Política de Privacidade

terça-feira, 31 de março de 2015

PROJETO DE SALA DE LEITURA "CRESCENDO COM OS LIVROS"

PROJETO DE SALA DE LEITURA

"CRESCENDO COM OS LIVROS"

INTRODUÇÃO
           O presente projeto quer proporcionar aos educandos mais estímulos ao gosto e o hábito de ler bem e ainda participar de atividades relacionadas a leitura.
          Cabe a escola, formalmente, estabelecer o elo entre leitura e escrita, ao educando aprofundar seus níveis de desempenho, pois a leitura é para ampliar os limites do próprio conhecimento para obter informações simples e complexas; lê-se em busca de lazer e descontração e por meio da leitura de ficção e da poesia, compreendê-se ao prazer do texto.

"Uma fonte inesgotável de observação
indireta é a leitura. É por meio dela que
se consegue despertar a sensibilidade
e a imaginação, ampliar o vocabulário 
e fortalecer o pensamento."
ANDRADE,2002.p.133

           É uma função essencial da escola ampliar o domínio dos níveis de leitura e escrita, orientar a escolha dos materiais de leitura, bem como conhecer e analisar a realidade do processo de leitura, para que ocorra mudanças eficazes no desenvolvimento de interiorização da leitura dos educandos, na qual,  determinarão a viabilidade da utilização dos materiais adequados como incentivos para  melhoramento da leitura e escrita.


HIPÓTESES
         A criação da sala de leitura poderia ser um dos elementos a despertar no educando o gosto pela leitura.
         Se o educando, questionar os métodos de trabalho, que o funcionou com uns, e não com outros.Investindo energia, imaginação, trabalho, nunca perdendo a perspectiva de que nenhuma, que
modo, a poder dizer com consciência profissional: "Fiz tudo o que estava ao meu alcance".
         O aluno poderia perceber o quanto tem a descobrir num livro, se o material for cuidadosamente elaborado, podendo assim despertar o gosto pela leitura e tornar-se leitor do próximo milênio.
          A leitura de um texto não é mera decodificação de sinais gráficos, mas a busca de significações marcadas pelo processo de produção desse texto e também marcadas pelo processo de produção de sua leitura.
"O texto não é um amontoado de frases soltas,
mas é um todo semântico, onde todos os 
elementos devem referir-se mutuamente"
 (ORLANDI,p.85)

          Através dos bons resultados nas atividades propostos pelos educadores, mostrará a importância da leitura para o desenvolvimento do intelectual, da linguagem e a personalidade do educando. E também criar situação em que os pais participem  ativamente do processo escolar.

METODOLOGIA

          O projeto será na Escola ............................ no  Município de ............................., Estado de .............; contará com uma sala de leitura, na qual, o educando poderá ter acesso no período que não estiver na sala de aula; em caso de educando que reside distante da Escola poderá levar o livro para casa com prazo de devolução e para que o educando desperte para o gosto pela leitura é necessário que o material seja cuidadosamente elaborado e que obedeça os seguintes critérios:
Atividades preliminares visam  incentivar, à aquisição de conhecimentos necessários a compreensão, além de apontar o caráter lúdico de que as atividades do texto se revestirão.
Atividades com texto apresenta-se um roteiro de leitura, que explora, intensa e extensivamente, os meados do texto, numa perspectiva analítica-sintética e fornecer ao aluno  a oportunidade de apresentar a sua leitura.
Atividades complementares é o momento de trazer a problemática do texto para a realidade do educando. É o momento também de integrar com outras áreas, transferir conhecimentos, de verificar o quanto se pode crescer com a leitura.

JUSTIFICATIVA

       O tema "Crescendo com os livros", nasceu da preocupação com uma educação voltada para a  atualidade e a qualidade considerando os aspectos: o gosto pela leitura, a compreensão e o  desenvolver das potencialidades intelctuais e espirituais. Pois hoje não lemos só livros, temos que ler outros tipos de escrita que aparecem  em diferentes contextos: na rua, em casa, na escola, nos veículos de comunicação(jornais, os quadrinhos, o rádio, CDs, a TV, o computador,CD Rom). Cabe a escola trabalhar sistematicamente esses textos que circulam,  de forma aleatória, em torno dos alunos e de todos, porque é importante aprender a ler também os textos desses veículos já que obedecem a outras regras para serem constituídos.
        Então surge a problemática: que alternativas  a escola poderá utilizar para despertar efetivamente o gosto pela leitura e escrita dos alunos?
        Por que a educação brasileira enfrenta uma questão fundamental: formar indivíduos com uma nova consciência social, capaz de uma ação concreta na política e no processo histórico real para a construção de um novo modelo de civilização humana para o Brasil.

..."Sem a   ampliação, em todos os âmbitos,
de construção da cidadania real, a integração
do Primeiro Mundo continuará a ocorrer à 
custa da exclusão da maioria. O preço social
ético-valorativo desta exclusão será certamente
maior do que pagamos hoje."
(Fávero,Horta,Frigotto,1992,p.p.5,14)

          A  leitura como uma atividade deve se fazer  presente em todos os níveis educacionais das sociedades letradas, pois começa na alfabetização, no momento que o aluno passa a compreender o significado potencial de mensagens registradas através da escrita.
         Para SILVA, o gosto pela leitura, que sem dúvida resulta de práticas de leitura, também é produzido socialmente e, por isso mesmo, também se sujeita as regras encontradas no conjunto da estrutura social. Dessa forma, a uma política burguesa de reprodução corresponde uma estética da representação e uma atitude frente aos objetivos culturais.
         A nossa capacidade de ler melhora cada vez mais a nossa capacidade de aprender  de modo geral. É também um recurso educacional que pode mudar o pensamento, o agir e o sentir do aluno. Esse tipo de aprendizagem na escola proporcionará novos conhecimentos e habilidades nos alunos.

