quarta-feira, 17 de abril de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): FEITO PRA ACABAR - MARCELO JENECI - COM GABARITO

 Música(ATIVIDADES): Feito Pra Acabar

             Marcelo Jeneci

Quem me diz
Da estrada que não cabe onde termina
Da luz que cega quando te ilumina
Da pergunta que emudece o coração

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_HohUySE_Ow39nOoeDat-cqbpx1JtMIwpYkIgW6r-H3YZ02db53bMNvl5ykuZyuxx8ahJIJf6-s4516xW4_UPl2tUpf1s1cIjS4SU-uTaAf4rE5ATYXXowcsBtsKHH_Uui2tNQdGvK1SyDrD2V8Y65ihcPHjOVI6a4fcQ7nEKjHbRBQNs7AMcmyGP3wI/s1600/Capa_de_Feito_pra_Acabar.jpg


Quantas são
As dores e alegrias de uma vida
Jogadas na explosão de tanta vida
Vezes tudo que não cabe no querer

Vai saber
Se olhando bem no rosto do impossível
O véu, o vento o alvo invisível
Se desvenda o que nos une ainda assim

A gente é feito pra acabar
A gente é feito pra dizer que sim
A gente é feito pra caber no mar
E isso nunca vai ter fim.

Composição: Marcelo Jeneci / José Miguel Wisnik / Paulo Neves. Int.: Marcelo Jeneci. In: JENECI, Marcelo. Feito pra acabar. Rio de Janeiro: Som Livre, 2010. Faiaxa 13.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 87.

Entendendo a música:

01 – Analisando a letra dessa canção, constatamos que ela apresenta uma estrutura paralelística. Extraia do texto exemplos de paralelismo, tanto em relação à forma quanto em relação ao conteúdo.

      As três primeiras estrofes são estruturadas de maneira semelhante, iniciando por versos curtos (forma), que sugerem um questionamento sobre a experiência humana (conteúdo). No último quarteto, repete-se a estrutura “A gente é feito pra” (forma), e ele é construído a partir de constatações sobre a condição humana (conteúdo).

02 – No primeiro quarteto, o eu lírico propõe reflexões sobre a vida. discuta com seus colegas e traduza algumas dessas reflexões. Atente para as metáforas presentes nos versos: estrada, luz, pergunta e coração.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestões: “estrada” como metáfora do percurso de uma vida, o qual, muitas vezes, é tão intenso que parece não caber numa só existência; “luz” como metáfora da intensidade, do desejo que, quando surge, pode cegar.

03 – O segundo quarteto é estruturado a partir de duas figuras de linguagem, a hipérbole (exagero na expressão) e a antítese (associação de ideias contrárias).

a)   Explique como elas foram construídas na estrofe.

A hipérbole é construída a partir da ideia de que as dores e alegrias que marcam a existência humana, quando multiplicadas pelas muitas vidas que existem, são infinitas. A antítese se constrói a partir da oposição entre “dores” e “alegrias”.

b)   Qual o efeito expressivo dessas figuras de linguagem no texto em estudo?

Utilizando uma hipérbole, o eu lírico mostra que são infinitas as dores e alegrias que caracterizam a existência de todo e qualquer ser humano. A antítese serve para sugerir que não existe vida humana em que predomine exclusivamente a dor ou a alegria. a experiência humana é ampla e nela cabem dores e delícias, vida e morte, amor e ódio, etc.

04 – O que o eu lírico “desvenda”? Se necessário, releia a terceira e a quarta estrofes.

      O eu lírico “desvenda” que a vida é finita e que se morre, mas afirma que é necessário viver com intensidade e não se furtar às experiências, além de defender que é preciso reservar espaço para o risco, para a poesia e para o desconhecido.

