloto e a espada de oficial da Força Aérea em 1984. Aí, então, me tornei piloto de caça. Depois, em 1989, fui aprovado no processo seletivo do curso de Engenharia Aeronáutica do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e, em 1996, seguindo ainda a área acadêmica, me mudei com minha esposa e meu filho para Monterey, na Califórnia, para fazer Mestrado em Sistemas de Engenharia. Foi preciso muita persistência, mas eu não acho que tenha nada de extraordinário, sou uma pessoa como qualquer outra. Acho que essa é a grande lição que posso passar para os jovens: acreditar e investir em si mesmo, sonhando e traçando um objetivo para o futuro.

        Ser astronauta é um sonho de infância comum. É o seu caso? 

        Meu primeiro sonho era ser piloto da Força Aérea. Sou de Bauru e ia de bicicleta até um aeroporto próximo só pra ficar vendo os aviões decolando e pousando. Adorava também ver os aviões da Esquadrilha da Fumaça. E a motivação foi essa, de ser piloto.

        [...]

        E como você foi chamado para participar da seleção?

        Absolutamente por acaso. E não fui chamado: na época eu ainda estava fazendo aquele mestrado em Monterey, na Califórnia, e meu irmão me mandou, por e-mail, um recorte de jornal falando da seleção de astronautas aqui no Brasil. Todos aqueles sonhos inconscientes vieram à tona, confesso que já havia dado uma olhada na página da Nasa na Internet para saber se tinha os requisitos para ser um astronauta.

        E tinha? 

        Todos, menos um: ser americano. Quando esse requisito foi retirado, demorei uns trinta segundos para tomar a decisão (risos).

        Quantos candidatos participaram da seleção? 

        Foram 40 de todo o Brasil, dos quais sobraram cinco, que foram fazer a última seleção, uma entrevista lá na Nasa. Como disse no final da entrevista de seleção… “Imagine como está se sentindo aquele garoto aprendiz de eletricista só pelo fato de estar participando dessa seleção!”. O anúncio de minha escolha está entre os momentos de minha vida que sou capaz de descrever em todos os detalhes.

        Qualquer pessoa pode se candidatar a astronauta? 

        Existem requisitos ligados à parte acadêmica, por exemplo, é preciso ter formação acadêmica em Exatas ou Biológicas: Medicina, Veterinária, Biologia, Engenharia, Matemática, Física, Química…

        [...]

        Há um tempo máximo recomendado para permanência no espaço?

        Os astronautas da antiga estação espacial soviética MIR chegaram a ficar mais de seis meses, mas isso não é recomendável. Quem passa algum tempo no espaço volta, invariavelmente, sofrendo de uma descalcificação severa, algo muito próximo da osteoporose, da qual se recupera a longo prazo. O problema mais grave é o da radiação. Se nosso trabalho fosse controlado pelos padrões tradicionais, como por exemplo o do Ministério do Trabalho, depois de uma missão espacial, o astronauta teria que se aposentar.

        [...]

        O que é mais importante em uma missão espacial? 

        O espírito de equipe verdadeiro é fundamental. Afinal, sua vida está nas mãos de todos os sete membros, em momentos diversos. Quando você está lá fora da nave, preso ao braço mecânico, sua vida depende do responsável por operá-lo, por exemplo. Uma boa equipe tem que ter motivação, valores comuns, para formar uma identidade, cada membro da equipe tem que ser confiável. A comunicação entre os elementos do time é fundamental.

        E o que acontece se o cabo que lhe prende à nave se rompe ou solta? 

        A roupa que utilizamos tem, atrás, uma espécie de foguete a base de nitrogênio líquido. Se o cabo se rompe e o astronauta fica flutuando no espaço, ele precisa se virar na direção da nave e acionar esse foguete, que dará um empurrão na direção certa. Se a mira do cidadão estiver ruim e ele passar direto pela nave, ele deve aproveitar bem as oito horas que dura a bateria que sustenta a pressurização da roupa, para ter uma visão única do espaço sideral, porque não vai mais voltar.

        Quais são as perguntas mais comuns que lhe fazem? 

        Por incrível que pareça, todo mundo gosta de saber como é ir ao banheiro no espaço. E é realmente interessante, porque em uma situação de gravidade zero, você flutua, tudo flutua.

        Como fazer? 

        É simples: primeiro, ganchos fixam o astronauta ao vaso sanitário. Que, por não ter água, funciona por sucção. Há um buraco e é preciso acertar bem ali dentro, caso contrário suja o vaso e você mesmo tem que limpar.

        E como acertar o buraco? 

        Simples: há uma câmera dentro do vaso e uma tela na frente do astronauta, que controla tudo.

        E quando se está em missão fora da nave? 