"A leitura em si implica o reconhecimento de um
sentido, operado pelo deciframento dos signos 
que foram codificados por outrem para veiculá-lo"
(...) (AGUIAR E BORDIN, 1993.p.15) 
   
             A  leitura é a apreensão dos significados escritos ou a comprensão dos escritos de um outro em uma obra.
            A escola é o local privilegiado de contato com os livros, pois é nela que os alunos devem tomar gosto pela leitura.
         A escola mesmo localizada no centro da cidade, recebe os alunos de vários bairros dos arredores, até mesmo da zona rural. E  estes alunos na maioria são carentes, muitos deles de família completamente desestruturada, tornando assim o ensino aprendizagem mais difícil de ser realizado.
             Mas além desses obstáculos há também outros motivos para que o aluno tenha dificuldade em aprender a ler e interpretar.Se o aluno é disléxio,tem dificuldade e torna-se inseguro,ansioso e fica desmotivado, o que desencadeia  várias reações, principalmente a indisciplina como forma de chamar atenção.
            A preocupação da escola com relação ao estímulo pela leitura, surgiu com as dificuldades dos alunos em sala de aula  que não sabiam ler e outros liam com muita dificuldades, impedindo-os de compreender os conteúdos lidos.Então sentiu-se a necessidade de ter uma Sala de Leitura, pois seria um ambiente diferente da sala de aula e consequentemente motivaria mais os alunos com as variedades de livros, atividades mais atrativas.
          A leitura desempenha papel fundamental para o aluno e deve ocupar-se lugar primordial em sua vida escolar, sendo que através dela, que o cidadão contribuirá social e culturalmente para a melhoria da vida de seu país.
            Todas as formas de ler são relevantes, devendo pois ser comtempladas.
        Segundo Ezequiel, a existência de um volumoso número de analfabetos, a inexistência de bibliotecas populares, a ausência de uma política para a promoção da leitura, são, em verdade, fenômenos muito bem "calculados" pelo poder dominante. Pois, a presença de leitores críticos sem dúvida incomodaria bastante a política da ignorância e da alienação, estabelecidas pelos regimes ditatoriais e disseminada através dos aparelhos ideológicos do Estado, (Silva, 1995, p.50,51).

"...Nos mostra que os setores mais poderosos da
sociedade realmente não têm nenhuma intenção de 
privilegiar a imaginação e a criatividade, pois não
desejam que as pessoas aprendam a pensar, já
que o pensamento criativo seria a arma mais eficaz 
de transformação do mundo e portanto de ameaça
a uma ordem social conhecida, estabelecida
e vantajosa para eles."
 (RODARI,1982.p.8)

     Desta forma, entendemos que para mudar a sociedade são necessários homens criativos que saibam usar sua imaginação...criatividade, e a partir disto ser crítico diante dos acontecimentos a sua volta.


EQUIPAMENTOS E MATERIAIS

        Para o funcionamento da Sala de Leitura necessitamos de:
Reformar o espaço já existente na Unidade Escolar;
Equipamentos: - 41 cadeiras com almofadas;              
                               - 10 mesas para a biblioteca;
                               - 01 armário com fichário de aço
                                                           com 04 gavetas;
                               - 02 armários de aço;
                               - 01 escrivania.
Materiais:    -  Livros Infantis; Livros paradidáticos; Dicionários e Enciclopédia



CRONOGRAMA


ATIV/MESES                MAR ABR     MAIO       JUN      JUL AGO SET  OUT

Elaboração do Projeto     X

Revisão Bibliográfica         X
Desenv.das as etapas do proj.         X                X     X
Procedimentos /metodológicos     X                        X
Avaliação do Projeto      X

BIBLIOGRAFIA

ANDRADE, Maria Margarida e MEDEIROS, João Bosco.
                      Comunicação em Língua Portuguesa,São Paulo.
                       Editora Atlas, 5ª edição,2009.
BORDINI, Maria da Glória e AGUIAR, Vera Teixeira de:
                   Leitura - A Formação do Leitor, Porto Alegre-
                   Mercador Aberto Editora, 2ª edição, 1993.
FAVERO, Osmar & HORTA, José Siverino Baia & FRIGOTTO,
                   Gaudêncio. "Políticas Educacionais no Brasil:
                    Desafios e Proposta".Caderno de Pesquisa. São
                    Paulo: Fundação Carlos Chagas, nº 83, nov/92,
                    p.p.5-14.
FAZENDA, Ivani. Metodologia da Pesquisa Educacional
                    São Paulo, Editora Paz e Terra, 1991.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo,
                    Editora Paz e Terra, 1996.
____________A importância do Ato de Ler - São Paulo,
                    Editora Cortez e Autores Associados, 1997.
LIPMAN, Malthew. A filsofia vai Escola. São Paulo, Editora
                    Summus, 1990.
MORAIS, Antonio Manoel Pamplona. Distúrbio da Lingua-
                   gem uma abordagem psicopedagógica. São
                   Paulo. Edicon, 1992.
RODARI, Gianni. Gramática da Fantasia:[Tradução de
                  Antonio Negrini; direção da coleção de Fanny
                  Abramivich].- São Paulo: Summus, 1982.
SILVA, Ezequiel Teodoro da. O Ato de Ler, São Paulo:
                   Cortez, 1996.
________________________Leitura na Escola e na
                    Biblioteca, São Paulo: Papirus,1995.              

PROJETO SALA DE LEITURA "LER É SABER"

PROJETO  SALA DE LEITURA "LER É SABER"


APRESENTAÇÃO

          A leitura é essencial para o conhecimento humano, através dela é que crescemos culturalmente, e esta deve ser uma prática constante para que possamos formar bons leitores e por outro lado auxiliar a produção de texto. A escola é o único veículo de interação de alunos com textos, cabendo a ela oferecer leituras de qualidade, diversidade de textos, modelos de leitores e práticas de leitores competentes.
A leitura é, certamente, uma atividade
humana. E como atividade especificamente
humana, ela constitui um trabalho simbólico.
É esse trabalho simbólico da leitura que eu
gostaria de destacar como núcleo das minhas reflexões.
(Zilberman,2001.p.24)
           Ela fornece  experiência, abre horizontes, desenvolve a imaginação,  incita à reflexão, desafia a sensibilidade, o questionamento e desperta para  a compreensão de muitos problemas que se enfrentam na vida. Através dela o aluno é levado a observar o comportamento dos personagens e as situações que os envolvem, e isto o estimula a argumentar.

JUSTIFICATIVA

        É necessário um momento de conscientização do aluno, da necessidade em ampliar seu horizonte. A sala de leitura dará essa prática. Ele estará se apropriando de um conhecimento mais amplo e mais  consistente. O trabalho isolado do professor na sala de aula, não é  suficiente.
        É necessário um desenvolvimento maior de forma concisa que oportunize uma prática de leitura que venha caracterizá-lo como bom leitor e consequentemente torna-lo independente sabendo posicionar-se  frente algo novo.

OBJETIVO

"Formar um leitor competente supõe
formar alguém que compreenda o que lê; 
possa aprender a ler também o que não 
está escrito, identificando elementos implícitos;
que estabeleça relações entre o texto que lê
e outros textos já lidos; que saiba que vários
sentidos podem ser atribuídos a um texto[...] BRASIL,1998,p.36

  E, é pensando em expor os leitores 
a estes diversos contextos e de criar o hábito da leitura que devemos:
Colocar à disposição dos alunos, a sala de leitura da escola, com todo e qualquer material que possa ser um convite prazeroso para o ato de ler: revistas, jornais, livros, etc.
Promover uma prática constante de leitura organizada em torno de uma diversidade de textos e gêneros textuais proporcionando ao educando um convívio estimulante com a leitura, sensibilizando-o para o livro.
Considerar que a sala de leitura será também um espaço privilegiado para questões relacionadas ao desenvolvimento intelectual do educando e à ampliação de sua visão de mundo.