CARTA: QUINTA - FRAGMENTO - SÓROR MARIANA ALCOFORADO - COM GABARITO

 Carta: QUINTA – Fragmento

           Sóror Mariana Alcoforado

        Escrevo-lhe pela última vez e espero fazer-lhe sentir, na diferença de termos e modos desta carta, que finalmente acabou por me convencer de que já me não ama e que devo, portanto, deixar de o amar.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdrfCvhUF3D0hXUAIzRM1YVre8bYuIulaWIJSyes8Xiw8rmHXFjRwLurDIoOaTmRWFnf406FBzkJLnH2fT0Wt1yANAlIPk15teWoy790vkJN7BdNrA_mBPjCxeSV5ARaaqMrtiKWKm0-iY-Re54Cx_4zrPd5PqhtD3SFl2nbFJvMJk3B7KCHi_gV96KYs/s320/CARTA.jpg


        Mandar-lhe-ei, pelo primeiro meio, o que me resta ainda de si. Não receie que lhe volte a escrever, pois nem sequer porei o seu nome na encomenda. [...]

        Não conheci o desvario do meu amor senão quando me esforcei de todas as maneiras para me curar dele, e receio que nem ousasse tentá-lo se pudesse prever tanta dificuldade e tanta violência. Creio que me teria sido menos doloroso continuar a amá-lo, apesar da sua ingratidão, do que deixá-lo para sempre. Descobri que lhe queria menos do que à minha paixão, e sofri penosamente em combatê-la, depois que o seu indigno procedimento me tornou odioso todo o seu ser.

        O orgulho tão próprio das mulheres não me ajudou a tomar qualquer decisão contra si. Ai, suportei o seu desprezo, e teria suportado o ódio e o ciúme que me provocasse a sua inclinação por outra! Ao menos, teria qualquer paixão a combater. Mas a sua indiferença é intolerável.

        Os impertinentes protestos de amizade e a ridícula correção da sua última carta provaram-me ter recebido todas as que lhe escrevi e que, apesar de as ter lido, não perturbaram o seu coração.

        Ingrato! E a minha loucura é tanta ainda, que desespero por já não poder iludir-me com a ideia de não chegarem aí, ou de não lhe terem sido entregues.

        Detesto a sua franqueza. Pedi-lhe eu para me dizer pura e simplesmente a verdade? Porque me não deixou com a minha paixão? Bastava não me ter escrito: eu não procurava ser esclarecida. Não me chegava a desgraça de não ter conseguido de si o cuidado de me iludir? Era preciso não lhe poder perdoar? Saiba que acabei por ver quanto é indigno dos meus sentimentos; conheço agora todas as suas detestáveis qualidades. Mas, se tudo quanto fiz por si pode merecer-lhe qualquer pequena atenção para algum favor que lhe peça, suplico-lhe que não me escreva mais e me ajude a esquecê-lo completamente. Se me mostrasse, ao de leve que fosse, ter sentido algum desgosto ao ler esta carta, talvez eu acreditasse; talvez a sua confissão e o seu arrependimento me enchessem de cólera e de despeito; e tudo isso poderia de novo incendiar-me.

        Não se meta pois no meu caminho; destruiria, sem dúvida, todos os meus projetos, fosse qual fosse a maneira porque se intrometesse. Não me interessa saber o resultado desta carta; não perturbe o estado para que me estou preparando.

        Parece-me que pode estar satisfeito com o mal que me causa, qualquer que fosse a sua intenção de me desgraçar. Não me tire desta incerteza; com o tempo espero fazer dela qualquer coisa parecida com a tranquilidade. Prometo-lhe não o ficar a odiar: por de mais desconfio de sentimentos de sentimentos exaltados para me permitir intentá-lo. Estou convencida de que talvez encontrasse aqui um amante melhor e mais fiel; mas ai!, quem me poderá ter amor? Conseguirá a paixão de outro homem absorver-me? Que poder teve a minha sobre si? Não sei eu por experiência que um coração enternecido nunca mais esquece quem lhe revelou prazeres que não conhecia, e de que era suscetível?, que todos os seus impulsos estão ligados ao ídolo que criou? que os seus primeiros pensamentos e primeiras feridas não podem curar-se nem apagar-se?, que todas as paixões que se oferecem como auxílio, e se esforçam por o encher e apaziguar, lhe prometem em vão um sentimento que não voltará a encontrar? , que todas as distrações que procura, sem nenhuma vontade de as encontrar, apenas servem para o convencer que nada ama tanto como a lembrança do seu sofrimento? Porque me deu a conhecer a imperfeição e o desencanto de uma afeição que não deve durar eternamente, e a amargura que acompanha um amor violento, quando não é correspondido? E porque razão, uma cega inclinação e um cruel destino, persistem quase sempre em prender-nos àqueles que só a outros são sensíveis? [...].