        Ah, aí a coisa funciona da forma mais básica possível: fraldas. Aliás, a roupa utilizada pelos astronautas é bem complexa, tem até sistema de refrigeração por meio de água gelada, aquecedores elétricos, bote, luzes, comida desidratada, é pressurizada e custa a bagatela, cada uma, de US$ 20 milhões.

        [...]

        O senhor tem conhecimento de pesquisas da Nasa envolvendo extraterrestres? 

        Não sei. Se existem, não tenho conhecimento, mas tenho consciência de que respondendo assim eu dou margem a dúvidas como “ele está escondendo alguma coisa”. Não existe, na Nasa, nenhum treinamento específico sobre o que fazer no caso de toparmos com um extraterrestre no espaço. O que posso dizer é que, entre os pilares da Nasa, estão a exploração de novos mundos, descobrimentos científicos e a procura de vida extraterrestre. Está em um documento oficial da Nasa e, portanto, é um objetivo efetivo da agência.

        Isso pressupõe que a Nasa acredita que exista vida em outros planetas, não? 

        Claro. Acredita-se, realmente, que exista vida extraterrestre, até porque a possibilidade de que exista é muito maior do que a que não exista. Conhecemos uma parcela tão ínfima do universo! Mas isso não quer dizer que existam homenzinhos verdes, nos anima qualquer possibilidade de quaisquer formas de vida, mesmo as mais ínfimas, que existam ou que tenham existido, seja em Marte ou em qualquer outro lugar. Eu acredito, mas tenho conhecimento de fotos ou de coisas como Roswell ou a Área 51.

        Em um trabalho que exige tanta técnica e frieza, há espaço para a emoção? 

        Sempre há espaço para a emoção, e ela é importante inclusive para uma reação rápida diante de uma situação de emergência. Na hora em que algo dá errado, a primeira reação é a emocional, claro, mas os procedimentos estão tão gravados na nossa mente, como um circuito impresso, que é preciso frieza para fazer o que é preciso sem se deixar contaminar. Mas em um trabalho que dá a chance de ver a circunferência inteira do planeta e confirmar por conta própria que a Terra é azul, é impossível não ter emoções.

Fonte: http://www.velhosamigos.com.br/Reportart/reportart33.html. Acesso em: 23 jan. 2015.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 178-181.

Entendendo a entrevista:

01 – Que fato pode ter despertado o interesse do site para escolher o entrevistado?

      Provavelmente, o fato de Pontes ser um astronauta brasileiro reconhecido.

02 – Na primeira pergunta feita ao entrevistado, o jornalista enfatiza qual assunto?

      O assunto é o fato de Marcos ser de uma família humilde, mas ter se tornado o primeiro astronauta vindo do Hemisfério Sul.

03 – Que pressuposto é revelado pela primeira pergunta do jornalista?

      O de que apenas pessoas vindas de famílias ricas podem se tornar astronautas.

04 – O que há em comum tanto na primeira como na segunda resposta do entrevistado?

      Ambas revelam que o esforço e a dedicação de Marcos contribuíram muito para suas conquistas.

05 – Marcos Pontes informa que, entre as exigências da Nasa para selecionar um astronauta, ele só não tinha uma. Qual?

      A exigência de ser americano.

06 – Mesmo não sendo americano, Marcos tornou-se um astronauta da Nasa. Por que isso foi possível?

      Porque a agência resolveu deixar de lado o requisito de “ser americano” e realizou uma seleção de astronautas brasileiros.

07 – Quais são os requisitos acadêmicos exigidos pela Nasa aos candidatos a astronauta?

      É preciso ter formação acadêmica em Exatas ou Biológicas.

08 – O espírito de equipe é o que Marcos Pontes considera o fator mais importante em uma missão espacial.

a)   Por que ele tem essa opinião?

A opinião dele se explica porque é necessária a união da equipe, já que a vida de um depende da vida do outro.

b)   Segundo ele, como uma equipe cria uma identidade?

Essa identidade é criada a partir de motivação, valores comuns e confiança um no outro.

09 – Sobre vida extraterrestre, qual é o posicionamento da Nasa, de acordo com Marcos Pontes?

      A Nasa acredita que há a possibilidade de vida fora da Terra e tem a pesquisa do tema como um de seus objetivos.

10 – Em sua opinião, a trajetória de Marcos Pontes pode ser considerada inspiradora? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

11 – Entre as exigências da Nasa para os interessados em fazer parte de seu corpo de astronautas, está a de ser americano.

a)   Provavelmente, por que isso acontece?

A Nasa é uma agência americana. É importante discutir a visibilidade que as conquistas e descobertas da Nasa dá aos Estados Unidos.

b)   Em sua opinião, essa exigência é correta? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

12 – Que aspecto da entrevista você achou mais interessante? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.