METODOLOGIA

       A princípio receberão orientação sobre manuseio  dos livros, jornais ou revistas da sala de leitura; o cuidado e a conservação dos mesmos. Em seguida terão acesso aos mesmos inteirando do assunto, o tipo de leitura que gosta, estabelecendo relações intertextuais, comparações, extrapolando seus conhecimentos de mundo, sendo capazes  de refletir, explorar os conteúdos, desenvolver sua habilidade de captar as informações.
        Procurar em todas as aulas, despertar o interesse e a participação ativa, fazendo com que procurem cada vez mais a sala de leitura como um recanto de prazer aprimorando sua habilidade e seu conhecimento.

AVALIAÇÃO

         Os alunos responderão uma ficha, demonstrando que as visitas à sala-de-leitura foi produtiva, que houve assimilação das leituras feitas e se  despertou realmente o interesse do leitor.
          Terão sempre o acompanhamento do professor que estará presente em todos os momentos observando-os de uma maneira avaliativa.

CRONOGRAMA

1º SEMESTRE
Realizar-se-á  uma campanha com a comunidade para adquirir livros, revistas e jornais para enriquecer a sala de leitura.

2º SEMESTRE
Realizaremos um Bingo para aquisição de novos materiais.

domingo, 29 de março de 2015

PROJETO DE LEITURA E ESCRITA: VIAGEM NO MUNDO DA LEITURA

PROJETO DE LEITURA E ESCRITA: VIAGEM NO MUNDO DA LEITURA

“O hábito da leitura proporciona possibilidades infinitas, uma vez que é possível conhecer tudo o que se deseja por meio dela”. Valéria Thomazini

Viajar pela leitura sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso quem gosta de ler.
Experimente! Assim sem compromisso, você vai me entender. Mergulhe de cabeça na imaginação!

1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 Título: VIAGEM NO MUNDO DA LEITURA
1.2 Equipe Responsável: Professores/ Coordenação Pedagógica/ Supervisor/Diretor
1.3 Período de Elaboração:
1.4 Período de Realização:
1.5 PARCERIAS:
1.6 PÚBLICO ALVO:

2. JUSTIFICATIVA
Sabe-se que um dos principais problemas na educação da atualidade é a dificuldade  que os educandos têm de ler e produzir textos. Essa é uma reclamação constante não só pelos  professores da disciplina Língua Portuguesa, mas de toda a categoria docente.  A leitura proficiente tem infinitas possibilidades. Ela começa pelos olhos, mas vai além  deles, pois necessita de um elemento fundamental para a compreensão, que é o conjunto de  conhecimentos prévios relacionados ao assunto do texto lido. Também faz parte desse processo  de compreensão, o tipo de linguagem utilizada no texto, que pode facilitar ou dificultar a  leitura. Se o leitor não domina o tipo de linguagem do texto, dificilmente vai chegar a uma  compreensão satisfatória porque os olhos se apoiam  no significado daquilo que vêem. Se o leitor não conseguir encontrar significação na linguagem, não vai conseguir fazer uma boa leitura, vai apenas decodificar os símbolos escritos, mas não vai chegar a uma compreensão  efetiva e o ato de ler se perde em sua essência.  Infelizmente, é a leitura de decodificação que tem  predominado entre a maioria dos  estudantes. Esse fato pode ser facilmente observado quando não conseguem alcançar o  significado de simples comandos de atividades corriqueiras de sala de aula, o que tem reflexo  também nas produções de suas respostas a questões sintático-semânticas, já que o ato de  escrever está sendo reduzido apenas às atividades de cópia, inclusive nos trabalhos de  pesquisa. Isso tem gerado uma verificação de um nível de aprendizagem insatisfatório.  Essa é uma realidade que deve ser combatida urgentemente, em favor de uma  educação de qualidade, que leve realmente o educando a construir conhecimentos críticos  sobre a realidade apresentada, e não só absorver informações dadas como verdades absolutas  e não passíveis de contestação.  Em outro nível, a questão da leitura não deve estar condicionada à ideia de que sua  fomentação está aliada somente à formação de alunos leitores. É necessário que todos estejam  envolvidos neste processo, pais e professores. Então, para este projeto, a tarefa principal é  promover essa motivação para a leitura e escrita nos estudantes a partir da disseminação do projeto entre as famílias e o educador, pois acredita-se que somente através do interesse da  comunidade escolar como um todo é que se pode alcançar um bom desempenho escolar em que as competências e habilidades de leitura e escrita se sobressaiam na busca do  conhecimento.

2. OBJETIVOS


  •  Oportunizar aos alunos o contato com uma infinidade de gêneros textuais que colaboram com o processo ensino-aprendizagem.
  •   Promover a alfabetização na idade certa por meio de atividades diferenciadas,
  •   Erradicar o analfabetismo, propiciando ao aluno a oportunidade de inserir no mundo da alfabetização e do letramento;
  •   Despertar o prazer da leitura e aguçar o potencial cognitivo e criativo do aluno;
  •   Promover o desenvolvimento do vocabulário, favorecendo a estabilização de formas ortográficas;
  •   Possibilitar o acesso aos diversos tipos de leitura na escola, buscando efetivar enquanto processo a leitura e a escrita.
  •  Estimular o desejo de novas leituras;
  •  Possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia  e da imaginação;
  • Possibilitar produções orais, escritas e em outras linguagens;
  •  Proporcionar ao indivíduo através da leitura, a oportunidade de alargamento
  •   Provocar a curiosidade e consequentemente, o gosto e o hábito pela leitura.
  •   Desenvolver a linguagem oral;
  •    Ler, ainda que de forma não convencional;
  •   Fazer com que eles percebam que são capazes de contar, interpretar e reescrever o que foi lido e trabalhado.
  •   Descrever cenários e personagens;
  •   Incentivar o trabalho em equipe.
  •   Identificar títulos de histórias conhecidas;
  •   Identificar personagens das histórias contadas, marcas temporais presentes, letras e palavras conhecidas presentes nos títulos das histórias e nomes de personagens.
  •   Sistematizar situações-problema, a partir de contos, para as crianças refletirem criando alternativas de acordo com seus pensamentos;
  •   Identificar soluções de conflitos presentes nos contos;
  •    Buscar no mundo da fantasia possíveis soluções para os problemas de seu mundo real.
  •   Desenvolver o senso crítico e a criatividade.
  •   Expressar-se por meio de desenhos, pinturas e colagens;
  •   Produzir textos, tendo o professor como “escriba” ajustando o falado ao escrito, refletindo sobre o sistema de escrita alfabético, adequando o aluno a norma culta.