        Ao devolver-lhe as suas cartas, guardarei, cuidadosamente, as duas últimas que me escreveu; hei de lê-las ainda mais do que li as primeiras, para não voltar a cair nas minhas fraquezas. Ah, quanto me custam e como teria sido feliz se tivesse consentido que o amasse sempre! Reconheço que me preocupo ainda muito com as minhas queixas e a sua infidelidade, mas lembre-se que a mim própria prometi um estado mais tranquilo, que espero atingir, eu então tomarei uma resolução extrema, que virá a conhecer sem grande desgosto. De si nada mais quero.

        Sou uma doida, passo o tempo a dizer a mesma coisa. É preciso deixá-lo e não pensar mais em si. Creio mesmo que não voltarei a escrever-lhe.

        Que obrigação tenho eu de lhe dar conta de todos os meus sentimentos?

        FIM

ALCOFORADO, Sóror Mariana. Quinta carta. In: MAGALHÃES, Isabel Allegro de. História e antologia da literatura portuguesa – Século XVII. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2005. p. 80-81.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 93-95.

Entendendo a carta:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Desvario: loucura.

·        Impertinentes: inadequados.

·        Correcção: cuidado.

·        Cólera: ira.

·        Intentá-lo: tenta-lo.

·        Suscetível: capaz de receber.

02 – Qual o objetivo da quinta carta de Alcoforado?

      Registrar sua indignação com o amante e pedir a ele que não escreva mais para ela.

03 – Que tipo de sentimento você identificou nela?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Raiva, mágoa, indignação, desprezo, etc.

04 – A carta de Alcoforado nos permite inferir, de acordo com o ponto de vista da remetente, algumas características morais de seu amante. Quais seriam elas?

      Pode-se inferir, pela leitura da carta, que o amante de Alcoforado é um homem ingrato, indigno, indiferente e franco.

05 – Qual é o tema central da carta "Quinta" de Sóror Mariana Alcoforado?

      O tema central é o desgosto e a desilusão amorosa da autora em relação a alguém que não corresponde ao seu amor, expressando sua dor e tentativas de superação.

06 – Como a autora descreve a sua reação diante da indiferença da pessoa amada?

      A autora descreve a indiferença como intolerável e mais dolorosa do que qualquer desprezo, ódio ou ciúme que poderia ter enfrentado.

07 – Quais são os sentimentos predominantes expressos pela autora em relação ao seu amor não correspondido?

      A autora expressa sentimentos de desgosto, desilusão, tristeza e incredulidade diante da indiferença e da falta de reciprocidade do seu amor.

08 – Como a autora percebe a franqueza da pessoa amada?

      A autora detesta a franqueza da pessoa amada, questionando por que a verdade foi revelada se não havia intenção de buscar esclarecimentos, preferindo viver na ilusão da paixão.

09 – Qual é o pedido final da autora para a pessoa amada ao final da carta?

      A autora suplica que a pessoa amada não lhe escreva mais e a ajude a esquecê-lo completamente, prometendo não odiá-lo e buscando alcançar um estado de tranquilidade emocional.

10 – Como a autora espera lidar com suas emoções futuras em relação ao amor não correspondido?

      A autora espera alcançar um estado mais tranquilo e promete tomar uma "resolução extrema" quando atingir esse estado, sugerindo um distanciamento definitivo.

11 – Qual é a atitude que a autora decide tomar em relação ao seu amor não correspondido no desfecho da carta?

      A autora decide que é necessário deixar de amar essa pessoa e não pensar mais nela, expressando resignação e aceitação da situação.

POEMA: MORALIZA O POETA NOS OCIDENTES DO SOL A INCONSTÂNCIA DOS BENS DO MUNDO - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Poema: Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol a Inconstância dos Bens do Mundo

             Gregório de Matos

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMRJoeTMcLFpz4kWEOEKet1qBzeZR0qrdj6IJJdzpPej_18JQEI8T5zquwROlHfhbyrHYMkicFfSIYBVXUmSmojghh6U-wi-BSnKUW4Lo0iAPYUWu0kKfuWNpKWxq73z7z2wI83jFhk6_jUFnsnhnTAJ73pYMqGpC9c8wJ6tyAF1X5WWpfAf6CqgzWMe8/s320/sol.jpg



Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

MATOS, Gregório de. In: WISNIK, José Miguel (Sel. E Org.). Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 336.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 88-89.

Entendendo o poema:

01 – O poema é construído com base em antíteses, empregadas para mostrar a transformação de tudo em seu contrário. O que é tematizado nesse poema?

      A inconstância dos “bens da natureza”.

02 – O eu lírico propõe ao leitor uma provocativa questão filosófica: como ser feliz em um mundo em que todas as coisas se acabam, têm fim? O que você responderia a ele?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Explique o paradoxo que fecha o poema “A firmeza somente na inconstância”.

      A única certeza possível é de que tudo é inconstante.

04 – Qual é a reflexão central do poema "Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol a Inconstância dos Bens do Mundo" de Gregório de Matos?

      O poema reflete sobre a transitoriedade e instabilidade dos bens e prazeres mundanos, questionando por que a beleza, a luz e a alegria são efêmeras e inconsistentes.

05 – Como o poeta caracteriza a natureza passageira dos elementos como o Sol, a Luz, a formosura e a alegria?

      O poeta descreve esses elementos como efêmeros e sujeitos à constante mudança, sugerindo que sua beleza e alegria são seguidas inevitavelmente por sombras e tristezas.

06 – Qual é a ironia expressa pelo poeta ao abordar a natureza fugaz da beleza e da alegria?

      O poeta ironiza a brevidade da beleza e da alegria ao questionar por que essas qualidades existem se são tão transitórias, destacando a contradição entre sua atratividade e sua falta de permanência.

07 – Como o poema relaciona a inconstância dos bens do mundo com a experiência humana?

      O poema conecta a inconstância dos elementos naturais com a condição humana, sugerindo que a vida é marcada pela transitoriedade e pela falta de estabilidade nos prazeres e conquistas terrenas.

08 – Qual é a mensagem moral implícita na reflexão do poeta sobre a instabilidade dos bens materiais e emocionais?

      A mensagem moral é que os seres humanos devem aceitar a impermanência dos prazeres mundanos e buscar uma compreensão mais profunda da existência para encontrar uma verdadeira estabilidade além das mudanças passageiras do mundo.

 

POEMA: ACHANDO-SE UM BRAÇO PERDIDO DO MENINO DEUS - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Poema: Achando-se um braço perdido do Menino Deus

             Gregório de Matos

          ACHANDO-SE UM BRAÇO PERDIDO DO MENINO DEUS DE N. S. DAS MARAVILHAS, QUE DESACATARAM INFIÉIS NA SÉ DA BAHIA

 

O todo sem a parte não é todo,

A parte sem o todo não é parte,

Mas se a parte o faz todo, sendo parte,

Não se diga, que é parte, sendo todo.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ0-2i7Z8G7hWriJd_zfkOO44S25o3u87bpFhP5tpL9ovrpoKaajKAKTTaN6mu45M99avFWEKjE1OxBQSmr-N3WD-uPzTYej9u484Yr64l4KyLo3qIThi4CyzEOGJZkcKJw-GtjL7QwfiPfbPCDn_ZKGXQqFSfoqSSQlN1XkN5g_Y-hGL1NwDTZ2oW8bY/s320/menino-jesus.jpg

Em todo o Sacramento está Deus todo,

E todo assiste inteiro em qualquer parte,

E feito em partes todo em toda a parte,

Em qualquer parte sempre fica o todo.