3. METODOLOGIA: PLANO DE AÇÃO

  Reunião com os professores (           ), para esclarecimentos sobre o projeto e pedido de  sugestões;
  Iniciar o dia da leitura na escola, através de algumas ações de motivação sobre  a importância da leitura. ( Confeccionar cartazes, suspense e motivação, apresentar o projeto),
  O cronograma para o dia de leitura é pré-definido pela equipe pedagógica e repassado aos alunos e professores, ocorrendo semanalmente.
  Os alunos  serão incentivados a trazerem material do seu interesse para leitura neste dia. Ao mesmo tempo, os professores poderão oferecer aos alunos, gêneros de leitura variados: poesia,  piada, contos, literatura infanto-juvenil, histórias em quadrinhos, artigos informativos,  etc e/ou dirigir a aula de leitura a um tema específico.
  Os alunos através do incentivo dos professores da disciplina de Português  participarão de um concurso de produções com o tema: “A Importância do Ato de Ler”,
  Serão também confeccionados pelos alunos, durante as aulas de Artes, ilustrações de frases para divulgar o projeto de leitura pelas dependências da Escola.
   A equipe pedagógica fará o acompanhamento, avaliação e reorganização se necessário, destes trabalhos.

4-SUGESTÕES DE TRABALHOS COMPLEMENTARES:
1-    Ensino Fundamental II 6º ano
  Desenho Livre,
  Reconto das Histórias,
  Folhear livros,
 Contação de histórias,
  Interpretação de histórias a parte de História Muda,
  Murais,
  Artes,
 Ouvir história em CD,
 História em DVD, etc.

2-     Ensino Fundamental II  7º e 8º ano
  Desenho Livre,
   Reconto das Histórias,
  folhear livros,
  Contação de histórias,
  Interpretação de histórias a parte de História Muda,
   Murais,
  Artes,
  Ouvir história em CD,
  História em DVD,
  Visita à Biblioteca,
   Reconto de histórias,
  Interpretação de Texto.
  Acróstico
  Representações artísticas como: Teatro, festival de música, poesia, paródia, cartaz, poemas ou texto publicitário; etc.
  Transformação das histórias  e textos explorados em diversos gêneros textuais como: História em quadrinhos, slogans, cartas, bilhetes, cartas de reclamação, propagandas,

3-    Ensino Fundamental II - 9º Ano
  Seminários de leitura,
  Desenho Livre,
  Reconto das Histórias,
  Contação de histórias,
  Interpretação de Texto.
  Acróstico
  Interpretação de histórias a parte de História Muda,
  Murais,
  Artes,
  Ouvir história em CD,
  História em DVD, etc.
  Visitas periódicas à Biblioteca;
  Leitura compartilhada com os alunos;


  •     Debate em sala sobre as obras lidas; 
  •    Recontar as histórias que mais se interessaram de forma oral e escrita; 
  •   Criar textos individuais e coletivos com descrição das personagens; 
  •   Realizar estudos individuais e coletivos dos dados contidos nas obras; 
  •   Promover recitais com premiação aos alunos participantes; 
  •   Produções textuais que possibilitem aos alunos criarem um final diferente para as histórias, desenvolvendo a criatividade; 
  •   Representações artísticas como: Teatro, festival de música, poesia, paródia, cartaz, poemas ou texto publicitário; 
  •    Contação de histórias.
  •   Fazer ficha de leitura, 
  •   Transformação das histórias  e textos explorados em diversos gêneros textuais como: História em quadrinhos, slogans, cartas, bilhetes, cartas de reclamação, propagandas,


5. HISTÓRIAS:  ( a escolher na Biblioteca da Escola)


6- DATAS COMEMORATIVAS SOBRE LEITURA

ABRIL
07 de abril - Dia do Jornalista
15- Dia Mundial do desenhista
18 de abril - Dia Nacional do Livro Infantil e Dia de Monteiro Lobato
23 de abril - Dia Internacional do Livro e Dia dos Direitos de Autor

JUNHO E JULHO
10 de junho - Dia da Língua Portuguesa
25 de julho - Dia Nacional do Escritor

AGOSTO
22 de Agosto – Dia do Folclore

OUTUBRO
12 de outubro - Dia Nacional da Leitura
20 de outubro – Dia do Poeta
22 de novembro – Dia Internacional do Livro
23 a 29 de outubro – Semana Nacional do Livro e da Biblioteca
27 de outubro- Dia Internacional da Biblioteca Escolar
29 de outubro – Dia Nacional do Livro
29 de outubro - Dia Nacional do Livro

NOVEMBRO
22 de novembro – Dia Internacional do Livro

DEZEMBRO
8 de dezembro – Dia do Cronista
OBS: Trabalhar outras datas comemorativas no decorrer do ano

7. RECURSOS
Recursos humanos: disponibilizaremos para a realização do plano de ação a participação ativa dos alunos, da colaboração da direção e de toda  a equipe pedagógica e professores que executarão o Projeto no decorrer do ano de 2015.
 Recursos materiais: Livros da Biblioteca Escolar, textos diversos, gibis, livros, revistas, jornais, periódicos, cartolina, papel sulfite, pincel atômico, etc..

8-AVALIAÇÃO/RESULTADOS:


           O projeto será desenvolvido por todas as disciplinas, durante o ano letivo. Cabe a cada professor avaliar continuamente a melhoria do desempenho do aluno na leitura, interpretação e produção escrita.
          A avaliação é um processo formativo e contínuo. É imprescindível enxergar com novos olhos o universo mágico e encantador dos livros em sala de aula e, consequentemente, entendendo-se aí toda a prática cotidiana do aluno.
A avaliação dos alunos durante o Projeto acontecerá mediante observação de alguns aspectos: interatividade, participação compartilhada, trabalho em equipe e o desenvolvimento dos alunos em relação aos avanços do uso da linguagem oral e escrita. Em situações de leitura, espera-se que o aluno seja capaz de ler, com ajuda, contos, identificando e interpretando as informações do texto. Reconhecer elementos próprios à organização dos textos, suportes e a correspondência com imagem. Observar o desenvolvimento dos alunos em todas as atividades propostas de acordo com os objetivos.

9. CRONOGRAMA
O Projeto de Leitura acontecerá de Abril  a novembro de 2015, sendo  (a combinar c o grupo), sempre intercalada para que não seja interferido nas disciplinas, bem  como em seus conteúdos. O concurso de Desenho, Frase e Produção de Texto acontecerá no mês de Novembro durante as aulas, e os  melhores trabalhos serão premiados.
“Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." 
Mário Quintana

sábado, 28 de março de 2015

CRÔNICA: MEU IDEAL SERIA ESCREVER - RUBEM BRAGA - COM GABARITO


CRÔNICA: MEU IDEAL SERIA ESCREVER... 
                            Rubem Braga

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que não sai de casa), enlutada (profundamente triste), doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!”
Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada como o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário ((autoridade policial) do distrito (divisão territorial em que se exerce autoridade administrativa, judicial, fiscal ou policial), depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa (habitante da antiga Pérsia, atual Irã), na Nigéria (país da África), a um australiano, em Dublin (capital da Irlanda), a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso até nosso conhecimento; é divina.”
E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...”
E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.


INTERPRETAÇÃO DO TEXTO

01) Por que o autor deseja escrever uma história engraçada?
Para tornar as pessoas mais felizes, principalmente uma moça triste e doente que mora numa casa cinzenta.
02) Por que ele diz que a moça tem uma casa cinzenta, e não verde, azul ou amarela?
Porque a cor cinza lembra tristeza.
03) Ao descrever um raio de sol, o autor lhe atribui características que, de certa forma, se opõem às da moça. Cite algumas dessas características opostas.
Raio de sol: louro, quente, vivo;
Moça: enlutada(sombria), triste, doente
04) Como você interpretaria a oração “que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria”?
Que todos se tornassem mais alegres e humanos.
05) O autor sonha em tornar mais felizes e sensíveis apenas as pessoas de seu país? Justifique.
Não. Ele imagina sua história espalhada pelo mundo e fosse contada de mil maneiras por pessoas de várias nacionalidades.
06) Relacione as colunas conforme as reações das pessoas diante da história:
(a) moça triste ( d ) libertaria os detentos, dizendo-lhes para se comportarem, pois não gostava de
prender ninguém
(b) amigas da moça triste (c ) sentir-se-ia tão feliz que se lembraria do alegre tempo de namoro
(c) casal mal-humorado (b ) ficariam espantadas com a alegria repentina da moça
(d) comissário do distrito (e ) concluiria que teria valido a pena viver tanto, só para ouvir uma história tão
engraçada
(e) sábio chinês (a ) ficaria feliz e contaria a história para a cozinheira e as amigas

07) Por que o autor não contaria aos outros que havia inventado a história engraçada para alegrar a moça triste e doente? Copie a alternativa correta:
(a) porque, na verdade, a moça triste não existia
(b) por que ele mesmo não achava a história engraçada
(c) por modéstia e humildade
(d) porque não acreditariam que ele fosse capaz de inventar aquela história

08) Afinal, que história Rubem Braga inventou para alegrar e comover tantas pessoas?
Na crônica, o autor não contou a história engraçada, ficou apenas no desejo, na aspiraçao.
09) Na sua opinião, o que mais sensibiliza as pessoas: histórias engraçadas ou dramáticas? Justifique.
    Resposta Pessoal.


TEXTO: O PEQUENO PRÍNCIPE (FRAGMENTO) - COM GABARITO

 TEXTO: O PEQUENO PRÍNCIPE (fragmento) 

   E foi então que apareceu a raposa.
– Bom dia, disse a raposa.
– Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
– Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…
– Quem és tu? Perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…
– Sou uma raposa, disse a raposa.
– Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…
– Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
– Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
– Que quer dizer “cativar”?
– Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
– Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
– Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
– Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
– É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços”…
– Criar laços?
        – Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo.
         – Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…
– É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra…
– Oh! Não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada.
– Num outro planeta?
– Sim.
– Há caçadores nesse planeta?
– Não.
– Que bom! E galinhas?
– Também não.
– Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua ideia.
– Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembra coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo.
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe.
– Por favor… cativa-me! disse ela.
– Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
– A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
– Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
– É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto.
No dia seguinte o principezinho voltou.
– Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada e descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.
– Que é ritos? Perguntou o principezinho.
– É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é um dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
– Ah! eu vou chorar.
– A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…
– Quis, disse a raposa.
– Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
– Vou, disse a raposa.
– Então, não sais lucrando nada!
– Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
– Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas.
– Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela uma amiga. Ela é agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
– Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o para-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa.
– Adeus, disse ele.
– Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
– O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
– Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que fez tua rosa tão importante.
– Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
– Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa…
– Eu sou responsável pela minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
(ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY, O Pequeno Príncipe. 22a Edição, 1981,
Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro)

  1. Procure no dicionário o significado da palavra “cativar” e identifique qual dos significados é utilizado neste texto.
De acordo com o Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, cativar pode significar: tornar cativo; capturar; seduzir; atrair; ganhar a simpatia, a estima de; prender; acorrentar (física ou moralmente); tornar-se cativo; perder a liberdade (física ou moral); render-se; ficar sujeito. O texto utiliza o significado de ganhar a simpatia, a estima de.

  2. O principezinho convidou a raposa para brincar com ele, mas ela não aceitou. Por quê?
Segundo a raposa, ela ainda não tinha sido cativada pelo príncipe.

  3.De acordo com o texto, explique a diferença entre: 
    a) ser cativada – criar laços afetivos, se tornar alguém especial para outra pessoa, ser amada e amar alguém
    b) não ser cativada – ser indiferente para outra pessoa, não ter laços afetivos

  4.Complete a frase de acordo com o texto: Segundo a raposa, os homens não cativam (não amam) e não são cativados (não são amados) porque….. não tem mais tempo ou não se dedicam a cativar (ou amar) outras pessoas.…..

   5.Assinale a única resposta correta:
Pelo texto podemos concluir que cativar ou amar uma pessoa é:
   a) (   ) algo que se compra nas lojas
   b) ( x  ) decisão própria de cada pessoa

   6. Explique com suas palavras a frase: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
     Resposta Pessoal.




quinta-feira, 26 de março de 2015

50 TEMAS DE PRODUÇÃO TEXTUAL

PRODUÇÕES TEXTUAIS 


 01 - REDAÇÃO: Tema – Tragédia em espaço sagrado "Sala de Aula".
Faça um texto dissertativo em prosa de no mínimo vinte e cinco linhas, expondo ideias e argumentos sobre o tema. Dê um título ao seu texto.


02 -Como reduzir o número de jovens vítimas de violência?
Vários jovens morrem no País vítimas da violência doméstica e das ruas. O que o poder público e a sociedade devem fazer para reduzir esta triste estatística?(Mínimo 20 linhas)

03 - PRODUÇÃO TEXTUAL
TEMA: INTERNET  É TERRA SEM LEI?
Faça um texto dissertativo em prosa de no mínimo vinte e cinco linhas, expondo ideias e argumentos sobre o tema. Dê um título ao seu texto.