 

O braço de Jesus não seja parte,

Pois que feito Jesus em partes todo,

Assiste cada parte em sua parte.

 

Não se sabendo parte deste todo,

Um braço, que lhe acharam, sendo parte,

Nos disse as partes todas deste todo.

MATOS, Gregório de. In: WISNIK, José Miguel (Sel. E Org.). Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 326.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 97-98.

Entendendo o poema:

 01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Sacramento: ritual cristão feito com o intuito de confirmar a fé dos homens em Deus.

·        Assiste: cuida.

02 – Por que Gregório de Matos dedica seu poema ao braço da estátua e não à figura inteira do Menino Jesus?

      Porque o braço da estátua não representa uma parte dela, mas um todo. Dessa forma, o braço representa o Menino Jesus, e não uma parte dele.

03 – A qual figura de linguagem você associaria o poema? Como você chegou a essa conclusão?

      Podemos associar o poema à metonímia porque o poeta utiliza uma parte para representar um todo.

04 – No quarteto inicial do poema, faz-se um complexo jogo com as palavras parte e todo.

a)   Coloque o primeiro verso em ordem direta e explique-o sucintamente.

O todo não é todo sem a parte. Para o todo ser todo, uma unidade, não poderá faltar nele a parte.

b)   No segundo verso, afirma-se que, sem o todo, isto é, isolada, a parte não é, de fato, uma parte. Nesse caso, o que seria ela?

Ela seria o próprio todo, pois não havendo um todo que ela pudesse compor, não haveria a parte. Dessa forma, o pedaço constituiria um todo.

c)   O que se pode concluir a partir da leitura dos dois últimos versos do primeiro quarteto?

Se o “todo” é formado pela “parte”, conclui-se que a “parte” é o “todo”, ou seja, o braço da imagem encontrado não é simplesmente uma parte dela, mas ela toda.

05 – Releia o poema e, retomando as estrofes, explique de que maneira cada uma delas se articula à conclusão feita no primeiro quarteto.

      Segundo quarteto: da mesma maneira que a “parte” é o “todo”, cada um dos Sacramentos católicos – partes – constituem o todo da fé em Deus. Primeiro terceto: o braço de Jesus não pode ser visto como “parte”, pois ele, mesmo estando estilhaçado em partes, foi feito “todo”. Segundo terceto: o braço não se sabe parte de um todo, por isso “diz”, como se fosse um todo, a fé cristã do povo.

06 – Que mensagem você acha que o eu lírico pretende passar aos fiéis?

      Não importa ao homem de fé que a imagem tenha sido despedaçada. Cada pedaço dela encontrado deveria servir como elemento renovador da fé do cristão.

 

 

POEMA: PINTURA ADMIRÁVEL DE UMA BELEZA - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Poema: Pintura admirável de uma beleza

             Gregório de Matos

Vês esse sol de luzes coroado?
Em pérolas a aurora convertida?
Vês a lua de estrelas guarnecida?
vês o céu de planetas adornado?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_PqcgcdZMYnTGydrqEnu9umXSoFNmj3aGCK3bz2T_0iO0goawKPsdl2P254ezSPsIxNr1gLw6ffUXgggyfCH3432hAtrA0JO6GsRgxJhecwuTg9hDeJjKq_RIhZ7_VuAU0qh-o8Lne_xMlTwisaVChqOjQtSHLQnaGhOq2wrp0-5iacmmOcYt82_eecg/s320/ESTRELAS.jpeg



O céu deixemos; vês naquele prado
A rosa com razão desvanecida?
A açucena por alva presumida?
O cravo por galã lisonjeado?

Deixa o prado; vem cá, minha adorada:
vês desse mar a esfera cristalina
Em sucessivo aljôfar desatada?

Parece aos olhos ser de prata fina?
Vês tudo isto bem? Pois tudo é nada
Á vista do teu rosto, Catarina.

MATOS, Gregório de. In: WISNIK, José Miguel (Sel. e Org.). Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 237.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 100.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Guarnecida: enfeitada.

·        Desvanecida: que perdeu a cor, desbotada.

·        Aljôfar desatada: que lacrimeja sem parar.

02 – Nas estrofes 1, 2 e 3 do poema, o eu lírico menciona três diferentes ambientes físicos.

a)   Quais são esses ambientes?

     Os ambientes são: O céu, a terra e o mar.

b)   Como é marcada linguisticamente a transição de um ambiente para outro? Para responder a essa questão, observe o primeiro verso das estrofes 2 e 3.

     A transição de ambientes é feita através dos verbos deixar e ver.

c)   Em qual desses ambientes se encontra o eu lírico? Transcreva uma palavra do poema que comprove sua resposta.

    Ela está na terra – “Deixa o prado (campo), vem cá minha adorada”.

03 – Qual é o tema do texto?

      O poeta fala para nós dos elementos da natureza para elogiar a beleza de sua amada Catarina.

04 – O poema apresenta uma sequência de perguntas. Como ela contribuiu para o desenvolvimento do tema?

      As frases interrogativas servem para enaltecer, o céu, a terra e o mar e engrandecer as belezas de sua amada.

05 – Explique como os elementos da natureza, presentes nas perguntas do eu lírico, se relacionam ao rosto da amada.

      Através do uso das Metáforas.

06 – Comente a importância do trecho ''pois tudo é nada'' para a construção da chave de ouro, isto é, o final marcante, que arremata a ideia construída ao longo do poema.

      A chave de ouro "Tudo é nada! À vista do teu rosto Catarina" o eu lírico acha que nenhuma beleza do mundo, céu, mar e terra, são melhores ou mais belas que a beleza de sua amada.



POEMA: APÓLOGO DA MORTE - D. FRANCISCO MANUEL DE MELO - COM GABARITO

 Poema: Apólogo da Morte

            D. Francisco Manuel de Melo

Vi eu um dia a Morte andar folgando
por um campo de vivos que a não viam.
Os velhos, sem saber o que faziam,
a cada passo nela iam topando.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrx6Dq46sX4ZHQGfzd4L0UjxihemiCD0m2v63Orj6BvruR1Py387W9gGtotdqw6aCFA3-znPus_rLjT8Zkm0qTigsJitPc7SzINH4XsCZwWXDGpi5KV_H6ZO4H2nexipK2Rnj3ztxcUytXjRgrO-O50PbbzjkdhrWsbD_Y8doh-n_x32rQBf-_acIXi6I/s320/melancolia.jpg


Na mocidade os moços confiando,
ignorantes da Morte a não temiam.
Todos cegos, nenhuns se lhe desviam;
ela a todos co dedo os vai contando.

Então quis disparar e os olhos cerra:
tirou, e errou: Eu, vendo seus empregos
tão sem ordem, bradei: Tem-te, homicida!

Voltou-se, e respondeu: Tal vai de guerra!
Se vós todos andais comigo cegos,
que esperais que convosco ande advertida?

 MELO, D. Francisco Manuel de. In: MOISÈS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. 30 ed. São Paulo: Cultrix. 2006. p. 193.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 93.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Apólogo: narrativa alegórica cujo propósito é interferir no comportamento social e moral humano.

·        Folgando: alegre.

·        Tirou: atirou.

·        Advertida: prudente, com cuidado, com cautela.

02 – Qual é o tema principal do poema "Apólogo da Morte" de D. Francisco Manuel de Melo?