04 - Proposta de Redação: Narração

“Suponha que você tenha encontrado um dos escritores de que mais gosta. Conte como foi o encontro, imaginando os pormenores da situação e os diálogos”. Vamos seguir uma “fórmula” padrão, compondo 5 parágrafos.
Dê um título. (Mínimo 25 linhas)


05 - Proposta de Redação: Narração

 Imagine que, dirigindo um veículo a motor, você depara com o seguinte cartaz: “Perigo à frente. Volte”.
Mas você precisa seguir adiante. O que o espera? Como agir? Procure ser o mais coerente possível em sua redação. Vamos seguir uma “fórmula” padrão, compondo 5 parágrafos. Dê um título. (Mínimo 25 linhas)


06 - Proposta de Redação:ANÚNCIO PUBLICITÁRIO

Seu desafio será criar um anúncio publicitário e persuadir o público-alvo a comprar o produto. Por isso seja criativo! Texto verbal e não-verbal.


07 - PRODUÇÃO TEXTUAL: NARRAÇÃO

TEMA: Você tem medo de quê?
         Escreva uma narração cujo protagonista, levado pelo medo, envolve-se em uma situação cômica ou desagradável. Narre em primeira pessoa. (Mínimo 25 linhas). Dê um título


08 - PRODUÇÃO TEXTUAL:

Produza um texto dissertativo, colocando-se criticamente perante  o seguinte tema:
OS CORPOS DESCARNADOS DAS PASSARELAS   (Mínimo 30 linhas)



09 - PRODUÇÃO  TEXTUAL: TEMA- A DOENÇA DO SÉCULO

Objetivo é discutir a respeito das doenças modernas.
—  Engana-se quem pensa que as doenças são causadas apenas por vírus e bactérias.
—  Há outras que se instalam de forma sutil e, quando percebemos, pode ser tarde demais.
-Qual seria a verdadeira doença do século? Existe realmente a doença a que se refere o autor ou se trata de uma figura de linguagem?
—  Há apenas uma doença ou um conjunto de doenças? Quais os sintomas? Quais as causas?
 Elabore um texto dissertativo  evitando  a repetição de um mesmo tipo de argumento.
—  Use a norma culta da língua portuguesa;
—  Escreva, no mínimo, 20 linhas e no máximo, 30;
—  Use caneta azul escuro ou preta e faça letra legível.


10 - PRODUÇÃO TEXTUAL

Proposta de Redação


“O jovem, que até então não apresentava nenhum problema na escola, começa a ter uma avaliação catastrófica dos professores. Perde a capacidade de entender o que lê fora do ambiente da rede. Sem entender, não tem condições de julgar, e sem posição crítica fica incapacitado de reflexões profundas sobre a realidade que o cerca. Os pais imaginam que o filho está mentalmente perturbado ou tomando drogas, mas ele apenas renunciou a seu potencial expressivo para adotar a linguagem estereotipada da internet.” (Revista Época)



“Os jovens estão escrevendo de forma totalmente diferente nos e-mails e nas mensagens rápidas. Está surgindo um novo idioma, completamente diferente. Um canal de tevê a cabo tem legendas nesse idioma e é difícil prestar atenção, seguir aquele negócio do jeito que o pessoal fala. O que potencialmente seria uma revitalização da palavra escrita virou um negócio muito precário. Não é bom.” (Revista ISTOÉ)

Acima estão os fragmentos dos textos que compõem esta prova. Eles servem de base para a argumentação que deve ser feita a respeito do seguinte tema:
A linguagem da internet pode ser uma ameaça para o desenvolvimento linguístico dos seus usuários? (Mínimo 30 linhas) – Não esqueça do Título.      

 11-   PRODUÇÃO TEXTUAL:
Produza um texto dissertativo, colocando-se criticamente sobre a existência de uma CENTRAL  GERAL DA MARACUTAIA NO BRASIL  (CGM). Dê um título. (Mínimo 30 linhas)


12 - PRODUÇÃO TEXTUAL: O "Internetês"!!!!!

Vocês acreditam que a linguagem utilizada na Internet acabará com a Língua Portuguesa? Quais as consequências geradas pelo uso excessivo desse tipo de linguagem?
Elabore um texto dissertativo sobre o assunto. (Mínimo 20 linhas)


13- PRODUÇÃO TEXTUAL: DISSERTATIVA

TEMA: O TRABALHO INFANTIL  NO BRASIL
De acordo com uma pesquisa do PNAD(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizada pelo IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), das crianças e adolescentes que trabalham executando tarefas domésticas, 93% eram do sexo feminino, 61% eram afrodescendentes e 45% tinham menos de 16 anos(idade mínima permitida por lei para um adolescente prestar serviço).
Com base nestes dados, produza um texto dissertativo sobre o assunto.(Mínimo 20 linhas)


14 - PRODUÇÃO TEXTUAL:DISSERTATIVA

TEMA: RIO +20
Faça um texto dissertativo  de no mínimo vinte e cinco linhas, expondo ideias e argumentos sobre o tema. Dê um título ao seu texto.


15- PRODUÇÃO TEXTUAL:

Descreva um sentimento ou comportamento que você sempre tem e conte uma história de sua vida que possa justificá-lo.
Use o recurso do flashback para criar o seu texto.
                                                                                         (Mínimo 30 linhas)


16 - PRODUÇÃO TEXTUAL:

Desenvolva seu texto livremente, isto é, de forma predominantemente narrativa, descritiva ou dissertativa, a partir da frase: ”O brasileiro é, antes de tudo, um forte.”
                                                                                         (Mínimo 30 linhas)
17 - PRODUÇÃO TEXTUAL: (Mínimo 25 linhas)
Produza um texto dissertativo, narrativo ou descritivo sobre o seguinte tema:
 . O QUE OS JOVENS PODEM FAZER PARA APRENDER A ADMINISTRAR O PRÓPRIO DINHEIRO?


18 - PRODUÇÃO TEXTUAL:

Crie um anúncio para um fabricante de calculadoras, utilizando-se de um jogo denotativo/conotativo, na linguagem verbal e não-verbal.
                                                    (Mínimo 20 linhas)
19 - Proposta de Redação:
Seu desafio será compor um texto, uma dissertação sobre o uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula. Vamos seguir uma “fórmula” padrão, compondo 5 parágrafos. Dê um título. (Mínimo 25 linhas)


20 -  Tema da Redação

A incerteza é um outro nome para oportunidade. A graça da vida está em não saber como as coisas serão. Quando você escolhe um caminho em meio à incerteza, toma as rédeas da sua vida.
TRUNK,  Penelope. 150 lições de carreira. Você S/A, São Paulo, ed150, p.82,dez.2010.
Com base no fragmento em evidência, construa um texto argumentativo sobre o recorte temático:
Como se criar oportunidade em um mundo de incertezas e assumir as rédeas do seu próprio destino?


21 - PRODUÇÃO  TEXTUAL: ARTIGO DE OPINIÃO



CADA INDIVÍDUO É RESPONSÁVEL POR SUA CONDUTA (Mínimo vinte linhas)



22 - PRODUÇÃO  TEXTUAL: Dissertação

        Os ditados populares, ou provérbios, cristalizam conceitos que parecem verdadeiros e universais, mas podem não resistir a uma argumentação bem fundamentada nem ao confronto com as situações vividas em contextos históricos diferentes daqueles em que foram produzidos.
           Tendo em vista isso, atente para o provérbio.


           QUEM SEMEIA VENTOS COLHE TEMPESTADES

           A partir desse provérbio, redija seu texto, expondo argumentos para confirmar e/ou para rebater as ideias nele presentes.
          Dê um título.(Mínimo vinte e cinco linhas)



     23-    PRODUÇÃO  TEXTUAL: ARTIGO DE OPINIÃO



      Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar “Digam o que disserem, o mal do século é a solidão”.

       Com base nesta frase produza um artigo de opinião como o seguinte título:Estamos com fome de Amor!!!
.(Mínimo vinte e cinco linhas)


24 - PROPOSTA DE REDAÇÃO

Com base na sua experiência pessoal e outras leituras sobre o assunto, escreva um texto dissertativo que deverá ter como tema
O papel da internet na comunicação entre as pessoas
(Mínimo 30 linhas)


25 - PRODUÇÃO TEXTUAL

“Em harmonia com a generalizada decadência do nosso sistema educacional, estão em curso muitas práticas que, se não reagirmos, acabarão por nos reduzir a falantes de um dialeto incompatível com as necessidades civilizadas de comunicação.” (João Ubaldo Ribeiro)
Faça um texto dissertativo em prosa de, no mínimo vinte e cinco linhas, comentando essa afirmação. Dê um título ao seu texto.


26 - PRODUÇÃO  TEXTUAL: Narração

Produza um texto narrativo falando de um elemento da natureza, como: o fogo, a terra, o ar, a noite, o céu, o mar..... Dê um título ao seu texto. (Mínimo 20 linhas)



27 - PRODUÇÃO TEXTUAL: DISSERTAÇÃO

TEMA: Você considera ou não precoce o namoro entre jovens de 10 e 11 anos de idade?
Dê um título ao seu texto. Mínimo 20 linhas.


28 - PRODUÇÃO TEXTUAL  - TEMA:  UM DIA SEM COMPUTADOR

Faça um texto dissertativo em prosa de, no mínimo vinte linhas, expondo sobre o tema. Dê um título ao seu texto.


29 - PRODUÇÃO TEXTUAL

          Os vilões são incansáveis perseguidores dos personagens de grandes virtudes.
          Elabore um texto com um vilão. Dê um título. (Mínimo 20 linhas)


30 - PRODUÇÃO  TEXTUAL

Produza um texto narrativo ou dissertativo sobre:.MENINAS SOB O OLHAR DOS MENINOS OU MENINOS SOB O OLHAR DAS MENINAS. Dê um título ao seu texto. (Mínimo vinte e cinco linhas, não esqueça de colocar um título)


31- PRODUÇÃO  TEXTUAL

Produza um texto narrativo ou dissertativo falando sobre: O  SOFRIMENTO DO CORAÇÃO.
Dê um título ao seu texto. (Mínimo vinte e cinco  linhas)


32 - PRODUZINDO TEXTO



          Escolha a forma que melhor lhe convier para registrar um fato importante de sua vida, ou que você tenha presenciado, e que tenha ocorrido nos últimos dias. Pode ser desenho, página de diário, poema, narrativa, notícia. Mas não se esqueça de deixar clara sua posição diante do fato, seja ela de indignação, admiração, alegria, tristeza, seja qualquer outro sentimento que envolva a situação. Mínimo vinte e cinco linhas ou ilustração.



 33-   PRODUÇÃO  TEXTUAL: Dissertativa

TEMA: O MEIO AMBIENTE RECLAMA
           Comemorado em 5 de junho, o Dia Internacional do Meio Ambiente é uma boa data para nos perguntarmos: nosso padrão e nível de consumo são sustentáveis?


No Brasil, ao lado de uma parcela significativa de consumidores com um padrão de consumo dispendioso, comparável aos dos países ricos, temos uma maioria que, para sobreviver, consome pouco, mas que também persegue hábitos de consumo insustentáveis. Dessa forma, as políticas de consumo sustentável no Brasil devem estar relacionadas, em primeiro lugar, com a eliminação da pobreza, ou seja, elevar o piso mínimo de consumo daqueles que vivem abaixo de um padrão de consumo que garanta uma vida digna. Ao mesmo tempo, devemos mudar os padrões e níveis de consumo, evitando a concentração de renda, e promover um novo estilo de vida mais sustentável. Produza um texto dissertativo de no mínimo vinte linhas e não esqueça de colocar título.



TEMAS DE  REDAÇÃO




34-Escolha um problema social de nosso país e redija um texto sobre ele. Você vai usar a terceira pessoa e vai dar preferência a estruturas frasais, como: “É evidente que...”, É inegável que...”, É indiscutível que...”. Por meio de uma impessoalidade, suas opiniões serão  expostas.



35-A impunidade incentiva à corrupção.



36-O desafio de se conviver com a diferença.



37-O compromisso do homem com o presente, o passado e o futuro.



38-O jovem e a política.

     A maior parte da classe política brasileira não tem prestígio e confiança por parte da população. Disserte sobre o assunto.



39-O que significa dizer que o jovem deve ser sujeito da sua história?



40-O controle da natalidade é de fundamental importância nos países desenvolvidos.



41-Tornar obrigatório o ensino médio ajuda?



42-Máquina de desempregados.

O progresso tecnológico responsável pela automação contribuiu para o aumento do desemprego. As máquinas substituem o ser humano deixando como opção apenas subempregos. Disserte sobre o tema.



43-Os jovens e suas tribos no século XXI.

Os jovens de hoje vivem, às vezes  em tribos urbanas espalhadas pelo mundo, como os skinheads. No Brasil, veem-se grupos de skatistas, pichadores, punks, metaleiros e ainda outros. Disserte sobre o assunto.



44-Meio Ambiente... e eu com isso?