      O poema aborda o tema da inevitabilidade da morte e da indiferença das pessoas em relação a ela.

03 – Como o poeta descreve a presença da Morte entre os vivos?

      O poeta descreve a Morte como uma figura que anda entre os vivos, que são cegos para sua presença e frequentemente a encontram sem perceber.

04 – Quais são os sentimentos e atitudes das diferentes faixas etárias em relação à Morte, conforme retratados no poema?

      Os velhos parecem não reconhecer a Morte e tropeçam nela inadvertidamente, enquanto os jovens confiam na sua juventude e ignoram sua existência, todos sem perceberem sua presença.

05 – Por que o poeta repreende a Morte no poema?

      O poeta repreende a Morte pela forma desordenada como ela atua, sem seguir uma ordem justa ou razoável ao escolher suas vítimas.

06 – Qual é a resposta irônica da Morte à repreensão do poeta?

      A Morte responde de forma irônica, explicando que seu trabalho é como o de um guerreiro durante uma batalha, onde não há tempo para considerações individuais ou advertências, dado que todos estão cegos para sua presença.

 

LIVRO(ATIVIDADES): O SEGREDO DO TIO IBERÊ (EMPATIA) - CÉLIA CHUEIRE - COM GABARITO

 LIVRO(ATIVIDADES): O SEGREDO DO TIO IBERÊ (EMPATIA)

                                       Célia Chueire

              01. Quem é o narrador principal da história "O Segredo do Tio Iberê" e qual é sua relação com o Tio Iberê?

              O narrador principal é Pedro Pescado, também conhecido como Jonas. Ele é sobrinho do Tio Iberê.

       02. Qual é o enredo principal da história?

             O enredo principal gira em torno do segredo revelado pelo Tio Iberê a Pedro Pescado, em meio às memórias e vivências do narrador na aldeia onde vive.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3d0sQYz-mJJ83owcV_eXWFluLsIeVOiiEp6m6UiPPPS4YKxNZWPU1EbP1jkW3esqUs6d6vFGGY8X2V5axB38KTk7kyzqXUrfVvgK0m-o1vYKyI2TXvG0D701_p5FNrSEH67rej0UUOTvoBNRsnLt1lY8WGehMfz2zq8wBA3pWaltE3bz2Uy52-yyrvbk/w164-h164/Ibere.jpg 

 03. Onde se passa a maior parte da narrativa?

            A maior parte da narrativa se passa em uma aldeia situada nos confins do mato, em Mato Grosso.

      04. Quem são os principais personagens mencionados na página 5 e qual é sua importância na trama?

            Os principais personagens mencionados são os avós, tios, primos e o Tio Iberê. Eles representam a família e a comunidade na qual Pedro Pescado está inserido, contribuindo para a construção de sua identidade e das relações interpessoais na história.

       05.  Como é a relação entre Pedro Pescado e sua professora, Rosinha?

              Pedro Pescado tem uma relação de respeito e apreço por sua professora, Rosinha. Ela é descrita como alguém de "bom coração" e dedicada ao ensino, além de ensinar valores importantes como empatia.

      06. Qual é a importância da professora Rosinha na vida de Pedro Pescado?

         A professora Rosinha é importante na vida de Pedro Pescado por ensinar-lhe não apenas matérias escolares, mas também valores essenciais como empatia e cuidado com os outros.

      07. Como Pedro Pescado adquiriu seu apelido e qual é a história por trás dele?

         Pedro Pescado adquiriu seu apelido porque sua mãe contava a história de que seu pai o encontrou dentro de um peixe grande no rio Juruena. Isso gerou a alcunha "Pescado", que se tornou seu apelido.

       08. Quais são as características da professora Rosinha que a tornam uma figura marcante na vida de Pedro Pescado?

         A professora Rosinha é descrita como alguém de "bom coração", perfumada como uma flor, e dedicada não apenas ao ensino acadêmico, mas também ao cuidado e à formação moral e ética de seus alunos.