45-Beleza é fundamental?



46-É possível ser feliz sem um diploma?



47-Meninos: usar ou não usar brinco?



48-Com base nas perguntas abaixo elabore um texto.

Você já conseguiu perceber se no seu bairro existem problemas relacionados à infraestrutura (água encanada, rede de esgotos e luz elétrica)?
Você considera importante reciclar o lixo? No lugar em que você mora há algum trabalho nesse sentido?
Qual a importância de campanhas de conscientização?
Você gostaria de atuar em algum trabalho voluntário? Qual e por quê?



49 -Quando os filhos devem se abrir com os pais?



50 -Deve-se contar tudo ao melhor amigo ou à melhor amiga?










CRÔNICA: OS NETOS DE LENNON - WALCYR CARRASCO - COM GABARITO

CRÔNICA: OS NETOS DE LENNON
                      Walcyr Carrasco

Vamos ler agora um texto em que o narrador-personagem relata experiências vividas com criança cujo comportamento não é nada civilizado.

            Nada como uma boas férias para sofrer uma crise histérica com as crianças. Não com todas, é claro. Refiro-me a um tipo especial de anjinho, cada vez mais frequente na cidade. Seus pais, tios e avós amavam os Beatles e os Rolling Stones. Frutos de uma omelete de teorias libertárias, as gracinhas podem tudo – e atormentam a todos. Há três semanas, um casal foi almoçar lá em casa, com a filha. Servi macarrão com molho al pesto.

           A sinhazinha, do alto de seus 7 anos, experimentou, torceu o nariz e declarou aos gritos:
          - Está horrível, horrível!
          Disfarcei, achando que a mãe devia estar morta de vergonha. Coisa nenhuma. Estava feliz, até orgulhosa:
          - Minha filha é muito autêntica.
          A autêntica começou a bater a colher no prato, espalhando o molho verde pela toalha de renda. Arreganhei os lábios, tenso. O pai sorriu:
          - Acho que você não foi muito feliz no cardápio. Ela prefere sundae. Tem mania de misturar sorvete com bacon.
         Prometi intimamente servir dobradinha com açúcar queimado se alguma vez os encontrasse de novo pela frente. Quando eu era pequeno, minha mãe me obrigava a comer um pouco e fingir que gostava. Agora devo continuar gentil enquanto a jovem gourmande atira um fiapo de espaguete nos meus óculos.
        Recentemente, em uma livraria, vi um menino agarrar o rolo de papel da máquina de calcular da caixa. Enquanto a pobre moça tentava salvar suas contas, a mãe assistia à cena placidamente. Conheço outro garoto que, mal chegado à casa alheia, atira-se com os sapatos sujos sobre o sofá, pula nas almofadas e agarra os cinzeiros de vidro sem ouvir um ah! da mãe, que mantém a expressão extasiada porque ele “é muito esperto”. Estive próximo de um ataque cardíaco certa vez em que decidi levá-lo a passear no shopping. Correr atrás dele pelas lojas equivaleu a um treino para disputar as Olimpíadas. Ele simplesmente parecia incapaz de perceber o sentido da palavra não. Para os espíritos aventureiros, o ideal é ir no fim de semana a algum shopping da moda e conviver com a nova geração de superliberados. São centenas de crianças agitadas como abelhas e propensa a trombar nas pernas alheias, como   se os adultos fossem um trambolho incômodo. Pior: o espírito anti-repressor da educação parece resultar em pequenas personalidades autoritárias.
         - Pai, eu quero pizza já!
         - Mas...
         - Já, pai, agora mesmo!
         Muitas têm manias que me surpreendem. Levei um susto no restaurante japonês. A menina, de uns 8 anos, chegou com os pais. Pediu, sofisticada:
         - Sushi. Mas só de atum, com pouca mostarda. Cuidado, da outra vez você exagerou. Rápido, estou com fome.
        O sushiman ficou olhando chocado, com a faca erguida. Fechei os olhos. Quando abri, ela comia agilmente, com os palitinhos nipônicos. Já vi cenas semelhantes em lojas. Um garoto:
        - Este tênis nunca, nunca!
        O pai tímido:
         - Mas é igual ao outro e mais barato, filho.
         - Eu só uso da minha marca!
         Muitas crianças conhecem grifes, perfumes, a maioria tem um pé na computação, nenhuma resiste a um vídeo game. Fazem os pais comprarem o que querem e, por isso, os lojistas as recepcionam com sorrisos e suspiros. Perdi uma grande amiga por causa do rebento. Resisti a tudo: mordidas nas almofadas, livros rasgados. Até o dia em que esqueci a porta aberta e ele se pendurou no murinho da varanda do 6º andar, onde vivo. Gritei, assustado:
         - Saí daí, você vai cair.
         O anjinho sorriu, uma das pernas balançando no espaço. Olhei para o lado: a mãe folheava uma revista calmamente. Eu me senti o próprio Indiana Jones. Dei três saltos, mergulhei de cabeça e o atirei ao chão. A mãe veio, furiosa:
         - Você não tinha o direito. Deixou o menino fora de si. Impediu que ele tivesse a experiência integralmente. Como é que a cabecinha dele vai reagir?
        - Cair do 6º andar é uma experiência integral?
        Muitas vezes, minha vontade é dar um belo beliscão à antiga em alguns desses netos de Lennon. Mas me contenho. A culpa afinal não é deles, mas de uma geração de pais com horror à palavra não. E um bom não, sinceramente, não faz mal a ninguém.
 CARRASCO, Walcyr. Os netos de Lennon

VAMOS ENTENDER O TEXTO
1)Releia o primeiro parágrafo e responda: Qual o problema apresentado pelo narrador?
 A falta de educação de algumas crianças.   

2)Em qual trecho se encontra a maior crítica ao comportamento dessas crianças?
 Disfarcei, achando que a mãe devia estar morta de vergonha, Coisa nenhuma, estava feliz até orgulhosa.

3)Transcreva do primeiro parágrafo uma frase que contenha ironia.
Refiro-me a um tipo especial de anjinhos.

4)O termo sinhazinha era a designação que os escravos davam à filha da patroa (que era a sinhá). Por que o autor diz “a sinhazinha” para se referir à menina de 7 anos?
 Porque ela si acha ser.

4) Cite alguns episódios onde segundo o autor as crianças têm comportamento inadequado.
 - Pai, eu quero pizza, já.
 - Este tênis nunca, nunca.
 - Eu só uso da minha marca.






É impossível ensinar sem essa coragem de querer bem, sem a valentia dos que insistem mil   vezes antes de uma desistência. É impossível ensinar sem a capacidade forjada, inventada, bem cuidada de amar. (Paulo Freire)