       09. Como a educação é retratada na história?

           A educação é retratada como algo que vai além das lições acadêmicas, envolvendo também aprendizados morais, éticos e emocionais transmitidos pelos mais velhos aos mais jovens, tanto na família quanto na escola.

      10.  Qual é a importância da empatia na narrativa?

             A empatia é um tema central na narrativa, pois é ensinada e exemplificada pela professora Rosinha como uma qualidade essencial para compreender e se relacionar com os outros, refletindo sobre o mundo e as escolhas individuais de cada pessoa.

Responda as questões 

    01.               Que palavra a minha professora ensinou-me, na prática?

          Empatia. 

    02.               O que acontecia na escola nas manhãs de inverno?

          Frio e chuva, dias sem graça e sem ter recreio lá fora, no pátio.

    03.               O tio quando moço adulto, se mudou. Para onde?

        Mudou-se para Cuiabá.

    04.               O que fez em Cuiabá?

         Cursou a faculdade, e depois me especializou para ajudar o seu povo.

    05.               Professora Rosinha pediu para eles formarem grupo com quantos alunos?

         Cada grupo com 3.

    06.               Qual  atividade a professora propôs para os grupos?

         Escolham um bicho para cada grupo imitar.

    07.               Cada Equipe escolheu um animal. Escreva os nomes dos animais escolhidos por cada Equipe.

       Equipe 1- Crocodilo.

       Equipe 2- Macaco.

       Equipe 3- Leitoa.

      Equipe 4- Tartaruga.

    08.               Quem era Jandira?

          A menina mais corajosa da sala.

    09.               Os alunos queriam fazer a atividade. Hoje! Hoje!. De que forma seria?

         Todo mundo tem de imitar.

 Responda as questões abaixo:

     01.               Tio Iberê perguntou a Pedro Pescado se ele sabia o que era um segredo. O que ele respondeu?

Sim, é uma coisa para não contar a ninguém.

 

02.               Tio Iberê perguntou se ele era capaz de guardar um segredo. O que ele respondeu?

Claro! Eu já sou grande e sei guardar segredo.

03.               Que animais Pedro Pescado imaginava que ia caçar?

Uma onça, porco do mato, lobo-guará.

04.               Por que ele não queria caçar tatu?

Tatu eu não quero, gosto muito de tatu.

05.               Que tipo de armadilha fizeram?

Armadilha de tropeço, com laço, perto do rio.

06.               Como é a noite dentro da mata?

É coisa linda que não se explica. Céu escuro, mil estrelas.

07.               Como Pedro Pescado se sentia perto do seu tio?

Se sentia seguro.


Responda as questões abaixo:

      01.               Qual era o segredo do Tio Iberê?

Ele tinha pena dos bichos, e sentia um amor tão grande pelos animais, que não conseguia nem pensar em caçar.

02.               De que o Tio Iberê era capaz?

Era capaz de reconhecer as trilhas, as marcas, qual era o bicho, o tamanho, até o peso.

03.               Por que ele sempre voltava sem caça?

Não queria prender nenhum animal. Tinha dó.

04.               Como eles voltaram para a aldeia?

Voltaram para a aldeia com as mãos abanando.

05.               O que Pedro Pescado fez com o segredo do Tio Iberê?

Contou para seus amigos que prometeram não contar para ninguém.

06.               Os amigos de Pedro Pescado passaram a história adiante. Que aconteceu?

Foi um grande vexame, uma vergonha para meu tio e meus avós.

07.               Como eles chamaram o Tio Iberê?

Chamaram de mentiroso, enganador.

08.               Que disse o pai de Pedro Pescado a ele?

Palavra dada que você não cumpriu.

09.               O que ele levou do pai dele?

Levou uma contada. A única de toda a minha vida.

10.               Pedro Pescado aprendeu que lição?

Aprendeu a cumprir promessa e a praticar empatia, a compaixão que a professora Flora ensinou, com o jogo de imitação, quando eu era menorzinho.